O Porto do Pecém movimentou 8,9 milhões de toneladas de cargas no primeiro semestre deste ano, o equivalente a um crescimento de 11,3% em relação a igual período do ano anterior. Do total, houve 5,5 milhões toneladas de cargas movimentadas nos desembarques e outras 3,3 milhões toneladas nos embarques no período.
O Pecém avançou, também, 7,44% nos desembarques e 17,71% nos embarques movimentados nos primeiros seis meses de 2024 ante iguais meses de 2023. Já em relação a movimentação de contêineres houve aumento anual de 16%, para 235.186 TEUs – sigla que identifica o contêiner de 20 pés.
O presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, destacou o aumento da importação de painéis solares e a movimentação de pás eólicas como fatores impulsionadores do cenário. “Esse crescimento é reflexo do avanço na geração de energias renováveis no Ceará e em áreas vizinhas de influência do Porto”, explica.
Além disso, Hugo vê as ações internas influenciarem positivamente, como a busca pela competitividade e soluções, a melhoria de processos, obras de infraestrutura e logística, bem como o crescimento da economia cearense. Esta última funciona como uma via de mão dupla, já que ela favorece o Porto e o local favorece ela.
Já as cargas movimentadas de cabotagem, isto é, com destino a outros portos do Brasil, foram de 5,8 milhões de toneladas nos seis primeiros meses do ano, um avanço de 9% ante igual período de 2033.
Os principais produtos desembarcados na cabotagem eram minérios, cereais, combustíveis minerais, plásticos e suas obras. Enquanto o sal, ferro fundido, cereais, plástico e suas obras foram destaques na parte de embarque da cabotagem.
Novos contratos na área de mineração e uma nova linha de contêiner de cabotagem foram citadas, ainda, como parte das conquistas que levaram ao resultado positivo, conforme o presidente do Complexo do Pecém.
Cerca de 3,1 milhões de toneladas de cargas também foram movimentadas na navegação de longo curso a outros países. Um crescimento anual de 16% entre os primeiros semestres de 2024 e 2023.
Combustíveis minerais, máquinas e ferro fundido foram os principais produtos desembarcados no longo curso. Além de ferro fundido e combustíveis minerais, os embarques do longo curso tiveram destaque de sal e minérios no período.
O diretor comercial do Complexo do Pecém, André Magalhães, afirma que o resultado advém do compromisso de diversos setores na unidade. “Esses avanços são um testemunho do nosso compromisso com a inovação e o desenvolvimento econômico do Estado”, detalha.
A expectativa é seguir o crescimento no segundo semestre deste ano, alcançando cerca de 9 milhões de toneladas no período, cujo montante total seria próximo a 18 milhões de toneladas no ano, de acordo com Hugo. A ideia é atrair navios maiores e regular novas rotas, como a Ásia.
Seleção de empresas para terminal de GNL será em agosto
Em um cenário de restrição de gás natural liquefeito (GNL) no Estado para novos investimentos, o presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Hugo Figueirêdo, confirmou que o processo para atração de um novo operador para o terminal de regás no Pecém deve abrir em agosto.
"Estamos planejando, ainda no mês de agosto, lançar uma chamada para selecionar um investidor para vir constituir e operar o terminal de regaseificação. É uma chamada competitiva. (...) Nossa expectativa é fazer essa seleção antes do leilão de potência para térmicas, previsto para dezembro", detalha Hugo.
Hugo afirma, ainda, ser fundamental a oferta de GNL para "complementar o que já é ofertado para o Estado do Ceará através dos gasodutos de transporte", diz.
"Principalmente para atender algumas demandas de volumes muito grandes que o gasoduto de transporte não comporta, como, por exemplo, as térmicas", complementa.
Desde janeiro deste ano, após término de contrato entre o Governo do Ceará e a Petrobras, o Ceará está sem o navio de regaseificação que ficava no Píer 2 do Porto do Pecém. Segundo a estatal, a decisão não partiu da empresa.
Atualmente, petroleiros e o mercado acenderam alerta para o combustível limitado no Estado, que demanda 500 mil m³ de gás por dia, excluindo a necessidade das termelétricas.
Isso porque, sem o navio no Pecém com capacidade para regaseificar 14 milhões de m³ por dia, o Ceará conta com o produto que vem do Rio Grande do Norte. (Beatriz Cavalcante)
Visita de Lula no Ceará terá R$ 3,6 bilhões para Transnordestina
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá liberar R$ 3,6 bilhões para a conclusão da Transnordestina até 2027, em sua visita ao Ceará, nesta sexta-feira, 2. A informação foi revelada pelo presidente do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), Hugo Figueirêdo, em conversa com jornalistas na quarta-feira, 31.
Além do montante, o petista vai sancionar o Marco Legal do Hidrogênio Verde (H2V) na ocasião, que deverá ocorrer em solenidade no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) na sexta-feira. A expectativa é que isso destrave US$ 8 bilhões em investimentos para a produção de H2V e amônia verde, segundo Hugo.
"O presidente está vindo para sancionar duas leis que são fundamentais para o desenvolvimento do Estado. Eu diria que, hoje, os principais projetos de desenvolvimento do Estado passam aqui pelo Complexo do Pecém, que são o Hub de Hidrogênio Verde e a Transnordestina", detalha o presidente do CIPP.
Com o pleno funcionamento da Transnordestina, o Pecém estima dobrar sua movimentação de cargas, saindo dos aproximados 18 milhões de toneladas por ano para 36 milhões de toneladas, o que deve alavancar também o crescimento econômico do Estado, na visão dos diretores do Porto.
O Complexo já poderá se beneficiar do projeto antes mesmo da ferrovia chegar de fato ao local. Isso porque o presidente Hugo Figueirêdo vê a possibilidade do uso de caminhões até determinado ponto da Transnordestina para movimentar as cargas do Pecém nos próximos anos, ainda sem data definida.
Movimento de cargas no 1º semestre no Pecém
Total:
8.997.809 toneladas
Desembarques: 5.567.985 toneladas
Embarques:
3.360.341 toneladas
Cabotagem
Total:
5.804.926 toneladas
Desembarques: 3.761.906 toneladas
Embarques: 1.597.048 toneladas
Longo Curso
Total:
3.192.883 toneladas
Desembarques: 1.585.622 toneladas
Embarques:
1.523.524 toneladas
Projeção
Com o pleno funcionamento da Transnordestina, o Pecém estima dobrar sua movimentação de cargas, saindo dos aproximados 18 milhões de toneladas por ano para 36 milhões de toneladas
Ceará assina acordo para implementar usina termelétrica movida a gás natural
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com a Mercúrio Asset para a implementação de uma usina termelétrica movida a gás natural.
A empresa é gestora de recursos com expertise em ativos energéticos e que lidera um grupo de grandes investidores na área.
"O documento colabora para a viabilização de um empreendimento pioneiro e inovador na produção de energia limpa: a primeira conversão, no Brasil, de uma usina termelétrica movida a carvão mineral para gás natural", detalhou o governador, por meio da rede social X (antigo Twitter).
A iniciativa está prevista para ser instalada na Termelétrica Pecém I, em funcionamento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
"A substituição do carvão mineral, considerado um dos combustíveis menos sustentáveis para a geração de energia, será um passo importante no processo de consolidação de uma indústria verde no país."
Atualmente, o Estado conta com 39 memorandos e 6 pré-contratos assinados com empresas responsáveis por empreendimentos em energias renováveis, sendo a maior parte por projetos de Hidrogênio Verde (H2V).
Vale ressaltar, ainda, que a Companhia de Gás do Ceará (Cegás) e a Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece) apresentaram, no início de julho, o projeto de criação de um hub de gás natural no Estado.
A iniciativa foi apresentada ao Secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), Salmito Filho. Além disso, visa ser um atrativo de novos negócios e impulsionar o desenvolvimento econômico, social e ambiental.
O anúncio veio logo após O POVO publicar uma matéria sobre incidente no gasoduto que vem ao Ceará, em um cenário de restrição de gás no Estado.
De acordo com o diretor-presidente da Cegás, Miguel Nery, "o Ceará precisa ampliar a oferta de gás natural, que por ser mais competitivo e gerar menos emissões do que outros combustíveis substitutos, atrairá muitos investimentos para o estado no atual contexto de transição energética."
Por sua vez, o diretor técnico comercial da companhia, Gustav Costa, acrescentou que o projeto concebido prevê uma conexão entre o hub de gás natural com o hub de hidrogênio verde, no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp).
"A ideia é objetivamente aproveitar as instalações existentes no terminal do GNL, no Píer 2 do Porto do Pecém", explica.
Ele afirma que a essência do projeto, ainda não apresentado ao governador Elmano de Freitas, “consiste em ter uma oferta ampla de gás natural, através do terminal de regaseificação existente no Complexo do Pecém, aumentando a capacidade de entrega da Cegás e a possibilidade de atração de novos negócios no entorno. A gente não pode descartar a possibilidade de interiorizar a utilização do gás natural dentro do nosso Estado”.
Gustav Costa lembra que "o Cipp está buscando investidores para essa operação do terminal de regaseificação e a Cegás, junto com a Adece, propõe que ações sejam tomadas para viabilizar e facilitar a entrada desse novo player que vai operá-lo. Então, o que a gente está costurando é que tipo de incentivo pode ser entregue, vislumbrando a viabilidade da reutilização do terminal”.
Também ressalta que, atualmente, “a Cegás entrega por dia um volume próximo de 520 mil m³. É um volume que tem um potencial grande, mas para um crescimento sustentado, nós precisamos de uma maior oferta de gás natural para a região e essa maior oferta depende de que nós tenhamos um hub de gás instalado aqui no Porto do Pecém”.
Já o secretário da SDE, Salmito Filho, destacou que com um hub de gás, “o Ceará estará posicionado como um centro estratégico na cadeia de valor do gás natural no Brasil. Esse hub servirá como um ponto de referência para o estabelecimento de preços e contratos de gás natural, facilitando a liquidez e a transparência do mercado”.
Ademais, o presidente da Companhia do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), Hugo Figueirêdo, detalhou que a Petrobras e mais três empresas do setor demonstram interesse em operar no píer 2 do Pecém. A escolha, portanto, será por meio de um processo seletivo no segundo semestre deste ano.
"Inclusive com esses novos leilões aqui de potência previsto para o segundo semestre a nível federal, então existe uma demanda muito grande de gás natural no Ceará da mesma forma que existem empresas interessadas, então o magistério tem que fazer um processo seletivo para identificar o operador", afirma.
A busca pela operação é porque desde janeiro deste ano, após o término do contrato entre o governo do Estado e a Petrobras, o Ceará está sem o navio de regaseificação.
Ele tinha a capacidade de regaseificar 14 milhões de m³ do produto por dia e ficava no píer 2 do Pecém. Segundo a estatal, a decisão não partiu da companhia.
Com alerta do mercado e dos petroleiros para o combustível limitado no Estado, que demanda 500 mil metros cúbicos (m³) por dia, excluindo a necessidade das termoelétricas, o presidente do Pecém ressalta que “não há nenhum risco do Ceará ficar sem abastecimento de gás natural."
Além disso, em janeiro deste ano, a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará confirmou que a usina termelétrica Portocem, do grupo americano Ceiba Energy, havia cancelado a instalação no Estado, o que era, à época, a construção do hub de gás no Estado.
A térmica seria o segundo maior investimento privado no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, com recursos de R$ 4,7 bilhões.
Boatos de cancelamento do projeto circulavam desde que a Shell tinha encerrado a negociação para fornecimento de gás natural para o empreendimento. (Colaborou Adriano Queiroz)