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Com retomada de ferro e aço, exportações do Ceará aumentam 49% em 2025
Economia

Com retomada de ferro e aço, exportações do Ceará aumentam 49% em 2025

Ao todo, os produtos cearenses que saíram do Brasil para outros países somaram US$ 770,5 milhões até maio deste ano
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O valor do ferro e aço mais do que dobrou em comparação a 2024, com crescimento de 108%, e representa 41,9% de toda a pauta exportadora do Estado (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA O valor do ferro e aço mais do que dobrou em comparação a 2024, com crescimento de 108%, e representa 41,9% de toda a pauta exportadora do Estado

As exportações cearenses estão mostrando uma retomada em 2025. Até maio, as vendas externas somaram US$ 770,5 milhões. O número é 49,3% maior do que o registrado no igual período do ano anterior. 

Os dados são do Panorama Industrial de junho, estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Esse avanço foi impulsionado principalmente pela venda de ferro fundido, ferro e aço, com US$ 322,8 milhões. O valor mais do que dobrou em comparação a 2024, com crescimento de 108%, e representa 41,9% de toda a pauta exportadora do Estado.

O resultado ocorre apesar da tarifa de 50% sobre aço e alumínio, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Republicano), que é um dos principais mercados do Ceará.

Por outro lado, o segundo principal item do comércio exterior (calçados, polainas e artefatos semelhantes) alcançou US$ 90 milhões no Estado. Embora represente 11,7% das vendas externas, o valor recuou 2% na comparação com o ano anterior.

Outros itens também tiveram uma alta expressiva. Entre eles estão o sal (98,9%), as frutas (48%) e as gorduras e óleos animais ou vegetais (36,6%). 

Importações de produtos químicos crescem 142% 

No entanto, as importações também seguem elevadas, totalizando US$ 1,22 bilhão até maio, uma leve alta de 0,4% frente a igual período do ano anterior. 

Ou seja, a balança comercial do Ceará permanece deficitária em US$ 452 milhões no acumulado do ano até maio.

Os produtos químicos orgânicos foram os que registraram o maior aumento, com alta de 142,7%, somando US$ 134 milhões. Na sequência, aparecem ferro e aço. Houve um crescimento de 26,6% e atingiu a casa dos US$ 155,9 milhões. 

Apesar disso, os combustíveis e óleos minerais seguem como os itens de maior peso na pauta de importações do Estado, totalizando US$ 301,2 milhões. O valor representa uma queda de 2,4% na comparação com igual período de 2024.

Indústria retrai em abril

No setor industrial, a produção cearense caiu 5,3% em abril de 2025 na comparação com abril de 2024, acumulando retração de 3,9% no ano.

Esse desempenho contrasta com o cenário nacional, em que a indústria teve queda de somente 0,3% no mês e acumula leve alta de 0,1% no ano. Também é abaixo do Nordeste, que apresentou crescimento de 7,2% no acumulado de 2025, destacando um desempenho regional mais favorável que o cearense.

O retrato setorial no Ceará mostra que, enquanto produtos químicos (+54,4%), metalurgia (+27,5%) e têxteis (+7,8%) se destacam positivamente. Outros segmentos enfrentam fortes quedas, como máquinas e aparelhos elétricos (-39,4%) e derivados de petróleo (-21,4%).

Cenário macroeconômico

No campo macroeconômico, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará apresentou aumento de 6% no quarto trimestre de 2024, em relação ao igual período do ano anterior. No acumulado de 2024, a alta foi de 6,5%.

O setor da agropecuária foi o que teve o maior crescimento, de 24,8%. Em seguida, aparece a indústria (9,9%) e serviços (3,8%). Ao nível nacional, o PIB brasileiro cresceu 3,4% no ano anterior.

Já a taxa de desemprego no Ceará ficou em 8% no primeiro trimestre de 2025, ainda acima da média nacional de 7%.

O mercado de trabalho formal segue aquecido. Somente em abril, foram gerados 9.221 novos postos de trabalho no Ceará, com destaque para os setores de serviços (4.095 vagas) e construção civil (2.472 vagas). No acumulado do ano até abril, o estado criou 12.829 empregos formais.

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