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ZPE do Ceará quer atrair mineração, agronegócio, economia do mar e fertilizantes
Economia

ZPE do Ceará quer atrair mineração, agronegócio, economia do mar e fertilizantes

Presidente da zona de processamento de exportação contou que estuda os segmentos econômicos de melhor atração para as áreas ainda sem ocupação, especialmente o Setor 3, que deve ser dividido
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OBJETIVO é reunir empresas em áreas vocacionadas aos setores, como aconteceu com o Setor 1 da ZPE (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE OBJETIVO é reunir empresas em áreas vocacionadas aos setores, como aconteceu com o Setor 1 da ZPE

A Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará mira a atração de empresas dos setores de mineração, agronegócio, economia do mar e fertilizantes para as áreas ainda sem ocupação, segundo revelou Fábio Feijó, presidente da ZPE. As atividades são consideradas estratégicas para a economia do Estado.

Na mineração, disse em entrevista exclusiva ao O POVO, o objetivo é captar os investidores interessados nos minerais raros cujas pesquisas por jazidas aumentaram nos últimos meses no Ceará e em todo o Brasil.

"Já se descobriu, no Sertão Central, reservas de níquel. Observamos esses minerais raros, de alto valor agregado, que podem ser processados na ZPE e, depois, serem exportados", projetou.

O objetivo em todas as frentes, reforça, é de que as matérias-primas sejam beneficiadas em unidades fabris instaladas na Zona de Processamento de Exportação do Ceará, fazendo com que os itens exportados tenham valor maior e gerem mais ganhos aos produtores e à balança comercial cearense.

Já no agronegócio, Feijó cita as frutas cultivadas no Estado e que podem ser levadas ao Exterior em outros formatos, além dos itens in natura. Enquanto que, no caso da economia do mar, ele menciona todos os peixes, derivados e lagostas com beneficiamento feito fora da ZPE e, caso mudem a localização, podem gozar de mais benefícios econômicos.

Quando o assunto são os fertilizantes, ele menciona o fosfato encontrado em Santa Quitéria e também a amônia que deve ser produzida juntamente com o hidrogênio verde, no Pecém, como oportunidades de negócios relevantes para a zona de processamento de exportação.

Para escolher e desenvolver esses setores produtivos, o presidente da ZPE do Ceará fez uso do programa Cientista-Chefe, desenvolvido pelo Governo do Estado via Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

"Estamos fazendo esta análise para escolher os segmentos econômicos que a gente quer atrair", ressaltou.

Setor 3 será dividido

A análise deve impactar principalmente na escolha das empresas que vão se instalar no Setor 3 da ZPE. A área ainda não está alfandegada - processo feito pela Receita Federal que permite as operações de importação e exportação - e deve ter a vocação definida a partir desse trabalho com o cientista-chefe e os setores estratégicos.

"O Setor 3 é a nossa área maior, tem mais de 3 mil hectares. É tão grande que estamos estudando dividir", afirmou Fábio Feijó.

 

Na prática, a ideia é estabelecer recortes geográficos dentro da área para reunir empresas de um mesmo setor ou que façam parte da mesma cadeia produtiva, facilitando o tráfego de insumos e bens necessários para produção e exportação na ZPE.

No Setor 1 esta ideia já foi aplicada, onde as empresas White Martins e Phoenix são fornecedoras de insumos para a siderúrgica ArcelorMittal Pecém. As empresas ocupam toda a área e são as principais âncoras da ZPE desde o início da operação, há 12 anos.

Setor 2 já tem 80% da área reservada

O presidente da ZPE do Ceará revelou também que o Setor 2, com quase 2 mil hectares de espaço, já possui 80% da área negociada. Inaugurado em novembro de 2021, o Setor 2 foi alvo de R$ 13 milhões em investimentos para a preparação de vias de acesso e secundárias, transmissão de energia elétrica, fibra óptica e circuito fechado de monitoramento.

Feijó confirma que a área deve abrigar o hub de hidrogênio verde projetado para o Complexo do Pecém e que já conta com seis pré-contratos assinados. Essas empresas já pagam pelo aluguel das áreas e formam a principal vocação desta parte da ZPE. Além delas, apenas a refinaria da Noxis também está no espaço.

"Os contatos que eu estou recebendo são para essas áreas disponíveis. Esses 20%. Por isso a gente está começando agora a fazer mais curadoria", observou.

DO PECÉM PARA O MUNDO, COM FÁBIO FEIJÓ

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