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Após tarifaço, cresce quantidade de empresas exportadoras buscando Amcham CE
Economia

Após tarifaço, cresce quantidade de empresas exportadoras buscando Amcham CE

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) no Ceará está realizando atendimento individualizado, com a ideia de oferecer alternativas aos exportadores
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Exportações de produtos cearenses aos Estados Unidos foram impactadas pelo tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR Exportações de produtos cearenses aos Estados Unidos foram impactadas pelo tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump

A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) no Ceará aumentou o número de atendimentos às empresas cearenses exportadoras que mantinham negócios com os Estados Unidos. O processo ocorreu desde a implementação de tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados aos EUA.

Com isso, a demanda de empresários em busca de informações "deu um salto", segundo o gerente regional da entidade no Ceará, Frederico Sampaio.

Desde a implementação de tarifas para produtos brasileiros exportados aos EUA, a demanda de empresários em busca de informações "deu um salto", afirma o gerente regional, Frederico Sampaio.

A revelação ocorreu após o ministro das Relações Exteriores, chanceler do Brasil Mauro Vieira, ter se reunido com o secretário de estado dos EUA, Marco Rubio, nesta quinta-feira, 16, em Nova York. A partir do encontro, foi definido cronograma de negociação sobre o tarifaço.

Além do encontro, eles trocaram telefones e definiram que terão um canal direto de contato, similar ao que ocorreu com os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva.

O executivo da Amcham Ceará destaca que a entidade local tem focado em atender "caso a caso" de maneira personalizada cada empresário que os procuram. A Amcham Ceará possui quase 110 associados, sendo que 15% desse montante é composto por empresas internacionais.

"Começamos entendendo tudo que está acontecendo. O lado positivo é que a Amcham Brasil estava bem à frente em relação ao que poderia acontecer. Por isso, criamos no começo do ano um observatório e temos mais de 20 edições lançadas com atualizações para empresários com negócios e cenários futuros", afirma.

Frederico não precisa quantos atendimentos já foram feitos, mas, a partir da análise local, a demanda é repassada à Amcham Brasil, que realiza as conexões necessárias. Pontua ainda que a ausculta analisa o momento da empresa, quais os produtos negociados e se é possível desenhar caminhos ou estruturas que viabilizem a continuidade dessa relação.

"Todos os empresários que têm interesse em entender as medidas, buscar outros caminhos ou querem entender o que pode ser feito a partir das tarifas, podem se reunir conosco", pontua Frederico.

Por sua vez, o diretor Políticas Públicas e Relações Governamentais na AmCham Brasil, Fabrizio Panzini, afirma que “os relatos que vieram de Washington são os de que a conversa foi boa e que os países começarão de fato uma negociação sobre as tarifas. Além disso, se confirmou que os presidentes terão um encontro presencial ainda esse ano”.

“Enfim, a sinalização é muito positiva. Óbvio que ainda é o começo e temos que acompanhar com atenção. E nós do setor privado seguiremos contribuindo”, ressalta.

Proporcionalmente o Ceará foi o estado da Federação mais impactado pelo tarifaço anunciado em julho e, parceiros locais da câmara também foram impactados.

Segundo levantamento realizado pelo economista-chefe do banco BTG Pactual, Mansueto de Almeida, o efeito do tarifaço imposto ao Brasil deve ser de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.

A avaliação prévia leva em consideração as quase 700 exceções e o pacote de socorro econômico anunciado pelo Governo Federal e alguns estados, como o Ceará.

De acordo com dados da balança comercial, divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), após dois meses de tarifaço, o Ceará - estado proporcionalmente mais impactado pela medida - apresentou melhora de 11,9% nas vendas aos EUA, entre agosto e setembro.

No período, o volume de mercadorias cearenses enviadas aos Estados Unidos subiu de US$ 52,59 milhões para US$ 58,88 milhões em um mês. Ainda assim, setores como o do agronegócio permanecem sem enviar produtos ao país desde o tarifaço, como água de coco e pescados.

Apesar de permanecer como o principal parceiro comercial cearense, o peso do mercado norte-americano para a pauta exportadora cearense aumentou de 34,7% para 37% no período. Vale lembrar que o peso desse mercado era de 52% até julho, antes da imposição de tarifas.


Frederico Sampaio da AmCham Ceará
Frederico Sampaio da AmCham Ceará Crédito: Divulgação

Frederico enfatiza que a entidade possui um conjunto de informações reunidas que oferecem uma boa base informativa aos associados, com recortes por setor, também olhando a relação dos EUA com o Brasil e outros países.

"Estamos apoiando o nosso ecossistema, nosso associado ou empresários que nos buscam, a partir de uma diretoria de Relações Governamentais e Relações Internacionais".

A Amcham Brasil tem mais de 100 anos de história, sendo inaugurada no País em 1919, sendo atualmente a maior entidade multissetorial brasileira e a principal câmara americana de comércio fora dos Estados Unidos.

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