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Ponto de vista: Buenos y tricolores Aires
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Ponto de vista: Buenos y tricolores Aires

Repórter Lucas Mota narra a aventura dos torcedores tricolores e as primeiras impressões da viagem até Buenos Aires
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O repórter Lucas Mota está em Buenos Aires (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução O repórter Lucas Mota está em Buenos Aires

Parece clima de festival de rock. Alegria, euforia e ansiedade. Movimentação intensa dos fãs uniformizados nos aeroportos. Mas a banda em questão que tem atraído uma multidão na verdade é o Fortaleza Esporte Clube. Os "roqueiros" na realidade não tocam guitarras, mas chutam "pelotas" e movem paixões tanto quanto, comandados pelo "front-man" Rogério Ceni.

Este foi o clima que O POVO presenciou ao embarcar, na madrugada de ontem, em Fortaleza com destino a Buenos Aires, Argentina, com conexão em Guarulhos-SP, para iniciar a cobertura da estreia do Fortaleza na Sul-Americana. As cores vermelho, azul e branco estampadas dos pés à cabeça exalavam o orgulho do torcedor do Leão.

O "hincha" tricolor está em completa lua de mel com o clube pelos resultados recentes e vivencia cada segundo da experiência de acompanhar o time pela primeira vez numa competição internacional em mais de 100 anos da agremiação fundada por Alcides Santos.

Como banda de massa, o Fortaleza também tem o carinho de diferentes gerações e é repassado por apaixonados da mesma árvore genealógica como cultura de torcida, de estádio e de futebol. Os "leais", como diz trecho do hino, não abandonaram a equipe nem quando sofreram por oito anos na Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro, agora vivem o ápice do Leão do Pici. Dá para entender a euforia do torcedor, que vê o time em franca ascensão desde 2017.

Nos aeroportos de Fortaleza e São Paulo, antes da chegada a Buenos Aires, as histórias de paixão enraizada de família se cruzam. São filhos que presenteiam pai com a viagem para assistirem todos juntos, como os irmãos Ricardo Phelipe, 27, e Lucas Sabóia, 18, com o patriarca Ricardo Sabóia, 58.

É o pai que leva o filho pré-adolescente e adianta a viagem como presente de todas as datas do ano: do aniversário ao Natal. "Valeu a pena demais", comemora o Matheus sobre "regalo" do paizão Ronald Pinheiro.

Já os torcedores solitários na aventura, se enturmam fácil. A camisa do clube é objeto de identificação e pertencimento. Desconhecidos se tornam amigos. Debatem sobre o rival, o que Rogério Ceni deve fazer e projetam final feliz.

E assim o bando tricolor foi tomando os saguões dos aeroportos, chamando a atenção e despertando curiosidade.

Na fila do embarque do nosso voo, dois rapazes cochichavam. "Muitos torcedores do Fortaleza", disse um deles. "Acho que vão para um jogo em Buenos Aires, mas não sei contra quem", retrucou o outro. "Isso que é paixão", devolveu.

A senhora que viajou ao meu lado na aeronave observava curiosa a movimentação. "Eu até perguntei para o meu marido que turma era essa", diz ela. Eu conto a saga dos torcedores e ela comemora o fim do mistério: "Agora tá explicado".

O avião posa em território argentino pontualmente às 18h30min. Ao sair do aeroporto em direção às ruas da cidade é perceptível a invasão tricolor. Buenos Aires nunca esteve tão cearense.

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