Logo O POVO+
Normose: saiba o que é a doença do normal
ETC

Normose: saiba o que é a doença do normal

Você já olhou para o lado e pensou: por que eu preciso ser normal? Imposição de hábitos considerados normais pode adoecer e levar à perda do sentido da vida. Entenda
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Imagem para ETC sobre normose (Foto: Daniel Coulmann/Adobe Stock)
Foto: Daniel Coulmann/Adobe Stock Imagem para ETC sobre normose

Ser considerado "normal" pode envolver seguir uma carreira adequada, vestir as roupas adequadas, agir da maneira "adequada".  Basicamente, seguir a cartilha da sociedade sem questionar, mesmo que isso te faça infeliz. Bom, quem aposta nesse esquema fielmente apesar dos pesares pode estar sofrendo de normose. Pelo menos é o que defendem Jean-Yves Leloup, Pierre Weil e Roberto Crema, autores do livro "Normose: A patologia da normalidade".

O que é normose?

A normose é uma "patologia", em conceito, que afeta sociedades que passaram por uma mudança de paradigmas. Com o capitalismo como um estilo de vida, a sociedade atual definiu quais são os comportamentos e os trajetos considerados normais. E ai de quem sair desse rumo: é tratado como um alienígena. A pessoa que não é normal pode ser taxada de alguém sem senso, quem sabe até doente!

Mas e se a doença de fato for o desejo intenso de seguir a cartilha?

Por exemplo: o discurso workaholic, que carrega quase um mérito pelo trabalho esgotante. Afinal, a sociedade normaliza o "trabalhar enquanto dormem" e "viver pela empresa". Como se fosse bom! Mas, segundo os autores, esse pode ser mais um indicativo de normose: comemorar o cansaço porque é "normal".

A normose também é empecilho para as pessoas descobrirem a sua própria identidade ou forma de expressão."O normótico padece de falta de empenho em fazer florescer seus dons e enterra seus talentos com medo da própria grandeza, fugindo da sua missão individual e intransferível." É o que diz Roberto Crema, co-autor do livro.

Bug no cérebro

Nosso cérebro tende a confundir o que é familiar com o que seria correto. É o que explica o psicólogo israelense Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2002, em seu livro "Rápido e Devagar: Duas formas de pensar". Mas isso não signfica, necessariamente, que o "normal" é correto.

Normose tem cura?

De acordo com os autores, a cura da normose "é um trabalho individual, de olhar para dentro de si mesmo". Porém, a própria sociedade pode ajudar nisso com um novo modelo educacional. Isso porque a escola não deveria padronizar, mas ajudar as crianças a descobrirem a próprias vocações.

“Desde a infância, aprendemos que o que vem fácil vai fácil e que, se a vida não for difícil, não é digna. Precisamos mudar isso e entender que esforço não é tarefa”, alerta a filósofa Dulce Magalhães.


Fonte: Artigo “Normose”, no blog CVV

Normose tem cura?

De acordo com os autores, a cura da normose "é um trabalho individual, de olhar para dentro de si mesmo". Porém, a própria sociedade pode ajudar nisso com um novo modelo educacional. Isso porque a escola não deveria padronizar, mas ajudar as crianças a descobrirem a próprias vocações.

"Desde a infância, aprendemos que o que vem fácil vai fácil e que, se a vida não for difícil, não é digna. Precisamos mudar isso e entender que esforço não é tarefa", alerta a filósofa Dulce Magalhães.

Fonte: Artigo "Normose", no blog CVV

O que é normose?

A normose é uma "patologia", em conceito, que afeta sociedades que passaram por uma mudança de paradigmas. Com o capitalismo como um estilo de vida, a sociedade atual definiu quais são os comportamentos e os trajetos considerados normais. E ai de quem sair desse rumo: é tratado como um alienígena. A pessoa que não é normal pode ser taxada de alguém sem senso, quem sabe até doente!

Bug no cérebro

Nosso cérebro tende a confundir o que é familiar com o que seria correto. É o que explica o psicólogo israelense Daniel Kahneman, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 2002, em seu livro Rápido e Devagar: Duas formas de pensar. Mas isso não signfica, necessariamente, que o "normal" é correto.

Mas e se a doença de fato for seguir a cartilha?

Por exemplo: o discurso workaholic, que carrega quase um mérito pelo trabalho esgotante. Afinal, a sociedade normaliza o "trabalhar enquanto dormem" e "viver pela empresa". Como se fosse bom! Mas, segundo os autores, esse pode ser mais um indicativo de normose: comemorar o cansaço porque é "normal".

A normose também é empecilho para as pessoas descobrirem a sua própria identidade ou forma de expressão. "O normótico padece de falta de empenho em fazer florescer seus dons e enterra seus talentos com medo da própria grandeza, fugindo da sua missão individual e intransferível." É o que diz Roberto Crema, co-autor do livro.

O que você achou desse conteúdo?