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Todas as vezes que uma pesquisa eleitoral é divulgada, é preciso ressaltar que não é uma previsão. É, na verdade, um retrato daquele momento, os dois ou três dias em que o instituto colheu sua amostra. Mas, com um mês de campanha eleitoral, e na conta a possibilidade das propagandas nos meios de comunicação, os candidatos já têm quase todas suas armas à mostra. E, em uma terceira rodada, a Datafolha mostra uma tendência. Ela pode se manter ou findar, mas é o retrato do momento.
E ao que dizem os números, a polarização, que, em Fortaleza não tinha sido estrela, nem em 2018 nem em 2020, agora faz sua força. André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT) foram os que mais cresceram, somando, cada um, crescimento de nove pontos percentuais. Capitão Wagner (União Brasil) e o atual prefeito José Sarto (PDT) caíram. Wagner, seis, Sarto, cinco.
A pesquisa Quaest, embora aponte um empate técnico entre os quatro, mostra cenário similar. Wagner caiu sete pontos, Sarto também caiu, mas quatro, enquanto Fernandes e Evandro somaram, cada, sete pontos percentuais a mais. Os números variam entre as pesquisas, a tendência não. É claro, teve quem amou e teve gente que odiou, mas, em todos os casos, os resultados colocaram as "barbas de molho".
Evandro e Fernandes falam em continuar o trabalho, mostrar as propostas e demonstrar confiança em suas campanhas, apesar do liberal ser mais "tímido" quanto ao apoio de Jair Bolsonaro (PL), na contramão de Evandro que foi chamado à Brasília e já começou a divulgar registros com o presidente Lula (PT).
Sarto voltou a subir o tom com seus adversários, em uma postura que adota desde o início da campanha eleitoral. O "time" dos críticos parece, depois dos resultados, ter ganhado um novo membro, com Wagner saindo da postura "polida" que vinha defendendo e alfinetando os demais postulantes. A menos de um mês das eleições, além das barbas, os candidatos precisam colocar é o corpo todo de molho em um cenário tão aberto.