A Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) aprovou o Plano Diretor, instrumento que passa a direcionar o desenvolvimento da capital cearense pelos próximos dez anos. É inegável que a cidade precisa crescer pensando em se tornar uma potência atrativa e boa para se viver e fazer negócios, mas este não é o único ponto que deve ser abordado na discussão.
Muito se prometeu um equilíbrio entre o desenvolvimento com a preservação do meio ambiente, mas o saldo final foi de total disparidade com a força do capital superando com ampla folga. Dezenas zonas de proteção ambiental, interesses sociais, culturais estão a ponto de desaparecerem com a permissão da construção de superprédios, centros logísticos e mais.
Para quem pensa que é só mato, tais áreas verdes impedem alagamentos e temperaturas extremas que afetará a cidade e, principalmente, as comunidades do entorno. Não se desenvolve um município apenas visando o lucro.
O debate, feito com atraso, foi atropelado. Emendas de vereadores aparecendo aos montes que em sua esmagadora maioria defende apenas interesses do mercado imobiliário, o texto do Plano Diretor nada claro, assinaturas ilegíveis e pressa para votação não condiz com a seriedade e transparência que a Câmara da quarta capital do país requer ignorando aprovações feitas pelo campo popular.
Nesse debate que é feito entre desenvolvimento e meio ambiente sempre se fala em equilíbrio e busca pelo meio termo. Mas o meio ambiente não ganha uma.