Americanos prestam homenagem aos quase 3 mil mortos do 11 de Setembro
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Americanos prestam homenagem aos quase 3 mil mortos do 11 de Setembro
Cerimônias ocorreram nesse sábado nos três pontos atacados pela Al-Qaeda em 2001; Biden, Kamala e Bush fazem discursos pedindo união em um país dividido politcamente
Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP
SÁBADO foi de cerimônias no Memorial de Manhattan, para relembrar os 20 anos dos ataques
Os Estados Unidos honraram neste sábado o vigésimo aniversário do 11 de Setembro, com cerimônias para homenagear os cerca de 3 mil mortos nos ataques da Al-Qaeda, em uma atmosfera tensa pela caótica retirada americana do Afeganistão.
Este 20º aniversário tem um significado especial porque é marcado pela saída apressada das tropas americanas do Afeganistão, após o retorno ao poder do mesmo Talibã que foi despejado há quase 20 anos por abrigar os ideólogos dos ataques perpetrados pela Al-Qaeda, e pelo retorno à normalidade após a passagem devastadora do coronavírus.
Em um país profundamente dividido politicamente após a passagem de Donald Trump (2017-2021) pela Casa Branca, o dia foi marcado por apelos à união. No memorial do 11 de setembro em Nova York, parentes das vítimas leram e evocaram - muitas vezes em lágrimas - os nomes e lembranças das 2.977 pessoas que morreram nos três locais dos ataques.
"Te amamos e sentimos sua falta", muitos disseram enquanto música de violino tocava em uma cerimônia oficial que contou com as presenças do presidente Joe Biden e dos ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton.
Pequenas comemorações também aconteceram nos postos de bombeiros de Nova York e em eventos no Pentágono e em Shanksville, na Pensilvânia, onde George W. Bush, presidente dos EUA quando ocorreram os piores ataques em solo americano da história, lamentou a desunião do país.
“Nas semanas e meses que se seguiram aos ataques de 11 de setembro, tive orgulho de liderar um grupo impressionante, resiliente e unido”, disse o ex-presidente em Shanksville, onde caiu o último dos quatro aviões comerciais, lançados por 19 terroristas contra os principais símbolos do poder americano. “Se falamos da unidade dos Estados Unidos, esses dias parecem distantes”, lamentou.
Foto: MANDEL NGAN / AFP
O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, faz uma pausa enquanto fala durante uma comemoração do 11 de setembro no Memorial Nacional do Voo 93 em Shanksville, Pensilvânia, em 11 de setembro de 2021
Na mesma linha, a vice-presidente Kamala Harris se referiu à polarização política e pediu "unidade" e o fortalecimento de "nossos laços comuns".
No dia anterior, Biden também havia apelado à união em mensagem gravada. "Vamos mostrar nos próximos quatro, cinco, seis, dez anos que as democracias podem funcionar ou não?”, perguntou o presidente neste sábado, em Shanksville.
Trump, que durante seu mandato decidiu acabar com a presença de tropas americanas no Afeganistão, aproveitou a oportunidade para atacar o governo Biden, chamando-o de "inepto" e "incompetente" por causa da forma "horrível" como deixou aquele país.
“É um momento triste pela forma como terminou nossa guerra contra aqueles que tanto devastaram nosso país”, criticou Trump, referindo-se também ao ataque terrorista que resultou na morte de 13 militares dos Estados Unidos durante a retirada de civis no aeroporto de Cabul, no dia 26 de agosto.
Foto: JIM WATSON / AFP
O presidente dos EUA, Joe Biden (d), com o ex-presidente Barack Obama (e), fala com a ex-primeira-dama Michelle Obama enquanto eles participam da cerimônia no Memorial Nacional de 11 de setembro que marca o 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro ao Comércio Mundial Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2021.
Emoção viva
Um minuto de silêncio foi observado às 8h46min (9h46min de Brasília) no memorial de Manhattan (Nova York), onde ficavam as torres gêmeas do World Trade Center (WTC), exatamente vinte anos após o primeiro avião sequestrado pelos terroristas ter atingido a Torre Norte.
Posteriormente, os parentes homenagearam a memória de cada uma das 2.975 vítimas de 90 nacionalidades dos ataques perpetrados contra duas torres do WTC, o Pentágono, perto de Washington, e na queda de um dos aviões na Pensilvânia.
"Acho que este 20º aniversário foi um marco em muitos aspectos", afirma Joanne Pocher-Dzma, cujo irmão John morreu em uma das torres.
(Foto: MANDEL NGAN / AFP)O ex-presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, faz uma pausa enquanto fala durante uma comemoração do 11 de setembro no Memorial Nacional do Voo 93 em Shanksville, Pensilvânia, em 11 de setembro de 2021
(Foto: Chip Somodevilla / Getty Images / AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Membros da saudação da Guarda de Honra do 11 de setembro enquanto os toques são tocados no final de seu dever na conclusão da cerimônia de comemoração no Memorial Nacional do 11 de setembro em 11 de setembro de 2021 (Chip Somodevilla / Getty Images / AFP)
(Foto: Mike Segar-Pool / Getty Images / AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Melinda Moran e Haydee Lillo se abraçam depois de descobrir que perderam pessoas que se conheciam, ao lado do North Reflecting Pool durante uma cerimônia no Memorial & Museu Nacional do 11 de setembro em comemoração ao 20º aniversário do 11 de setembro (Mike Segar-Pool / Getty Images / AFP)
(Foto: ED JONES / POOL / AFP)Um membro da família sofre na cerimônia do Museu e Memorial Nacional do 11 de setembro em comemoração ao 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro ao World Trade Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2021.
(Foto: MICHAEL M. SANTIAGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Uma pessoa em uniforme militar levanta um memorial para Ruben Correa durante a entoação do Hino Nacional na Cerimônia de Comemoração anual do 11 de setembro no Museu e Memorial Nacional do 11 de setembro em 11 de setembro de 2021
(Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)SÁBADO foi de cerimônias no Memorial de Manhattan, para relembrar os 20 anos dos ataques
(Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Família, amigos e colegas dos mortos nos ataques terroristas de 11 de setembro e de 1993 participam da cerimônia anual de comemoração no Museu e Memorial Nacional do 11 de setembro em 11 de setembro de 2021 Cidade de York.
(Foto: CRAIG RUTTLE / POOL / AFP)Katie Mascali é consolada por seu noivo Andre Jabban enquanto eles ficam perto do nome de seu pai Joseph Mascali, com FDNY Rescue 5, durante cerimônias em 11 de setembro de 2021, marcando os ataques ao World Trade Center em Manhattan.
(Foto: POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Julie Sweeney Roth, cujo marido Brian Sweeney Roth morreu quando o voo 175 da United Airlines atingiu o World Trade Center em 11 de setembro de 2001, toca seu nome no Memorial e Museu de 11 de setembro em 11 de setembro , 2021 na cidade de Nova York.
(Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Sheryl Magnuson coloca uma flor no nome de seu pai onde está inscrita na piscina sul do National 9/11 Memorial após a cerimônia de comemoração no memorial em 11 de setembro de 2021 na cidade de Nova York.
(Foto: MICHAEL M. SANTIAGO / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)NOVA IORQUE, NOVA IORQUE - 11 DE SETEMBRO: Os gaiteiros de foles da Polícia da Autoridade Portuária executam durante um Serviço de Lembrança Inter-religioso da Autoridade Portuária no 20º aniversário de 11 de setembro no North Oculus Plaza em 11 de setembro de 2021 na cidade de Nova York.
(Foto: CHIP SOMODEVILLA / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / GETTY IMAGES VIA AFP)Da esq. para dir.: O ex-presidente Bill Clinton, o ex-presidente Barack Obama, a ex-primeira-dama Michelle Obama, o presidente Joe Biden, a primeira-dama Jill Biden, o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, a parceira de Bloomberg, Diana Taylor, A presidente da Câmara Nancy Pelosi (D-CA), o líder da maioria no Senado Charles Schumer (D-NY) e o senador Christian Gillibrand (D-NY) participam da cerimônia anual de comemoração do 11 de setembro no Museu e Memorial Nacional do 11 de setembro em 11 de setembro de 2021 na cidade de Nova York
(Foto: JIM WATSON / AFP)O presidente dos EUA, Joe Biden (d), com o ex-presidente Barack Obama (e), fala com a ex-primeira-dama Michelle Obama enquanto eles participam da cerimônia no Memorial Nacional de 11 de setembro que marca o 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro ao Comércio Mundial Center, em Nova York, em 11 de setembro de 2021.
Em duas décadas, o tempo de uma geração, os ataques terroristas mais mortais da História agora estão bem ancorados na história política e na memória coletiva dos Estados Unidos, mas a dor das famílias das vítimas e sobreviventes continua extremamente viva.
A leitura dos nomes das vítimas e das mensagens dos familiares - algumas em espanhol - continuou durante a manhã no memorial de Nova York, pontuado por homenagens musicais - como a do astro americano Bruce Springsteen e seu "I'll see you in my dreams" no violão.
Muitas pessoas viajaram esta semana, principalmente para Nova York, que acordou sob fortes medidas de segurança, para homenagear as vítimas, 2.753 delas nas Torres Gêmeas. Na Times Square, coração econômico da maior potência mundial, onde as vitórias dos EUA são tradicionalmente celebradas, aconteceu um breve momento de contemplação.
Na base naval norte-americana de Guantánamo, em Cuba, foi realizada uma cerimônia religiosa na presença de parentes das vítimas. “Nesta instalação naval, mais do que em qualquer outro lugar do mundo, lembramos disso todos os dias”, disse o comandante da base, capitão Samuel White.
Em Guantánamo, Khalid Sheikh Mohammed, considerado o idealizador dos ataques, e outras quatro pessoas tramitam em audiências que se prolongam há nove anos e ainda estão em fase de pré-julgamento, testando a paciência de milhares de pessoas que perderam seus entes queridos.
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