Pré-candidato a prefeito de Fortaleza, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) deu a senha do que deve ser a postura dele, durante a campanha eleitoral, em relação ao grupo político dos Ferreira Gomes, integrado por Ciro, Cid e pelo atual prefeito, Roberto Cláudio, todos do PDT.
Embora o grupo governista ainda não tenha lançado nome à disputa, seguindo tradição de publicizar definição somente por volta de junho, o policial militar da reserva antecipou alfinetada aos pedetistas. Ele afirmou que não quer "debater com um poste", o que sugeriu ser a realidade do chefe do Executivo municipal, inclusive.
"Vou citar aqui sem nenhum demérito, mas quando a gente pega o vínculo que o prefeito tem com a família Ferreira Gomes, a gente sabe que há gratidão muito grande, que acaba fazendo com que o prefeito atenda muitos dos pleitos dos Ferreira Gomes", disse Wagner. E adicionou: "Chegando a ponto de dizer que quem manda na Cidade, as pesquisas apontam isso, são os Ferreira Gomes."
O parlamentar esteve no Grupo O POVO na manhã de ontem para participar do segundo dia da série de entrevistas com os pré-candidatos ao Paço Municipal. Todos os convidados foram e serão entrevistados na Rádio O POVO/CBN e no O POVO Online. Antecedeu Wagner o deputado estadual Heitor Férrer, que abriu a sequência na última segunda-feira, 13.
VEJA AS DEMAIS ENTREVISTAS COM PRÉ-CANDIDATOS À PREFEITURA
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Mesmo que tenha sido apoiado por Eunício Oliveira (MDB) em 2016, quando disputou 2º turno da eleição majoritária contra Roberto Cláudio, e tenha estado junto ao senador Tasso Jereissati (PSDB) em 2018, quando deu apoio a General Theophilo (candidato tucano derrotado ao Governo), Wagner frisou que não é submisso a nenhum cacique político. "Não tenho liderança acima de mim que me imponha qualquer determinação que eu seja obrigado a cumprir. Tenho lideranças que estão no mesmo patamar que eu", definiu.
Segundo argumenta, o nível do debate "será reduzido" se o candidato governista for "um poste". Hoje, os nomes mais cotados do PDT e do grupo são os do presidente da Assembleia Legislativa, José Sarto, e o do secretário de Governo de RC, Samuel Dias.
Wagner também criticou a atual gestão em relação à geração de empregos. O deputado federal entende que o governo municipal não cria condições para que o microempreendedor possa trabalhar livremente. E prometeu inserir no plano de governo isenção de impostos municipais a empresas no primeiro ano de existência.
"60% 'quebra' no primeiro ano de funcionamento. Vai ter que pagar IPTU, alvará, registro sanitário e essa carga nas costas é muito pesada", avaliou o pré-postulante.
Para ele, exemplo da má condução na área é a Feira da José Avelino, nas proximidades do Dragão do Mar. "O prefeito caçou feirantes da José Avelino e está fazendo vários empreendimentos fecharem as portas por conta de obras que não são discutidas com a Cidade." Emendou: "Na (avenida) Monsenhor Tabosa fizeram 80% das lojas fecharem as portas." Wagner também qualificou como empecilho ao trabalhador e empreendedor o novo formato de pagamento da taxa de alvará e as vagas de Zona Azul.
AGENDA
DATAS DAS ENTREVISTAS
15/1 - Célio Studart (PV)
16/1 - Carlos Matos (PSDB)
17/1 - Renato Roseno (Psol)