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Camilo diz que anistia para policiais amotinados é "inegociável"
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Camilo diz que anistia para policiais amotinados é "inegociável"

Governador esteve em quartéis e voltou a afirmar que limite das negociações foi último acordo
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O governador Camilo Santana (PT) afirmou ontem que não haverá anistia para os policiais militares que paralisaram atividades e seguem amotinados em batalhões e quartéis pelo Estado desde a última terça-feira, 18. "Anistia de quem fizer motim é inegociável", declarou. O governador defende que não haverá acordo com aqueles que agem mascarados e cometendo crimes.

Ontem à tarde, Camilo divulgou vídeo nas redes sociais no qual aparece visitando quartéis da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e delegacias da Polícia Civil para agradecer pelo trabalho dos profissionais que seguem na ativa. Aos bombeiros, Camilo disse: "Vocês me conhecem e sabem que eu sou um homem de diálogo. Eu aceitei as propostas das instituições que representam os senhores e as senhoras e mandei a lei para a Assembleia. Não se justifica o que alguns estão fazendo no Ceará neste momento".

O governador também agradeceu aos policiais civis pelo trabalho feito ao longo dos anos, e principalmente, nos últimos dias com patrulhamento nas ruas. O petista pediu que continuassem a cumprir o "dever constitucional" de garantir a segurança da sociedade.

Camilo reiterou que agentes que estão participando dos motins não representam a Polícia e suas atitudes não refletem o pensamento da maioria. "Temos uma tropa formada por homens e mulheres de bem, e que terão sempre meu apoio e confiança. Reforço que aqueles que decidiram pelo caminho da ilegalidade serão submetidos ao rigor da Justiça e da lei", escreveu nas redes sociais, salientando que, assim como o povo cearense, confia na Polícia Militar do Ceará. "O que eu puder fazer, enquanto governador, para valorizar a minha tropa, a nossa tropa, a gloriosa Polícia Militar, eu farei", pontuou.

Policiais que participam da paralisação tratam a anistia como uma das pautas principais do movimento, mas o governo diz que o último acordo firmado com representantes da categoria foi o limite da negociação. Uma deles, o deputado estadual Soldado Noelio (Pros) declarou que os policiais desejam dialogar com o governador sobre demandas da tropa. O parlamentar reforçou que apenas Camilo pode resolver a crise. Antes do início dos protestos, o Ministério Público havia recomendado que os comandos dos órgãos de segurança pública alertassem seus agentes sobre eventuais punições.

A proposta do governo do Estado é aumentar de R$ 3,2 mil para R$ 4,5 mil, o salário de soldados da Polícia Militar, gradativamente, até 2022. Em meio ao motim de agentes de segurança pública o Ceará registrou 51 assassinatos, em dois dias. 29 deles na quarta-feira e outros 22 na última quinta-feira. Média superior a um por hora. Em janeiro, o Estado teve média diária de oito homicídios.

 

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