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"O STF jamais se sujeitará a ameaça', afirma Toffoli"
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"O STF jamais se sujeitará a ameaça', afirma Toffoli"

Presidente do Supremo diz que ataques são estimulados por integrantes do próprio Estado. Bolsonaristas dispararam fogos de artifício contra prédio da Corte
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Dias Toffoli é ministro do STF (Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF)
Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF Dias Toffoli é ministro do STF

Horas depois de manifestantes bolsonaristas dispararem fogos de artifício na direção do prédio principal do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, divulgou nota ontem na qual afirma que o STF "jamais se sujeitará a nenhum tipo de ameaça". O Ministério Público Federal (MPF) determinou a abertura de inquérito para investigar o ataque.

"O Supremo jamais se sujeitará, como não se sujeitou em toda a sua história, a nenhum tipo de ameaça, seja velada, indireta ou direta e continuará cumprindo a sua missão", afirmou Toffoli. Para o ministro, o ato contra o Supremo "simboliza um ataque a todas as instituições democraticamente constituídas".

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Na nota, o ministro indica ainda que os ataques ao Supremo são financiados ilegalmente e estimulados por integrantes do próprio Estado, "apesar da tentativa de diálogo que o Supremo Tribunal Federal tenta estabelecer". "Guardião da Constituição, o Supremo Tribunal Federal repudia tais condutas e se socorrerá de todos os remédios, constitucional e legalmente postos, para sua defesa, de seus ministros e da democracia brasileira", disse na nota.

Ao pedir abertura de inquérito, Procuradoria da República no Distrito Federal afirmou que o ataque pode ser enquadrado na Lei de Segurança Nacional, nos crimes contra a honra, e também na Lei de Crimes Ambientais por abranger a sede do STF, situada em área tombada como patrimônio histórico federal. A Procuradoria solicitou perícia no local a fim de identificar danos ocorridos no edifício e resguardar provas processuais.

"Na ocasião, os envolvidos desferiram ofensas e xingamentos aos ministros do STF, perguntando, em tom de ameaça, se os magistrados haviam entendido o recado, bem como dizendo que se preparassem", diz petição assinada por seis procuradores. O procedimento tramita em regime de urgência e sob caráter reservado por "questões relacionadas à inteligência das informações", afirmou o MPF.

O ministro Alexandre de Moraes, relator no STF do inquérito das fake news e da investigação sobre atos antidemocráticos, também se posicionou sobre o ataque. Em mensagem publicada no Twitter, Moraes afirmou que a mais alta Corte do País "jamais se curvará ante agressões covardes de verdadeiras organizações criminosas financiadas por grupos antidemocráticos que desrespeitam a Constituição Federal, a Democracia e o Estado de Direito". "A lei será rigorosamente aplicada e a Justiça prevalecerá", completou o ministro.

O ataque com fogos de artifício, filmado e divulgado nas redes sociais, foi o último de uma sequência de atos realizados no sábado, após o governo do Distrito Federal mandar a PM desmontar o acampamento do "300 do Brasil".

Depois da ação, manifestantes invadiram a cúpula do Senado. O grupo deixou o prédio do Congresso pacificamente após intervenção da Polícia Legislativa. Investigado pelo Ministério Público por suspeita de posse de arma, o "300 do Brasil" cobra que Bolsonaro intervenha em sua defesa. O grupo é liderado pela militante Sara Winter, que já xingou e fez uma série de ameaças contra o ministro Alexandre de Moraes.

 

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