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Ministro evita disputa por créditos e diz que paternidade da Transposição é do "Estado brasileiro"
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Ministro evita disputa por créditos e diz que paternidade da Transposição é do "Estado brasileiro"

Comitiva do presidente Jair Bolsonaro está no Ceará para acompanhar chegada das águas da Transposição do rio São Francisco no Estado
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ROGÉRIO MARINHO se junta hoje à comitiva do presidente Jair Bolsonaro para inauguração de trecho da Transposição no Ceará (Foto: Aurelio Alves/ O POVO)
Foto: Aurelio Alves/ O POVO ROGÉRIO MARINHO se junta hoje à comitiva do presidente Jair Bolsonaro para inauguração de trecho da Transposição no Ceará

De passagem pelo Ceará para, entre outros compromissos, entregar trecho da Transposição do rio São Francisco no município de Penaforte, no Cariri, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) afirmou que a paternidade do conjunto de obras não é do governo do presidente Jair Bolsonaro - que também está em território cearense - nem dos governos passados, como as administrações petistas de Lula e Dilma Rousseff, mas "do Estado Brasileiro".

"Ela foi pensada por Dom Pedro II, nós temos mais de 150 anos de história (da Transposição). Então, todos nós podemos ter e devemos ter a paternidade, ela tem que ser incorporada pela sociedade brasileira", disse ao ser indagado por O POVO em coletiva sobre se o Planalto reconhece a participação de gestões passadas para a conclusão da Transposição.

O ministro Marinho estaria hoje em Iguatu com Jair Bolsonaro (sem partido), como parte desta primeira passagem do presidente pelo Ceará desde que se elegeu. A comitiva entregaria conjuntos habitacionais na cidade. A agenda, porém, foi cancelada porque o município vive regime de isolamento social rígido em razão da pandemia do novo coronavírus.

Assim, em Penaforte, Bolsonaro, Marinho e outros membros da comitiva, além de parlamentares cearenses, acompanharão a abertura das comportas para que as águas do São Francisco possam desaguar no reservatório Jati, território cearense. O POVO questionou a assessoria do governador Camilo Santana (PT) sobre a presença ou não dele no evento, mas não obteve resposta.

Segundo Rogério Marinho, neste ano serão aportados mais de R$ 1,5 bilhão e, no próximo ano, mais de R$ 1,8 bilhão na Transposição. "Então, é uma demonstração do compromisso e da prioridade que essa obra tem para o governo e para o Estado brasileiro", afirmou o ministro.

Outro projeto hídrico que será prioridade para a administração federal, conforme ele acrescentou, é a revitalização das bacias hídricas do próprio São Francisco, além dos rios Parnaíba, Araguaia e Tocantins. Marinho reforçou ser uma ação que ultrapassa mandatos, devendo superar até mesmo o tempo de governo em eventual reeleição do presidente.

Visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que anunciou o investimento de R$ 54 milhões para obras do Cinturão das Águas do Ceará
Foto: © CARLOS GIBAJA/ GOV. DO CEARA
Visita do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que anunciou o investimento de R$ 54 milhões para obras do Cinturão das Águas do Ceará

A agenda do ministro ontem foi preenchida com uma reunião com o governador Camilo Santana e com o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT). Um dos assuntos foi a questão hídrica estadual. Foi liberado aporte de R$ 54,5 milhões para prosseguimento dos trabalhos do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que beneficia sobretudo moradores da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

Marinho pediu apoio de Camilo para a transferência da operação do Projeto de Integração do São Francisco (Pisf) do Governo Federal para os estados. O petista doou 30 vagões e três locomotivas do Metrofor para a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

O ministro assinou ainda termo para a retomada da construção de 2.592 unidades habitacionais no Loteamento Residencial Cidade Jardim, no bairro José Walter. Para este empreendimento, os repasses federais totalizaram R$ 17,7 milhões. Segundo a pasta, os recursos são oriundos do Fundo de Arrendamento Residencial e atendem famílias com renda mensal de até R$ 1,8 mil.

Do Palácio da Abolição, ele seguiu para o residencial Vila do Mar, na Barra do Ceará, para acompanhar obras de habitação tocadas pela gestão municipal também com recursos federais. O ministro parabenizou a Prefeitura de Fortaleza pelo avançar das construções. A última parada foi no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para reunião de definição de prioridades do órgão.

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