Pré-candidato à Prefeitura de Fortaleza, o deputado estadual Heitor Férrer (SD) negou que pode deixar a corrida eleitoral para ocupar a vice de outro partido.
"Não serei vice", respondeu o parlamentar, que tem enfrentado dificuldades para atrair outra legenda e assim fechar uma chapa na briga pela sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Heitor foi sondado ontem pelo PT para o posto de vice da deputada federal e pré-candidata Luizianne Lins. O potencial concorrente do Solidariedade disse, porém, que sequer avalia aceitar eventual convite para uma composição que o faça deixar a titularidade.
Questionado se estudava essa hipótese de aliança com o PT, foi enfático ao rejeitar a condição. E assegurou que segue na busca de entendimento com outras forças.
Uma delas é o MDB, que decide o seu futuro eleitoral até segunda-feira, 14, antevéspera do fim do prazo legal para a realização de convenções partidárias e escolhas de nomes.
Presidente da agremiação no Ceará, o ex-senador Eunício Oliveira informou apenas que as articulações continuam e que o MDB deve apresentar em breve um quadro consolidado.
Sobre Heitor, o emedebista repetiu que uma parceria com o SD poderia fortalecer uma candidatura de centro. Ao O POVO, o deputado estadual já havia admitido que conversa com duas siglas: MDB e PT.
Cortejado, Heitor tem estado no centro das investidas nessa reta final. Para aliados de Luizianne, o pré-candidato seria um "vice de luxo". Segundo pesquisas internas encomendadas pelo PT, afirmou uma fonte, o deputado partiria do patamar de quase 10% na preferência de eleitores, atrás somente de Capitão Wagner (Pros) e da própria petista - os dois nomes com maior grau de conhecimento entre os postulantes até agora.
Vereador, Ronivaldo Maia (PT) avalia que "um vice como Heitor é muito bem-vindo" porque ampliaria a base de Luizianne e garantiria robustez à chapa.
Essa costura, no entanto, dependeria de acertos nacionais, já que, para o Solidariedade, é importante haver cabeça de chapa para tentar emplacar vereadores.
"A gente espera ainda ter êxito (na articulação). Para nós, Heitor é o que agregaria mais. Vamos insistir. Para ter força, é muito melhor para ele ser vice numa chapa forte", projetou o petista.
Caso as tentativas de convencimento de Heitor não prosperem, o PT teria poucas alternativas além de retomar diálogo com o PCdoB, que firmou chapa própria, e amadurecer as conversas com o MDB de Eunício.
Uma eventual chapa MDB/PT uniria dois nomes que "querem ver os Ferreira Gomes pelas costas", como brincou um petista que acompanha a evolução do quadro. Entre Eunício e Luizianne, o denominador comum seria uma oposição ferrenha a Ciro e Cid Gomes.
A quatro dias do encerramento das convenções, o tabuleiro eleitoral de Fortaleza permanece com muitas indefinições e peças faltantes. Outra delas é a do PSDB/DEM, que demonstra inclinação a apoiar a chapa encabeçada pelo deputado estadual José Sarto (PDT), com Élcio Batista (PSB) na vice.
Procurado nessa sexta-feira, o ex-deputado estadual Carlos Matos reafirmou seu nome, contudo. Falou que não havia retirado candidatura e que, até agora, "o PSDB não tinha se pronunciado" oficialmente.
Extraoficialmente, no entanto, o partido vai tomando posição. Enquanto a bancada tucana aderiu à candidatura de Capitão Wagner, comparecendo em peso à convenção do candidato na última segunda-feira, 7, a cúpula adia a batida do martelo, mas pende ao governismo.