De candidato isolado a nome competitivo, Heitor Férrer (SD) anunciou ontem, após receber apoio do MDB de Eunício Oliveira, que pretende se apresentar como "opção de centro" no cenário polarizado nas eleições de Fortaleza.
"Quero dar uma alternativa ao eleitor que não vota nos Ferreira Gomes, não vota no PT e não quer o Capitão Wagner", disse. Segundo ele, "existe um segmento enorme do eleitorado que não tem apreço por essas candidaturas".
Antes com dificuldade de compor uma chapa, já que lhe restavam poucas alternativas, o deputado estadual ganhou um apoio de peso a dois dias do fim do prazo eleitoral: o MDB.
Com isso, assegura musculatura, como ele disse, para chegar ao segundo turno das disputas na Capital, que deve fechar com 11 candidatos.
O parlamentar deve ser homologado hoje em convenção do SD e do MDB, a partir das 15 horas. A vice ainda não foi indicada, mas há nomes postos. Um deles é o da ex-secretária executiva de Esportes do Governo, Jade Romero.
Em Fortaleza, o MDB estará ao lado do pré-candidato a prefeito, @Heitor_Ferrer. #fortaleza pic.twitter.com/koPAyWm2xt
— Eunício Oliveira (@Eunicio) September 15, 2020
Embora já tenha afirmado que Jade concorrerá a uma vaga na Câmara de Vereadores, o MDB não descarta a representante. Outros postulantes para a vaga são os deputados estaduais Leonardo Araújo e Danniel Oliveira.
Cobiçado por PT e SD, o apoio do partido de Eunício era o fiel da balança na reta final de articulações para a formação de chapas. Sem ele, o PT deve largar sozinho, com chapa composta unicamente por membros da legenda na cabeça e na vice, ainda por ser revelada.
Para Heitor, portanto, o ganho foi substantivo. Filiado a um partido de pequeno porte, agrega a sua candidatura a estrutura e o tempo de TV e rádio que cabe ao novo aliado, além da capilaridade do MDB.
"Há poucos dias, eu dizia que estava com nada, mas, de repente, podia estar com tudo. Vinha tendo conversas com Eunício. Estava numa perna só e hoje passo a ter duas para caminhar na busca pela Prefeitura", avaliou o pré-candidato, que vai para a quarta participação em eleições municipais.
O parlamentar conta que, nessas conversas, Eunício expôs o que seriam as condições para uma aliança. A principal delas era construir uma plataforma de centro que os distinguisse dos blocos consolidados, sobretudo o PDT de José Sarto e o Pros de Capitão Wagner.
"Somos de centro, um ponto de equilíbrio entre os extremos", disse Heitor, referindo-se aos adversários de situação e de oposição em Fortaleza.
Na última semana, Heitor vinha negando que fosse se retirar da escolha para aderir a alguma chapa. Recebeu convites sucessivos do PT, mas rejeitou. E, ao reafirmar sua posição, aproximou-se de Eunício.
Ao O POVO, o ex-senador já havia sugerido como possibilidade uma aliança com Heitor na tentativa de se colocar como um "polo de centro" da eleição. Antes de decidir, no entanto, procurou o governador Camilo Santana (PT), com quem discutiu apoios.
Só depois deixou de lado Wagner e Luizianne - os opositores mais fortes à candidatura governista, na qual Camilo é representado com a presença do vice, Élcio Batista (PSB), secretário licenciado da Casa Civil. A quem lhe perguntasse, Eunício não fazia questão de esconder que apoiaria o nome que fosse indicado pelo governador.
O entendimento entre MDB e SD praticamente fecha o cenário na sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT). De incógnita agora, resta apenas a vice do PT, que deve sair dos próprios quadros da legenda.
Na véspera do encerramento do calendário para homologação, cinco candidatos já foram oficializados. Outros seis devem realizar convenção até amanhã. É o caso do PT.
Além do bloco MDB/SD, os aliados PSDB e DEM fazem hoje encontro para registrar a posição das duas siglas de apoiar José Sarto. A decisão foi anunciada ontem em evento conduzido pelo presidente tucano no Ceará, Luiz Pontes.
"Nós, do PSDB, fizemos a coisa mais certa, sem desmerecer ninguém", declarou Pontes ao pedetista, que participou do ato transmitido pelas redes.
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