O PT da deputada federal e pré-candidata Luizianne Lins chega sem alianças ao último dia do prazo legal para convenções partidárias. O partido define na manhã de hoje a vice na chapa da petista.
A convenção petista está prevista para as 19h30min, sem participação presencial. O evento será transmitido pelas redes sociais da agremiação.
Segundo a legenda, o nome que estará ao lado da parlamentar na briga para voltar a ocupar o cargo de chefe do Executivo na capital cearense sairá dos seus próprios quadros.
Presidente municipal do PT, o vereador Guilherme Sampaio admite que houve tentativas para consolidar uma ampla rede de esquerda no curso desse período, mas os esforços se frustraram.
"Nos esforçamos para construir uma aliança de esquerda, que não foi viável", disse. O dirigente considera, no entanto, que "uma chapa puro-sangue vai representar a força de Lula e do PT, que representam o campo da esquerda popular".
Listen to "Jogo Político" on Spreaker.
Sampaio avalia que uma candidatura exclusivamente formada por petistas tem "grande representatividade e chances de estar no segundo turno com um projeto democrático que tem no combate à desigualdade seu principal compromisso".
Sobre a vice, disse apenas que o partido está "discutindo e anunciaremos amanhã" (hoje). Nos últimos dias, o dirigente e a deputada federal lideraram tentativas de convencimento tanto com MDB quanto com o Solidariedade, que acabaram se aliando em torno da candidatura de Heitor Férrer.
Antes disso, o PT já havia sondado Élcio Batista (PSB), vice de José Sarto (PDT), e Anízio Melo, nome do PCdoB para a sucessão do prefeito Roberto Cláudio - a convenção comunista está agendada para esta quarta-feira, no mesmo horário da do PT.
Houve investidas ainda com o deputado estadual e hoje candidato Renato Roseno (Psol), que declinou dos convites para se lançar postulante ao Paço.
Contribuiu para esse cenário de dificuldade na busca por um vice a mudança na legislação eleitoral, que vetou composições proporcionais, impondo aos partidos que apresentassem candidaturas próprias para eleger bancadas.
À frente do PT no estado, Antônio Filho, o Conim, lamenta que não tenha prosperado uma aliança de esquerda, mas minimiza o problema. "Buscamos o diálogo. Não houve por culpa nossa. Os partidos optaram por ter candidatura e tentar crescer na cidade", respondeu.
"Independentemente disso, chegamos bem", continua o petista. "Se tivesse aliança, claro, seria melhor. Se não foi possível agora, teremos no segundo turno."
Conim aposta que, mesmo com chapa-pura, o PT tem força para chegar ao segundo turno da disputa eleitoral, etapa na qual as legendas do mesmo espectro ideológico devem se aglutinar em torno de Luizianne.
"Isso vai nos ajudar no apoio no segundo turno. As alianças que não ocorreram, vão ocorrer. E, se for como a gente imagina, um candidato de extrema-direita, se unifica todo mundo", projetou.
O petista também afirmou que a deputada federal tem figurado bem nas sondagens feitas internamente, atrás apenas do primeiro colocado, Capitão Wagner (Pros), para ele o nome a ser batido no pleito.
"Luizianne está bem posicionada nas pesquisas. O desafio é sempre manter esse crescimento. Nossa candidata tem estatura e tem experiência para fazer isso", apostou.
O POVO tentou contato com a deputada, mas foi informado pela assessoria que ela só falaria depois da convenção partidária.
Convenções
Anízio Melo (PCdoB)
Célio Studart (PV)
Luizianne Lins (PT)
Capitão Wagner (Pros)
Heitor Férrer (SD)
Heitor Freire (PSL)
José Sarto (PDT)
Paula Colares (UP)
Renato Roseno (Psol)
Samuel Braga
(Patriota)