Oito dos dez candidatos à Prefeitura de Fortaleza já solicitaram registro das candidaturas junto à Justiça Eleitoral no Ceará. Até a noite de ontem, apenas Heitor Férrer (SD) e Luizianne Lins (PT) ainda não apareciam no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a disputa deste ano.
Ao todo, cinco postulantes registraram ontem suas candidaturas: Anizio Melo (PCdoB), Célio Studart (PV), Heitor Freire (PSL), Paula Colares (UP) e Renato Roseno (Psol). O primeiro a requerer o registro foi Capitão Wagner (Pros), ainda na quinta-feira passada, seguido na sequência por José Sarto (PDT) e Samuel Braga (Patriota).
Além deles, outros 655 candidatos à Câmara Municipal já apresentaram o pedido de registro na Justiça Eleitoral. Os pedidos incluem tanto certidões negativas exigidas para a disputa quanto declarações de bens feitas pelos próprios candidatos.
Entre os oito candidatos já inscritos junto ao TSE, os dois com maior patrimônio são justamente os representantes das duas maiores coligações da disputa neste ano. Médico e parlamentar por diversos mandatos desde o final dos anos 1980, José Sarto apresentou declaração com R$ 1,5 milhão em bens, entre eles três apartamentos, uma casa e duas caminhonetes Toyota.
Há dois anos, quando foi reeleito deputado estadual, o candidato disse ter bens em cerca de R$ 2,2 milhões. Ou seja, o patrimônio do candidato encolheu 28% em dois anos.
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Ele é seguido de perto pelo policial militar e deputado federal Capitão Wagner, que declarou patrimônio de R$ 1,2 milhão, entre eles dois apartamentos e duas casas. Ironicamente, o parlamentar ganhou um dos apartamentos em 2015 em uma rifa do grupo militante de esquerda Crítica Radical, que costuma fazer sorteios do tipo em busca de financiamento.
Em 2018, os bens do deputado eram de R$ 908,7 mil. Isso representa um crescimento de quase 40% no patrimônio do deputado em dois anos.
O candidato que declarou menos bens foi o deputado federal Célio Studart (PV), que apresentou como patrimônio apenas um Fiat Uno 2011/2012 e uma caderneta de poupança, totalizando cerca de R$ 15,4 mil. Procurado sobre o valor, ele reforçou que o único bem que possui é o carro que utiliza para ações do mandato.
"Célio Studart não tem imóvel próprio, e o único bem que possui é o carro que utiliza para ações do mandato. Até o veículo que o parlamentar utiliza em Brasília é alugado com o dinheiro do próprio salário, não tendo carro oficial. Também utiliza recursos próprios para custear tratamento de animais e ações beneficentes que não publiciza", diz nota do candidato.
"Não fez dinheiro com a política, nem trabalha na iniciativa privada, por dedicação exclusiva ao mandato. O valor declarado é similar ao da eleição de 2018 quando também já era parlamentar municipal", continua.
Paula Colares (UP) e Samuel Braga (Patriota) não declararam quaisquer bens.
No protocolo previsto pela legislação, o processo de registro exige o preenchimento de dois formulários: o DRAP (Demonstrativo de Dados Partidários) e o RRC (Requerimento de Registro de Candidaturas). O normal é que o tempo médio entre o pedido de registro de uma candidatura e a sua aprovação gire em torno de 18 dias.
O prazo para os pedidos de registro vai até 26 de setembro. A especialista em direito eleitoral Raquel Machado, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), destaca que neste período os candidatos ainda não podem pedir votos ou realizar atos de campanha.
"É como antes. Campanha mesmo só depois do fim do prazo para registro", afirma. A campanha de rua será liberada em todo o País apenas a partir de 27 de setembro.
Os bens dos candidatos
Patrimônio declarados até agora por candidatos à Prefeitura de Fortaleza:
Sarto (PDT):
R$ 1,5 milhão
Cap. Wagner (Pros):
R$ 1,2 milhão
Heitor Freire (PSL):
R$ 447 mil
Renato Roseno (Psol): R$ 373,3 mil
Anizio Melo (PCdoB):
R$ 300 mil
Célio Studart (PV):
R$ 15,4 mil
Paula Colares (UP) e Samuel Braga (Patriota) não declararam bens
Luizianne Lins (PT)
e Heitor Férrer (SD) ainda não aparecem
no sistema da
Justiça Eleitoral