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Quem são os dez candidatos a prefeito de Fortaleza
Reportagem

Quem são os dez candidatos a prefeito de Fortaleza

As forças políticas estão posicionadas com o fim as convenções. O POVO consultou cientistas políticos para saber o saldo para as 10 candidaturas após fase de negociações
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Mesmo com a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, as contas públicas de Fortaleza mantiveram-se equilibradas ao longo deste ano (Foto: Sandro Valentim)
Foto: Sandro Valentim Mesmo com a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, as contas públicas de Fortaleza mantiveram-se equilibradas ao longo deste ano

Foram 17 dias disponíveis para que forças políticas de Fortaleza que querem o Executivo pudessem negociar apoios, acomodar interesses, ganhar musculatura e enfraquecer adversários. O jogo em busca da cadeira atualmente ocupada pelo prefeito Roberto Cláudio (PDT) já tem as peças posicionadas com o encerramento das convenções partidárias, ontem.

A corrida eleitoral na Cidade terá dez postulantes, dois a mais do que em 2016. As duas maiores alianças estão na polarização entre José Sarto (PDT) e Capitão Wagner (Pros). Juntos, estes dois adversários somam 19 legendas.

A vantagem numérica é de Sarto, com uma adesão a mais do que Wagner (10 a 9). Em termos de peso dessas alianças, o presidente da Assembleia Legislativa também sai na frente. As bancadas federais das siglas que o apoiam são maiores e vão conferir mais que o dobro do tempo de televisão e rádio em relação ao opositor, como já mostrado por O POVO na edição da última segunda-feira.

A configuração agora posta ficou perto de ser outra. O bloco DEM-PSDB, que acabou pendendo para o PDT, negociou com Wagner até a semana passada, pelo menos. Seria a cereja no bolo das articulações do policial da reserva. Espécie de ganho duplo para o governismo, então: fechar apoio de peso e tirá-lo da rota de um adversário.

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Outra postulação que garantiu fôlego para a disputa foi a de Heitor Férrer (Solidariedade). As declarações públicas do parlamentar refletiam desânimo com o estado de isolamento, que perdurou até os finalmentes. Até que na última segunda-feira recebeu aceno positivo do MDB de Eunício Oliveira.

Na inviabilidade de liderar uma coalizão de centro-esquerda, a ex-prefeita e candidata Luizianne Lins (PT) fez movimentos ao centro, tanto na direção do MDB como na do Solidariedade. Isolada, foi ontem para a convenção com "chapa pura", a vice ocupada pelo tesoureiro do partido Vladyson Viana.

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Coordenadora do curso de Ciências Sociais da UFC e pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem), Monalisa Soares avalia que a solidão petista, a princípio negativa, por outro lado libera o partido para ir mais energicamente em direção aos segmentos progressistas da Cidade incomodados com as concessões que a legenda fez a setores do centro ou mesmo da direita em anos passados.

"A Luizianne é boa candidata para fazer essa performance. Ela gosta de estar situada nesse campo, é um lugar confortável de discurso para ela", considera a docente, lembrando, porém, que nesse movimento em direção às raízes a petista encontrará o Psol de Renato Roseno, que hoje "tem vantagem mais ideológica". A agremiação socialista não se aliou a segmentos incompatíveis com as próprias bandeiras, ela destacou.

Cleyton Monte, professor universitário e também pesquisador do Lepem, avalia que a petista vive maior dificuldade agora do que em 2004, quando saiu praticamente sozinha, inclusive sem o apoio do então presidente Lula. "Naquele momento ela se engajar num papel de novidade. Agora, é mais difícil, é uma figura que foi prefeita duas vezes e é deputada federal", considera.

Sobre a aliança de Férrer, Monte aponta que o apoio do MDB também advém do perfil dos pré-candidatos a vereador, geralmente escutados pelo comando da agremiação. "É um discurso atraente para a classe média. (...) Acredito que ele vai ser um candidato que vai sim ter um peso importante."

Soares, por sua vez, pensa que "o que chamou atenção é que foi uma aliança inusitada, e que aconteceu quando a gente menos esperou". Ela concorda que com isso Férrer se tornou viável.

A docente afirma não ser precipitada a leitura de que Wagner reúne favoritismo não só pela fragmentação da esquerda, mas pela base acumulada no decorrer dos últimos dez anos. Além da relação de confiança com os membros das forças de segurança e com as famílias destes profissionais.

Em tese, ela prossegue, Wagner e Heitor Freire (PSL) disputarão os mesmos segmentos. Ambos têm estrutura para a campanha, mas a diferença assinalada por Monalisa é de que o policial tem o apoio das lideranças bolsonaristas e, anterior a isso, base mais orgânica de seguidores.

No campo do governismo, Cleyton analisa que à chapa Sarto-Élcio, de início, caberá o trabalho para se tornar conhecida do eleitor, assim como é pelo mundo político. Como Wagner é o candidato a ser batido, ele pontua, é importante fazer uma campanha sem "queimar pontes" com nomes como Luizianne e Férrer. "Pelo que vejo, Sarto é um perfil conciliador, tal qual Roberto Cláudio. Não vejo nele postura agressiva ou beligerante, não."

 

Calendário

Passada a fase de convenções partidárias, a Justiça Eleitoral vai julgar se as candidaturas poderão entrar na disputa ou não, etapa que vai até 26 de setembro. A partir do dia seguinte começa a propaganda eleitoral gratuita na rádio e na TV

 

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