A Justiça Eleitoral, por meio da 94ª Zona Eleitoral de Fortaleza, concedeu, na manhã de ontem, liminar a favor da representação proposta pelo candidato à Prefeitura de Fortaleza Heitor Férrer (SD). A decisão impõe que o adversário na disputa na Capital, Heitor Freire (PSL), utilize nome completo durante a propaganda nas Eleições 2020. O caso é mais um desdobramento da disputa pelo nome Heitor cujo início ocorreu na última quarta-feira, 30.

Segundo Férrer, o nome de campanha "Heitor 17" é usado pelo adversário para confundir o eleitorado. Na quarta-feira, dia em que entrou com representação na Justiça, o candidato do Solidariedade afirmou que tinha "30 anos de carreira política" e não queria ser confundido com Freire que "nasceu na política ontem". "Liguei para o advogado para ele ver uma ação para determinar o óbvio, que ele use Heitor Freire", disse o deputado estadual.

Na manhã de ontem, assim que tomou conhecimento da liminar, Freire gravou um vídeo para as redes sociais. No material, compartilhado no Instagram e Facebook, ele reforçou que acredita na Justiça e que não mudaria seu nome de batismo. O líder do PSL no Ceará, no entanto, subiu o tom, afirmando que sua campanha "incomoda os velhos barões da esquerda", em menção à Férrer, o qual também foi chamado de "xará".

"Xará, tá pra nascer ainda o cabra que vai me impedir de usar o nome que minha mãe e meu pai me deram. Os donos do poder como você (Férrer) que estão aí faz tempo não querem aceitar que agora é a hora é a vez do povo em Fortaleza. Eles estão incomodados porque sacaram que a mudança chegou na nossa cidade", disse Freire.

Heitor Férrer, em resposta ao adversário, rebateu as declarações. "O deputado me perguntou se eu queria que ele se batizasse de novo. Longe de mim tamanha pretensão, que ele mude seu nome de batismo. O que eu quero é justamente o contrário, é que ele use seu nome de batismo assim como eu uso o meu", afirmou.

Segundo a ação judicial, caso Freire não retire o nome "Heitor 17" das divulgações eleitorais no prazo máximo de 48 horas e coloque o nome completo, a multa prevista é de R$ 1.000 por dia. O candidato tem dois dias para apresentar defesa.

A decisão liminar é baseada no art.12, incisos II e III, da Lei 9.504/97, no qual a Justiça Eleitoral poderá exigir do candidato "prova de que é conhecido por determinada opção de nome por ele indicado, quando seu uso puder confundir o eleitor. Também poderá indeferir todo pedido de variação de nome coincidente com nome de candidato a eleição majoritária."

Além de divulgar o vídeo no qual respondeu à atitude de Férrer, o deputado federal participou, durante a manhã, de gravação de programas eleitorais. À noite, esteve em inauguração de comitê de candidata a vereadora, no bairro José Walter.

Férrer, por sua vez, passou todo o período da manhã cuidando de questões de saúde. À tarde, visitou o Hospital Psiquiátrico de Messejana com candidato a vereador.