Um dia depois da divulgação do resultado da pesquisa O POVO/Datafolha, as candidaturas que lideram a consulta de intenção de voto para a Prefeitura de Fortaleza trocaram farpas durante atividades de campanha nesse domingo, 18.

Candidato do Pros e líder da pesquisa, com 33% da preferência do eleitorado, Capitão Wagner acusou o grupo de José Sarto (PDT) de criar um "gabinete do ódio" para disseminar fake news contra ele.

"Já está muito claro para a gente que foi criado um gabinete do ódio do lado de lá", disse, sem citar o bloco governista. "Vídeos são editados, compartilhados nas redes sociais de forma muito forte e intensa. Essa estrutura não é espontânea, ela é paga e o que a gente espera é que a Polícia Federal e as instituições possam fiscalizar o que está acontecendo e adotar as medidas cabíveis."

Para o postulante, essa estratégia adotada por adversários "é sinal de que eles estão usando mecanismos ilegais para nos atacar e nós estamos usando o que a lei permite", falou enquanto participava de ato na avenida Leste Oeste.

Ainda conforme o parlamentar, o quadro apresentado pelo Datafolha é o que mais se parece com nossas pesquisas internas contratadas pelo Pros. "Ficamos felizes com o resultado. É a quarta divulgada e em todas as quatro saímos em primeiro lugar. Mas pesquisa é de intenção, precisamos fortalecer esses votos, consolidar esses votos e garantir a estada no primeiro turno ou quem sabe ampliar para vencer no primeiro", concluiu.

Em caminhada no bairro Lagoa Redonda, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) respondeu ao deputado federal e concorrente na disputa pela sucessão ao Paço.

"Capitão Wagner falar de ódio?", ironizou o gestor. "Ele se forjou na política alimentando o ódio. A trajetória do Wagner é ligada a dois motins de polícia, a uma política de agressão e de ataques. A nossa, pelo contrário, é forjada na paz e amor a essa cidade."

Em seguida, o prefeito comentou o desempenho de Sarto na pesquisa Datafolha. "Nosso candidato só tem crescimento a cada dia, fortalecendo sua presença. A cada vez que a população conhece mais o Sarto, suas propostas e seus apoios, essa demonstração da rua é crescente", avaliou.

O prefeito acrescentou: "O mais importante é o crescimento saudável. Se pegar os dados do Sarto do começo da campanha até agora, foi o candidato com maior crescimento, todo dia é uma luta com muito trabalho, fé e esperança".

Na sondagem, o pedetista aparece em terceiro lugar, com 15% das intenções de voto, atrás de Wagner e da deputada federal Luizianne Lins (PT), que detém 24% - nove pontos à frente do nome do governismo.

Ex-prefeita, Luizianne analisou o resultado da consulta, que a mostra consolidada na vice-liderança da corrida eleitoral. "Acredito que isso seja de fato um reconhecimento de que nós fizemos políticas públicas importantes que dialogaram com a cidade", respondeu.

"Ao mesmo tempo", prossegue a candidata, "é a cidade que quer ter alguém comprometido com as pessoas, que precisa ter um governante que de fato olhe para a cidade como um todo, olhe para os bairros periféricos do mesmo jeito que olha para a área nobre".

Sobre o cenário para a reta final da campanha em Fortaleza, Luizianne declarou que sua candidatura tem "uma preparação muito clara de ida para o segundo turno a partir do legado e da memória histórica do que representou nosso governo para o povo de Fortaleza".

A ex-gestora ressalva, porém, que a temperatura política da disputa deve se elevar nos próximos dias na esteira do resultado da pesquisa e da proximidade do dia 15 de novembro, data do primeiro turno.

"Só fico preocupada porque acredito que agora a baixaria certamente vai começar", criticou. "Com a nossa posição, de 24%, ou seja, um quarto do eleitorado, estamos nos preparando fortemente, inclusive com aparato jurídico nacional que o PT está proporcionando para poder combater as fake news."

A petista arremata: "Eu, mais do que ninguém, vou ficar muito atenta com relação às maldades de quem não tem proposta e não tem o que apresentar e acha que vai crescer derrotando ou derrubando reputações de candidatos". (colaborou Filipe Pereira)