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Camilo entra nas articulações para tentar aproximar PT de Sarto
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Camilo entra nas articulações para tentar aproximar PT de Sarto

| Fortaleza | Governador tenta fechar aliança entre PT e PDT na gestão Sarto
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GOVERNADOR entrou em campos nas articulações (Foto: BARBARA MOIRA)
Foto: BARBARA MOIRA GOVERNADOR entrou em campos nas articulações

O governador do Estado Camilo Santana entrou mais fortemente nas articulações a fim de tentar aproximar o Partido dos Trabalhadores (PT) do prefeito eleito de Fortaleza, José Sarto (PDT).

A informação é de uma fonte petista que acompanha as discussões sobre a posição da legenda em relação ao governo do pedetista. Sarto será empossado no comando da Prefeitura na sexta-feira, dia 1º de janeiro de 2021, tendo como vice Élcio Batista (PSB), uma indicação do chefe do Abolição.

Segundo interlocutor do Governo, Camilo teria assumido essa costura desde a semana passada, quando intensificou conversas com correligionários para apaziguar ânimos, mas também para discutir os termos de uma possível entrada na gestão.

A intenção é aparar as arestas entre a sigla do governador e o novo prefeito, sobretudo depois do primeiro turno das eleições de 2020, etapa na qual petistas se queixaram de campanha dura do governismo contra a então candidata Luizianne Lins, do partido.

Hoje, o PT decide em reunião do diretório municipal se embarca na administração de Sarto em Fortaleza ou se lhe fará oposição na Câmara de Vereadores. Internamente, a tendência da agremiação é de continuar longe do Palácio do Bispo, mas mantendo bom diálogo com o sucessor de Roberto Cláudio (PDT).

Questionado se ainda havia possibilidade de entendimento entre o PT e Sarto, no entanto, um petista graduado assegurou que "alguns problemas começaram a ser tratados (entre os dois)" depois da entrada de Camilo, "mas depende de muita coisa para ser superada (essa dificuldade)".

"A atuação do Camilo tem um peso, mas obviamente o peso da fala dos vereadores vai ser considerado. Vamos aguardar até amanhã (hoje)", relatou a fonte, que lembrou que os três vereadores postulam que o PT fique na oposição.

Esse seria o papel do governador: reduzir a distância, seja pavimentando o caminho rumo à base, seja assegurando que a legenda faça uma oposição menos incisiva no Legislativo, sem engrossar o coro da oposição à direita de partidos como Republicanos, Pros e Podemos.

Outra fonte ressalvou, porém, que "não tem como discutir Fortaleza hoje sem pensar em 2022, sem pensar o cenário estadual e o cenário nacional", ou seja, as eleições para governador, deputado estadual e federal e presidente.

À mesa, portanto, estariam negociações para a sucessão do próprio Camilo dentro de dois anos, para a qual o PDT já sinalizou que pode lançar RC. Nesse caso, em hipótese de vitória, a legenda trabalhista controlaria Governo e Prefeitura, ainda que tivesse um petista como vice no Estado e um "camilista" como vice no município?, perguntam-se parlamentares.

Há ainda o receio de que uma adesão a Sarto agora esvazie o discurso de virtuais candidatos à Assembleia Legislativa do Ceará em 2022, um projeto que pode estar nos planos de vereadores da sigla, ou mesmo de reeleição.

Contudo, apesar dessas indefinições e de uma tensão permanente quando se trata da relação entre PT e PDT na capital cearense, existe uma aposta em que, mesmo que o partido decida por se firmar no campo oposicionista, "será uma oposição com mais diálogo" do que tem sido com o governo Roberto Cláudio.

 

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