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Em reação a CPI das associações, deputado quer grupo para investigar facções
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Em reação a CPI das associações, deputado quer grupo para investigar facções

AL-CE| Em meio a articulação de deputados para instalação de CPI sobre associações de militares, Soldado Noelio cobrou apuração sobre atuação de facções no Estado
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 CPI  pode ser instalada na para investigar atuação de associações de PMs durante o motim de 2020
 (Foto: Junior Pio / AL-CE Divulgação)
Foto: Junior Pio / AL-CE Divulgação  CPI pode ser instalada na para investigar atuação de associações de PMs durante o motim de 2020

O deputado estadual Soldado Noelio (Pros) anunciou que começou a reunir assinaturas para que seja instalada uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) para investigar atuação de facções criminosas no Estado. A iniciativa foi revelada logo após ser confirmada articulação na Casa pela instalação de uma CPI para investigar associações de policiais militares no Estado.

Uma das lideranças da categoria, Noelio divulgou nas redes sociais vídeos denunciando regiões da periferia de Fortaleza que tiveram seus moradores expulsos por facções criminosas. Na última terça-feira, 10, outra liderança de militares, o deputado Capitão Wagner (Pros) criticou a articulação da CPI das associações no plenário da Câmara dos Deputados.

“Parece que querem copiar a fórmula de criar CPI para desgastar o adversário. Deu certo no Senado, então estão querendo articular uma para investigar, vejam só que absurdo, as associações de profissionais de segurança pública”, disse. Nos vídeos divulgados ontem, Noelio destaca que facções são o que “realmente precisa de investigação”.

Ouvidas pelo O POVO, lideranças da base de Camilo Santana (PT) minimizam a proposta. Além de afirmar que a oposição não possui assinaturas para o grupo, elas criticam a própria proposta em si, destacando que o governo tem realizado diversas operações contra facções. Apenas nos últimos meses, dizem, foram três, com dezenas de prisões.

CPI que busca investigar o financiamento de associações militares, no entanto, pode ter novidades já nas próximas semanas. A proposta, que tramita na Casa desde o ano passado, voltou à pauta após reportagem do O POVO desta segunda-feira revelar que a Justiça determinou a quebra de sigilos fiscal e bancário de pessoas físicas e jurídicas em apuração sobre o motim de militares ocorrido em fevereiro de 2020 no Ceará.

A proposição de CPI avaliada foi protocolada ainda em fevereiro do ano passado por Romeu Aldigueri (PDT), com assinaturas de 31 deputados. No pedido, o parlamentar afirma que associações ligadas a policiais e bombeiros militares teriam agido como "sindicatos" durante a paralisação de 2020, o que desrespeitaria a legislação militar em vigor.

Em vídeos nas redes sociais, Soldado Noelio destacou expansão de facções, criticou omissão do governo sobre o tema e destacou que irá procurar deputados na AL-CE para tratar de CPI sobre o caso. Nas gravações, o deputado também fez uma série de críticas à imprensa, que não estaria, segundo ele, dando atenção devida ao assunto.

Há vários anos, O POVO tem tratado do crescimento de facções criminosas no Ceará de forma extensiva em sua cobertura jornalística. Com produção sobre o tema ocorrendo quase diariamente, foram dezenas de manchetes e conteúdos especiais denunciando o avanço do crime organizado sobre bairros da Capital e no Interior do Estado.

Recentemente, O POVO lançou o documentário Guerra sem Fim, que trata dos impactos das facções criminosas para a população cearense. A segunda temporada, disponível na plataforma multistreaming O POVO+, foi lançada em 27 de julho.

ASSISTA AO TEASER DA SEGUNDA TEMPORADA DO GUERRA SEM FIM

Em janeiro de 2018, O POVO produziu com exclusividade a série de reportagens especiais Refugiados Urbanos, que trata da expulsão de moradores de regiões dominadas pelo crime organizado.

Antes, em outubro de 2017, foi produzida outra série de reportagens sobre o tema, Guerra nos Territórios, que tratava da disputa entre facções criminosas por áreas de Fortaleza, com olhar especial sobre os impactos dos conflitos para a população. Em todas essas reportagens, O POVO manteve cobertura constante sobre os temas relacionados à violência urbana e organizações criminosas.

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