Logo O POVO+
Senado aprova adiamento das eleições para 15 de novembro
Reportagem

Senado aprova adiamento das eleições para 15 de novembro

Segundo turno fica agendado para 29 de novembro segundo PEC aprovada ontem. Para que novas datas passem a valer, basta aval da Câmara dos Deputados, que deve votar proposta amanhã
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
SESSÃO de ontem aprovou PEC relatada pelo senador Weverton Rocha (ao centro) (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado SESSÃO de ontem aprovou PEC relatada pelo senador Weverton Rocha (ao centro)

O plenário do Senado Federal aprovou ontem em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 18/2020 que adia a data das eleições municipais em 42 dias, de 4 de outubro para 15 de novembro. Eventuais segundos turnos, de acordo com o texto aprovado, antes marcados para 25 de outubro, passarão a ser realizados em 29 de novembro. Na sessão de ontem, foram 67 votos favoráveis à proposta, sete contrários, além de uma abstenção.

A sequência da tramitação é na Câmara dos Deputados, Casa em que a medida requer 308 apoiadores de um total de 513. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou ao fim da votação que o texto seria remetido para a Câmara ainda ontem.

Novas datas definidas

Se tudo ocorrer bem, disse Alcolumbre, a Câmara vota a PEC já nesta quinta-feira, 25, e a sessão solene para promulgação do texto sendo realizada no dia seguinte. A PEC não necessita de sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A medida foi pensada e discutida como modo de atenuar a transmissibilidade do novo coronavírus, que já matou mais de 52 mil brasileiros e se propaga mais facilmente em ambientes com aglomerações. No Ceará, de acordo com números da Secretaria da Saúde (Sesa) de ontem, eram pouco mais de 98 mil infectados e 5,7 mil mortos. Trabalha-se com a hipótese de uma curva de contágio que permita a realização de eleições em novembro.

Se o quadro não for favorável no dia de votação em algum município, o pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá determinar novos dias para o pleito, com data limite para 27 de dezembro. No caso de toda uma região estar impossibilitada de escolher os novos representantes, o TSE e as casas legislativas de Brasília deverão dar o veredito para novas alterações.

Outros prazos também foram definidos no relatório do senador Weverton Rocha (PDT-MA). A partir de 11 de agosto passa a ser proibida transmissão de programas televisivos apresentados ou comentados por pré-candidatos. A PEC estipula também que entre 31 de agosto e 16 de setembro sejam a realizadas convenções para escolha dos candidatos pelos partidos e a deliberação sobre coligações. Essas convenções serão online, conforme decisão do TSE do dia 4 deste mês.

Uma das vozes discordantes das diretrizes aprovadas, o senador e líder do PP, Ciro Nogueira (PI), afirmou que o "adiamento por 30 dias não resolve essa situação. A campanha já começou, nós vamos apenas estender o tempo dessa campanha."

Ele defendeu o adiamento para 2022 sob justificativa de que o pleito este ano "vai prejudicar a população, nós vamos perder vidas nessa eleição." Se puseram ao lado de Nogueira líderes partidários como Álvaro Dias (Podemos-PR) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que liberaram as bancadas para votar seguindo critérios particulares.

O relator Weverton Rocha, por sua vez, alegou durante a sessão remota que o relatório é fruto de reuniões com especialistas das diversas áreas, desde o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, até o infectologista David Uip e o microbiologista Átila Iamarino.

"Se amanhã, porventura, com todas as opções que foram dadas, chegar aqui a mesma República e disser que infelizmente não deu para vencer essas etapas, piorou, estamos sem condições de realizar eleição, é um outro momento", argumentou Rocha. E advertiu ainda que a discussão tem que mirar "um grande acordo com A maiúsculo, não com C de casuísmo. Não posso usar a pandemia para prorrogar o mandato de quem quer que seja."

Vice-líder do PSDB no Senado, o cearense Tasso Jereissati votou com o relator, "acompanhando o bom-senso, o que recomendam todos os sanitaristas, os infectologistas." "Sem dúvida nenhuma é o adequado a esse momento que nós vivemos."

Listen to "Jogo Político" on Spreaker.

 

O que você achou desse conteúdo?