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Associação reúne produtoras em prol do desenvolvimento do audiovisual no Ceará
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Associação reúne produtoras em prol do desenvolvimento do audiovisual no Ceará

Com lançamento oficial nesta quarta, 7, associação Ceará Audiovisual Independente reúne mais de 30 produtoras do Estado em busca de representação e articulação
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Associação de produtoras do Ceará, Ceavi reúne mais de 40 integrantes (Foto: divulgação)
Foto: divulgação Associação de produtoras do Ceará, Ceavi reúne mais de 40 integrantes

"A atuação da Ceará Audiovisual Independente (Ceavi) é estratégica e tem como missão principal o desenvolvimento da indústria". É assim que o produtor Roger Pires, da Nigéria Filmes, define o principal papel da Ceavi, associação de produtoras cearenses que já reúne mais de 30 integrantes e terá lançamento oficial nesta quarta-feira, 7, na sede do Sebrae Ceará. A organização busca atuar na representação das empresas e na articulação entre elas e os setores público e privado.

Apesar de estar sendo lançada somente em 2023, a Ceavi existe há pouco mais de um ano. "Nós nos reunimos para que a gente possa levar à frente um projeto para o Estado, em que a gente possa ter uma indústria do audiovisual", resume Neil Armstrong, da produtora Lunart e um dos membros do conselho fiscal da associação.

A oficialização que ocorre agora, com o lançamento da organização à sociedade, é um passo a mais nas ações do grupo. Na ocasião do evento, haverá uma homenagem da entidade ao produtor Rosemberg Cariry, destacado como presidente de honra da Ceavi.

"(O lançamento) é simbólico pois mostra a força do setor e é um ato que cria legitimidade, quer seja na luta por políticas públicas mais consistentes, quer seja no diálogo com os legisladores ou diretamente com o mercado", destrincha Raylane Neres, da Argumento Produções, também integrante da atual diretoria.

"A gente sentia a necessidade de ter uma associação em que pudesse ter mais representatividade junto aos órgãos públicos, mas também ao setor privado, com quem a gente quer dialogar e atrair", aponta Roger.

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"Ter uma organização que reúne e articula tantas produtoras faz com que as instituições com as quais a gente dialoga percebam a nossa representatividade. Não somos mais um ou dois produtores que vamos bater à porta, mas somos vários que acreditam em determinadas estratégias, táticas e ideias", ressalta o presidente.

A Ceavi já vem se organizando, por exemplo, junto à discussão da Lei Paulo Gustavo, a partir da qual o Ceará receberá R$ 178 milhões em recursos — sendo R$ 96 milhões para o ente estadual e R$ 82 milhões para os municípios do Estado.

Os valores vêm diretamente do Fundo Nacional de Cultura e do Fundo Setorial do Audiovisual. A lei, vale ressaltar, irá contemplar todos os segmentos culturais, mas dando ênfase ao investimento no audiovisual, com alíneas específicas para o setor. "A gente tem debatido, estudado e pensado formas de como distribuir esses valores da melhor maneira", compartilha Roger.

O atual cenário, ele ressalta, é de "um novo rumo e uma nova esperança". "Foram anos muito complicados, sem investimento público em cultura e arte principalmente em âmbito federal, e isso faz com que também a gente se movimente, reivindique e esteja presente", contextualiza.

Apesar dos horizontes positivos antevistos pela entidade, os membros ressaltam demandas que seguem em aberto. "Uma das nossas reivindicações é ter a Ceará Filmes, uma agência autônoma que possa gerir, estimular e potencializar o audiovisual no Estado", destaca Roger, citando o Programa Estadual de Desenvolvimento do Cinema e Audiovisual. A política cultural do Governo do Estado foi anunciada em 2017, estabelecida como lei em 2021, mas ainda não está totalmente concretizada.

"Tivemos tempos muito difíceis onde ficou mais evidente a necessidade e a oportunidade que pode ser não depender apenas de editais", ressalta Roger. "A principal demanda é a criação e/ou fortalecimento de mecanismos que permitam o diálogo entre as produtoras e o mercado audiovisual do Ceará, minimizando, no curto prazo, a dependência dos escassos e insuficientes editais públicos", dialoga Raylane.

A despeito das dificuldades enfrentadas nos períodos mais recentes, o audiovisual cearense teve, nos últimos dez anos, um período de força qualitativa e quantitativa fruto de políticas construídas anteriormente. Foi, como define Roger, um "momento de resultados consistentes" que inclui prêmios internacionais, nacionais e regionais, além de profusão de estreias de filmes e séries.

"Isso faz com que a gente reivindique um setor ainda mais estruturado, principalmente para que a gente não dependa apenas de editais e que a gente consiga — junto à iniciativa privada e às políticas de subsídio — trazer investimentos para as produções cearenses", afirma o diretor.

"A gente está exportando filmes e séries, ganhando prêmios nacionais e internacionais. A ideia é que a gente possa alavancar cada vez mais nosso audiovisual, dando oportunidade para mais e mais pessoas", arremata Neil.

Lançamento da Ceavi

  • Quando: quarta, 7, às 19 horas
  • Onde: auditório do Sebrae Ceará, avenida Monsenhor Tabosa, 77, Centro)
  • Mais informações: @ceaviceara

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