Leonardo Leal Mello da Silva, galerista idealizador da Galeria Leonardo Leal, despertou a paixão pela arte ainda na infância. Mesmo com a vinda dos pais para o Ceará, suas raízes familiares se mantiveram no Rio de Janeiro, tornando "obrigatório" seu retorno à capital fluminense durante as férias.
Nela, costumava ter uma programação quase que ritualística com os pais, visitando museus e exposições de arte. Tal prática o incentivou, desde muito novo, a nutrir o interesse pelo universo artístico.
"Sempre que chegávamos ao Rio tínhamos um itinerário pré-programado, nós visitamos todos os anos os mesmos museus e eu sempre tinha uma sensação de novidade, de que vi algo que não tinha visto antes. Então foi uma coisa que foi inserida em mim pela família desde a infância", compartilha o galerista.
A Galeria Leonardo Leal, que desponta com a proposta de ser um espaço para divulgação de artistas fortalezenses, além de dar lugar a nomes do Brasil afora, surgiu a partir do interesse do próprio Leonardo em colecionar obras. Aos poucos, a coleção foi se construindo de maneira orgânica.
"Comecei a montar uma pequena coleção e ela foi se construindo em paralelo à amizade com os artistas", explica. O galerista segue: "Em um determinado momento, parte dos artistas disseram: 'Você deveria montar uma galeria e representar a gente'. Então o fiz. Acabou sendo algo que nasceu de maneira natural, fui levado até a galeria".
Entre os artistas que expõem na Galeria Leonardo Leal hoje, estão alguns nomes como Arrudas, Artur Bombonato, Cadeh Juaçaba, Cecília Bichucher, Diego de Santos e Francisco de Almeida, entre outros.
Segundo Leonardo, a maior dificuldade que grande parte dos artistas visuais enfrentam é não conseguir encontrar caminhos para se sustentar a partir do próprio trabalho. "Eles estão encontrando perspectivas. É difícil ter perspectiva de ver a arte como uma carreira. Hoje, alguns já começam a ver a possibilidade de viver de arte, o que abre novos caminhos", afirma.
O galerista também acredita na ascensão artística do Estado e no crescimento da visibilidade da arte do Ceará. "Há um frescor na arte cearense. Por isso mesmo ela tem chamado muita atenção fora. O que nossos artistas têm produzido ficou por tanto tempo desconectado do que acontece nos outros grandes centros que hoje se mostra novo, mesmo se utilizando de recursos antigos", aponta.
As instituições de arte no processo de divulgação e financiamento são ressaltadas pelo galerista. "A chegada da Pinacoteca (do Ceará, inaugurada em dezembro de 2022), a criação de novos espaços artísticos... Você vai à Caucaia, encontra espaços artísticos. Você vai para Cascavel e tem o Museu de Arte de Cascavel. São vários movimentos, de pequenos a grandes, que vem fazendo com que haja uma mudança significativa no crescimento da arte cearense. Estamos pavimentando o começo de uma nova estrada", conclui.
Galeria Leonardo Leal
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