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Preço Comparado: produtos da cesta básica variam até R$ 85 entre supermercados
Reportagem Seriada

Preço Comparado: produtos da cesta básica variam até R$ 85 entre supermercados

Agregador de preços do Preço Comparado aponta variação média de 16% entre uma mesma cesta de produtos a depender do supermercado

Preço Comparado: produtos da cesta básica variam até R$ 85 entre supermercados

Agregador de preços do Preço Comparado aponta variação média de 16% entre uma mesma cesta de produtos a depender do supermercado
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Os produtos da cesta básica variaram até R$ 85 a depender do local de compra, em abril. Os valores se estenderam entre R$ 529,78 a R$ 614,36. As informações fazem parte de levantamento realizado pelo Preço Comparado, iniciativa do O POVO em parceria com o Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza).

A diferença entre o estabelecimento mais barato, o Novo Cordeiro Supermercados, e o mais caro, o Supermercado Brasileiro, é de 16%.

Acesse aqui o agregador do Preço Comparado

O recorte de preços sobre os itens da cesta básica é uma das possibilidades disponíveis no agregador de preços do projeto Preço Comparado.

A ferramenta lançada oficialmente nesta terça-feira, dia 13, dentro das comemorações dos cinco anos do OP+ disponibiliza filtros, acompanhamentos de valores e mapa interativo para auxiliar na jornada de compras do dia a dia.

O ESTUDO analisou 51 redes de supermercados no Ceará(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O ESTUDO analisou 51 redes de supermercados no Ceará

A diretora de jornalismo do O POVO, Ana Naddaf, explica que o Preço Comparado é um projeto que tem como base a educação financeira. 

"O intuito principal é ser um serviço mensal que auxilia nosso leitor a economizar e controlar gastos. E, nesta segunda fase da parceria com o Procon, pretende ser uma ferramenta (o agregador é uma espécie de “lupa”) para conhecer o comportamento de preços e ofertas nas principais redes de supermercados de Fortaleza. Informação para que nosso assinante tome decisões financeiras de forma consciente e eficaz. É economia na prática. E mostra um dos principais ativos do jornalismo O POVO: o serviço", explica.

 

 

Pesquisa de preços de cem produtos a um clique 

Mensalmente, o Procon Fortaleza pesquisa o preço de 100 produtos em 36 estabelecimentos. O POVO disponibiliza os dados da pesquisa, em diferentes recursos de mídia, de forma que é possível pesquisar produto a produto as oportunidades de oferta dentre os supermercados.

É importante pontuar que, neste recorte específico da cesta básica,  apenas 11 supermercados possuem todos os itens da cesta disponíveis. Em 13 supermercados faltou um produto; em seis supermercados faltaram dois. Em cinco supermercados faltaram três itens e em um supermercado (Frangolândia) faltaram quatro.

Eneylândia Rabelo, presidente do Procon Fortaleza, destaca que a parceria entre a entidade e O POVO é importante para o consumidor da Capital por ofertar uma ferramenta importante para o dia a dia de consumo, especialmente dos itens mais básicos e necessários.

"Essa ferramenta de pesquisa é muito importante para fazer esse comparativo e observar se onde ele compra os produtos estão, pelo menos, dentro da margem mais baixa dos valores", aponta.

 

Preços da cesta básica nos supermercados de Fortaleza

 

Para a presidente do Procon Fortaleza, a parceria com O POVO potencializou o alcance das pesquisas historicamente realizadas pelo órgão. "Através da imprensa, temos um olhar diferenciado sobre esse comparativo de preços. E só quem tem a ganhar com essa parceria é o consumidor".

Ainda conforme Eneylândia, além do acompanhamento de preços para encontrar o melhor local para realizar as compras, os consumidores também podem utilizar os dados como prova para garantir seus direitos em caso de aumentos abusivos, exemplifica.

Supermercado(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil Supermercado

Além do recorte dos 12 itens da cesta básica, a pesquisa mensal abrange um total de 100 mercadorias. As informações mostram que a variação para coisas idênticas chegaram a 300%, a depender do ponto de venda escolhido.

Segundo o comparativo, que levou em consideração quase uma centena de bens, a variação média chega a 100%. Ou seja, um mesmo item pode custar duas vezes mais a depender do supermercado.

Os dados fazem parte do levantamento do Preço Comparado relativo ao mês de abril. O caso que mais chamou atenção foi o do quilo do abacate, que custou entre R$ 3,49, no Super Israel, até R$ 13,99, no GBarbosa. A diferença é de 300%.

 

As diferenças entre preços de produtos similares - por supermercado

 

Segundo os dados, em geral, são as frutas que apresentam as maiores discrepâncias. Por outro lado, mercadorias industrializados, como refrigerantes e lácteos apresentam as menores variações.
Exemplos dessa menor variação são o refrigerante Coca-Cola 2 litros e o Nam 2 - Nestlé 400 gramas, com variações de 6% e 8%, respectivamente, a depender do ponto de venda.

Em seu levantamento mensal - que aponta o preço médio da cesta básica nas principais capitais brasileiras, o Dieese apontou que o valor em Fortaleza chegou a R$ 746,52, alta de 2,62% em um mês e de 10,8% no ano. O avanço na Capital foi o segundo maior do País no período.

 

 

As possibilidades que se abrem com o agregador de preços

Nesta segunda etapa do Preço Comparado, o assinante do OP + poderá não apenas conferir as reportagens do projeto - que trazem análises a partir da pesquisa de preços feita pelo Procon Fortaleza sobre cem produtos vendidos em 36 supermercados de Fortaleza - mas também fazer suas próprias pesquisas a partir do agregador.

O coordenador da Central de Dados do OP+, Wanderson Trindade, explica que desde o último dia 30, a ferramenta foi disponibilizada no menu do OP+, em um período de testes, mas agora entra oficialmente em operação.

"O Agregador organiza e apresenta, de forma clara e acessível, os dados das pesquisas mensais. Mas, em vez de disponibilizar apenas uma tabela estática ou depender de catálogos individuais dos supermercados, optamos por oferecer uma ferramenta que permite buscas rápidas, personalizadas e acessíveis de qualquer lugar", pontua.

O objetivo da iniciativa é simples: ajudar o consumidor a fazer escolhas mais econômicas e conscientes.

São cinco modos distintos de leitura das informações coletadas pelo Procon Fortaleza nos supermercados da Capital

O catálogo do Agregador contará com a distribuição de produtos em forma de lista, com fotos, mostrando o maior e o menor preços. Também será possível refinar as buscas e acessar os valores de todos os itens dentre os supermercados pesquisados.

Há ainda um espaço de mapa, para que o consumidor possa se localizar entre os pontos de venda pesquisados.

O Agregador ainda vai contar com recorte específico para as mercadorias da cesta básica, conforme a medição feita pelo Dieese - que reúne um conjunto de 12 produtos, informando os locais com a cesta mais cara e mais barata.

Também será possível acompanhar séries históricas de preços por mês, assim como uma evolução anual dos valores desde o início da parceria O POVO e Procon Fortaleza, em 2024.

A editora-chefe de economia do O POVO, Beatriz Cavalcante, ressaltou a parceria com órgão e a importância do jornalismo de dados para fortalecer o consumidor na hora das compras."Por meio de infográficos interativos, ele se torna protagonista do preço que quer e onde quiser comprar. É o Departamento de Defesa do Consumidor e o Grupo de Comunicação em prol do consumo consciente e auxiliando na economia dos lares cearenses."

 

 

Em 2025, 65% dos produtos avaliados pelo Procon Fortaleza subiram de preço

 Na lista de 100 itens pesquisada mensalmente pelo Procon Fortaleza, 65% dos itens ficaram mais caros no período entre janeiro e abril deste ano. Os produtos tiveram uma variação média de 2,06%, número próximo à inflação acumulada no 1º trimestre do ano, segundo o IBGE, de 1,99%.

O equivalente a 21 dessas mercadorias tiveram variações superiores a 5% em 2025. Neste recorte, os principais "vilões" foram os valores do morango ( 71%), manga ( 55%), tomate (36%), mamão (35%) e ovo (34%).

Na passagem dos meses de janeiro para fevereiro, o produto que mais encareceu foi o ovo(Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Na passagem dos meses de janeiro para fevereiro, o produto que mais encareceu foi o ovo

Na avaliação do economista Alex Araújo, no que se refere às frutas, a questão sazonal é preponderante, especialmente em casos em que o item é trazido de outros estados.

Já o caso do ovo e do café em pó, que acumulou alta de 19% no período, a questão é outra: o aumento do interesse pela produção brasileira no mercado internacional, o que acaba afetando o preço internamente.

"O ovo não era um produto de exportação, mas virou depois da crise aviária americana. Eles terminam sentindo muito essa pressão da demanda internacional, e tem feito com que esses preços variem de forma sistemática e muito forte. Então, tanto o ovo como o café - que enfrenta movimento parecido enfrentam a mesma pressão", pontua.

Por outro lado, um montante de 35 itens ficaram mais baratos no 1º trimestre deste ano, sendo o abacate (-54%) o que apresentou o movimento mais relevante. A queda reverte a alta acumulada nos últimos 12 meses, ou seja, o produto retoma o patamar de custo de 2024.

Outro que teve queda de valor nas gôndolas dos supermercados foi o azeite de oliva extra virgem, que caiu 5% neste ano. No entanto, o item acumula alta de 20% em 12 meses, enquanto a inflação no período foi de 5,48%.

 

 

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