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Em seis meses, 102 novos casos de câncer infantojuvenil foram notificados no Ceará
Reportagem Especial

Em seis meses, 102 novos casos de câncer infantojuvenil foram notificados no Ceará

Os dados são do Hospital Infantil Albert Sabin e referem-se ao número de atendimentos realizados na rede pública estadual de saúde nos primeiros seis meses de 2025. Especialistas reforçam que o diagnóstico precoce dos tumores em crianças e adolescentes pode elevar taxas de cura para até 80%

Em seis meses, 102 novos casos de câncer infantojuvenil foram notificados no Ceará

Os dados são do Hospital Infantil Albert Sabin e referem-se ao número de atendimentos realizados na rede pública estadual de saúde nos primeiros seis meses de 2025. Especialistas reforçam que o diagnóstico precoce dos tumores em crianças e adolescentes pode elevar taxas de cura para até 80%
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Referências no tratamento de câncer infantojuvenil no Ceará, o Centro Pediátrico do Câncer (CPC), da Associação Peter Pan, e o Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, notificaram 102 novos casos de tumores em crianças e adolescentes, entre 0 e 19 anos, de janeiro a junho deste ano. Os dados são referentes ao número de atendimentos realizados na rede pública estadual de saúde.

 

Número de casos notificados no primeiro semestre (2025)

 

 

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimam que o Brasil deve registrar 7.930 novos casos de câncer em crianças e adolescentes, por ano, entre 2023 e 2025. A incidência de novos casos no triênio deve ser maior entre crianças e adolescentes do sexo masculino, com 4.230 novos diagnósticos. Na mesma faixa etária devem ser registrados 3.700 novos casos entre pessoas do sexo feminino.

Oncologista e hematologista pediátrico do Centro Pediátrico do Câncer / Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), Arthur Moraes explica que ainda não há uma explicação definitiva para o câncer infantojuvenil acometer mais meninos.

“A gente sabe que é uma predisposição biológica. Alguns estudos mostram que os meninos têm um risco um pouco maior para alguns tipos de câncer, como leucemias e linfomas, em relação às meninas. Questões hormonais e diferenças genéticas podem influenciar essa maior incidência”, explica.

Apesar de ter conhecimento de outros casos de câncer na família, a dona de casa Marta Maria, de 45 anos, conta que o diagnóstico de osteossarcoma O osteossarcoma é o tumor maligno ósseo mais frequente na infância e adolescência, comumente associado a dor local, como também alterações ósseas. Devido a sua maior prevalência ser nas pernas, a alteração na marcha é uma das principais queixas.

no filho, o estudante Miguel Arcanjo, de 13 anos, pegou todos de surpresa.

Miguel Arcanjo, 13,  Marta Maria, 45 e a médica Patrícia Narelly, oncologista pediátrica do Hospital Infantil Albert Sabin(Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO Miguel Arcanjo, 13, Marta Maria, 45 e a médica Patrícia Narelly, oncologista pediátrica do Hospital Infantil Albert Sabin

Ela conta que percebeu que algo estava errado quando o filho começou a se queixar de dores no joelho. "A gente descobriu porque ele pulou da arquibancada da escola e deslocou a patela. Até então, o diagnóstico era deslocamento da patela. 

Em seguida, começou a aumentar e doía muito. Foi quando o médico encaminhou a gente para o Albert Sabin e foi diagnosticado osteossarcoma", relembra.

Segundo o Minsitério da Saúde (MS), o osteossarcoma acomete principalmente a região do joelho, na porção distal do fêmur e proximal da tíbia.

Miguel Arcanjo e médica Patrícia Narelly, em consulta de acompanhamento. Miguel e a mãe costumam visitar o hospital cerca de duas vezes por semana para dar continuidade ao tratamento(Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO Miguel Arcanjo e médica Patrícia Narelly, em consulta de acompanhamento. Miguel e a mãe costumam visitar o hospital cerca de duas vezes por semana para dar continuidade ao tratamento

Os sintomas, que podem aparecer entre semanas e meses antes do diagnóstico, incluem: dor, inchaço, diminuição do movimento da articulação envolvida, fratura do osso (menos comum). Algumas vezes os sintomas iniciais são relacionados a algum tipo de trauma, retardando o diagnóstico, como foi o caso de Miguel. 

Após o resultado dos exames, a rotina da família mudou completamente. O uso de máscaras se tornou constante da vida dos que rodeiam Miguel. "A gente sempre deixa um álcool, uma máscara descartável. Ele não sai muito. Como está com as defesas baixas, eu não aceito, não recebo visita se alguém tiver doente ou com defesa baixa", detalha a dona de casa. 

Para Miguel, os principais impactos da doença foram na sua alimentação e no convívio social, já que precisou sair da escola para continuar o tratamento. O adolescente confessa ter saudades de comer pizza e carne de hambúrguer, alimentos que não estão inclusos na sua nova dieta.

Miguel Arcanjo e a mãe Marta Maria no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), referência estadual no atendimento a crianças e adolescentes com câncer(Foto: Reprodução/Hias)
Foto: Reprodução/Hias Miguel Arcanjo e a mãe Marta Maria no Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), referência estadual no atendimento a crianças e adolescentes com câncer

Apesar dos desafios e do tempo prolongado do tratamento, mãe e filho celebram que a criança vem respondendo bem ao processo. Com o futuro à vista, Miguel já faz planos para ingressar em uma carreira. Amante de plantas e animais, ele garante que já escolheu a profissão dos sonhos: biólogo.  

"É difícil. No começo, você fica perdido, mas com a ajuda do Senhor e do hospital, você vai conseguir", encoraja Miguel. Às famílias que enfrentam situações semelhantes, Marta Maria também deixa uma mensagem: "Quando a gente descobre o diagnóstico, acho que realmente é um baque. A gente fica sem chão, se perguntando o porquê. Mas aqui a gente tem um acolhimento muito grande com todos os profissionais (...) Muita fé em Deus e muito pensamento positivo que vai dar tudo certo. A partir daquele momento, faça o que os médico pedem", orienta.

 

 

Leucemias representam 32% dos casos de câncer infantojuvenil tratados no Hias

Dados do relatório epidemiológico do Hias, relativo ao 1º semestre de 2025, apontam que 32% dos diagnósticos de câncer infantojuvenil estão relacionados a leucemias De acordo com o Ministério da Saúde, na leucemia, uma célula sanguínea que ainda não atingiu a maturidade sofre uma mutação genética que a transforma em uma célula cancerosa. Essa célula anormal não funciona de forma adequada, multiplica-se mais rápido e morre menos do que as células normais. Dessa forma, as células sanguíneas saudáveis da medula óssea vão sendo substituídas por células anormais cancerosas. , seguido dos casos de tumores de sistema nervoso central (19%); linfomas (11%); tumores das partes moles (10%); tumores gonadais (5%), tumores ósseos (5%) e tumores renais (4%). Outros tipos de câncer somam 14% das notificações.

Moraes explica que a grande incidência desses tumores em crianças está relacionada à origem embrionária da doença, por isso costumam ser mais frequentes nos primeiros anos de vida.

“Apesar da gente saber que existem alguns casos de câncer que estão relacionados à hereditariedade, ou seja, passar para os seus descendentes, isso é um número bem reduzido. Isso está ligado a questões genéticas mesmo, uma vez que você pode passar um gene associado à formação ou desenvolvimento de determinado tipo de câncer”, detalha.

 

Os principais tipos de leucemias

 

Entretanto, o oncologista reforça que a maioria dos casos não está relacionado a esses genes, e sim a erros durante o desenvolvimento embrionário. “Então, no futuro, essa criança em que aconteceu algum erro no desenvolvimento embrionário, algum erro celular, pode levar ao desenvolvimento de uma neoplasia”

Arthur Moraes, oncologista e hematologista pediátrico do Centro Pediátrico do Câncer / Hospital Infantil Albert Sabin (Hias)
Arthur Moraes, oncologista e hematologista pediátrico do Centro Pediátrico do Câncer / Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) Crédito: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO

Por se tratarem de erros celulares, Moraes explica que a prevenção acaba não sendo uma alternativa viável para impedir o aparecimento da doença. Entretanto, ele reforça a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico após o fim do tratamento.

“A gente estima que para cada câncer em criança, diagnosticado de 0 a 19 anos, 150 casos são diagnosticados em adulto. Então a gente pode considerar que ele é bem mais raro, mas é a principal causa de mortalidade em crianças (...) A gente precisa garantir a adesão ao tratamento e que o trabalho não termine aí. Esse paciente precisa ser acompanhado durante anos para ver os efeitos tardios da doença e, principalmente, do tratamento”, ressalta.

E é para o acompanhamento pós-tratamento que Ana Rakelly, de 17 anos, e sua mãe, a dona de casa Jéssica Joventina da Silva, 35, visitam o Hias uma vez por mês. Moradores do município de Campos Sales, a cerca de 6h40min de viagem a Fortaleza, as duas contam que, durante o tratamento de Rakelly, precisaram ficar dois anos vivendo na Capital.

Rakelly foi diagnosticada com leucemia aos 10 anos. Sua mãe conta que o primeiro sintoma foi um inchaço nas mãos e nos pés. Inicialmente, as duas foram encaminhadas para um hospital na cidade do Crato, a 538, 53km de Fortaleza. Lá, ambas receberam a informação de que a jovem estava com anemia, mas que ela não poderia ir para casa ainda.

Conforme o Ministério da Saúde, os principais sintomas de leucemias decorrem do acúmulo de células defeituosas na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção das células sanguíneas normais. A diminuição dos glóbulos vermelhos ocasiona anemia, cujos sintomas incluem: fadiga, falta de ar, palpitação, dor de cabeça, entre outros. 

Além disso, a redução dos glóbulos brancos provoca baixa da imunidade, deixando o organismo mais vulnerável a infecções muitas vezes graves ou recorrentes. A diminuição das plaquetas ocasiona sangramentos, sendo os mais comuns das gengivas e pelo nariz e manchas roxas (equimoses) e pontos roxos (petéquias) na pele.

O paciente pode apresentar gânglios linfáticos inchados, mas sem dor, principalmente na região do pescoço e das axilas; febre ou suores noturnos; perda de peso sem motivo aparente; desconforto abdominal (provocado pelo inchaço do baço ou fígado); dores nos ossos e nas articulações. Afetando o Sistema Nervoso Central (SNC), os sintomas podem incluir dores de cabeça, náuseas, vômitos, visão dupla e desorientação.

Após a recomendação médica, Rakelly e Joventina foram encaminhadas para Fortaleza. A estadia de ambas na cidade foi garantida pelo acolhimento no Lar Amigos de Jesus. 

"Hoje, o tratamento do câncer infantil no Ceará, na rede pública, ele é basicamente centralizado. Isso se deve principalmente a poucos serviços no Interior que tratam crianças com câncer, crianças e adolescentes. A gente tem um habilitado em Barbalha, mas com algumas limitações. E acabam pacientes de todo o Estado peregrinando para Fortaleza para fazer esse tratamento", explica Moraes. 

Ana Rakelly (E) e Jéssica Joventina comemoram a cura da jovem, anunciada há 7 anos. Ana Rakelly, hoje com 17 anos, foi diagnosticada com leucemia aos 10 anos. Atualmente, realiza visitas ao Hias para acompanhar os efeitos pós-tratamento. No hospital, ela se encontra com a dona de casa Jéssica Joventina, de 35 anos, acompanha as filhas nas viagens e consultas em Fortaleza(Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO Ana Rakelly (E) e Jéssica Joventina comemoram a cura da jovem, anunciada há 7 anos. Ana Rakelly, hoje com 17 anos, foi diagnosticada com leucemia aos 10 anos. Atualmente, realiza visitas ao Hias para acompanhar os efeitos pós-tratamento. No hospital, ela se encontra com a dona de casa Jéssica Joventina, de 35 anos, acompanha as filhas nas viagens e consultas em Fortaleza

Visando a garantir apoio às famílias durante o tratamento onco-hematológico, o programa Amigo Peter Pan, da Associação Peter Pan, garante acesso a recursos fundamentais, como transporte, medicamentos, muletas, cadeiras de rodas e apoio a viagens para procedimentos essenciais, como transplante de medula óssea e outros tratamentos fora do Estado. 

Agradecendo a todo o apoio que tiveram durante e depois do tratamento, Rakelly e Joventina celebram os sete anos de cura da menina, especialmente o retorno às aulas.  

 

 

Tratamento do câncer infantojuvenil é centralizado no Ceará

O relatório epidemiológico do Hias aponta que, no primeiro semestre deste ano, os municípios cearenses com maior incidência de casos de câncer em crianças e adolescentes foram Fortaleza (35%), Quixadá (5%), Maracanaú (4%), Caucaia (3%) e Ubajara (3%). Outras 48 cidades registraram 50% das notificações, cada uma somando menos de 2% dos casos.

Superintendente de Atenção Integral da Associação Peter Pan, Sandra Salgado ressalta que o atendimento ambulatorial na unidade de saúde não precisa de agendamento e não possui fila de espera.

O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) é referência estadual no atendimento a crianças e adolescentes com câncer e o programa Amigo Peter Pan, da Associação Peter Pan, garante a famílias do Interior o acesso a recursos fundamentais necessários ao tratamento (Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO O Hospital Infantil Albert Sabin (Hias) é referência estadual no atendimento a crianças e adolescentes com câncer e o programa Amigo Peter Pan, da Associação Peter Pan, garante a famílias do Interior o acesso a recursos fundamentais necessários ao tratamento

"A gente costuma dizer que o  ambulatório é de portas abertas, diferente das outras especialidades, por exemplo, um neuro, uma dermatologista. Nós não temos fila, não precisa de agendamento (...) Tendo essa desconfiança, o médico basta fazer um encaminhamento e a criança vir para Fortaleza. Não precisa mandar exames, não precisa nada, porque tudo isso é feito aqui", ressalta.

Para superar os desafios da centralização do serviço, a superintende destaca a ampliação da capacitações de profissionais de todo o Estado, fundamental para garantir o diagnóstico precoce da doença e aumentar as chances de cura da doença.

 

 

Iniciativas de promoção à saúde e bem-estar promovem adesão ao tratamento

Durante o tratamento, tanto o bem-estar emocional do paciente quanto da família são importantes. Psicólogo hospitalar da Associação Peter Pan, Patrick Camelo destaca que a perca de contato com pessoas e lugares antes frequentados pelos pacientes e seus familiares, que geravam socialização e apoio emocional, ocasionam reações consideradas esperadas. 

"Acontece muito da criança ficar mais irritada, ficar mais deprimida; muitas vezes até por não entender o que está acontecendo, o motivo de está há tanto tempo no hospital (...) A psicologia vem muito também nesse sentido, para permitir que essa criança se expresse como ela se sente, através da brincadeira, através do desenho, através das formas de expressão que ela conseguir, de acordo com a idade dela", reforça.

Segundo dados o relatório epidemiológico do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), 32% dos diagnósticos de câncer infantojuvenil estão relacionados a leucemias (Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO Segundo dados o relatório epidemiológico do Hospital Infantil Albert Sabin (Hias), 32% dos diagnósticos de câncer infantojuvenil estão relacionados a leucemias

O psicólogo destaca também que o acolhimento dos sentimentos da criança e do adolescente refletem na adesão ao tratamento.

"Já que se esse paciente consegue se expressar melhor e entender melhor o porquê dele estar aqui, ele consegue se engajar muito mais no tratamento, consegue participar de forma muito mais ativa e até, dependendo da idade, participar de forma mais presente mesmo desse tratamento, já que ele tá com essa parte bem cuidada. Ele consegue, de certa maneira, vivenciar isso melhor, quando ele consegue se expressar de forma mais adequada e ter esse espaço para isso acontecer", pontua.

Por envolver pacientes em idade pediátrica, o cuidado com a família é essencial, em especial com as mães, que acabam ainda capitaneando a maior parte dos cuidados familiares.

"São as principais cuidadoras, que estão aqui sempre presentes, então elas sofrem bastante quando descobrem esse diagnóstico. É meio que um rompimento de uma vida normal, que era uma vida planejada, da criança ter um próximo passo de ir para a escola, de ir para as festinhas com os amigos. Quando ela se depara com isso, de não ter mais essa rotina como era antes, a gente vem muito nesse sentido de tentar ressignificar esse momento, como um momento também que, apesar de ser muito desafiador, mas também é um momento de possibilidade de cura", explica.

 

Confira os principais sintomas de câncer infantojuvenil

Assim como para os pacientes, a validação dos sentimentos dos responsáveis pelos cuidados também impacta em como a família vai reagir ao tratamento.

"Não tem um jeito certo de reagir. O que existem são reações que são esperadas, que podem ser sentidas, e que devem ser validadas por toda a equipe, não só pela equipe da psicologia (...) No sentido de tentar ajudar até essa mãe, muitas vezes, a pedir ajuda, a se cuidar também, a entender os limites e a entender que, apesar de ela ser uma mãe, ela não é uma super-heroína, mas que ela pode pedir ajuda, que ela tem o direito de se sentir triste, que ela tem o direito de às vezes desabar e ter um espaço para ela ser acolhida", ressalta.

A rapidez do diagnóstico de leucemia em Carlos Danyel, de 9 anos, surpreendeu sua mãe, a dona de casa Eliane de Sousa Araújo, 41. Os sintomas começaram com uma crise de garganta persistente, que não passava mesmo após visitas aos hospitais. Ela conta que, em um hospital particular, a criança precisou realizar uma bioanálise. 

Moradores de Jijoca de Jericoacoara, a 282,91 km de Fortaleza, os dois foram encaminhados a um hospital em Sobral, após o resultado. Lá, Danyel realizou um mielograma Exame que confirma o percentual de blastos na medula óssea, além de permitir a avaliação de características displásicas nos diferentes setores hematopoiéticos.

Moradores de Jijoca de Jericoacoara, Carlos Danyel, 9 anos, e a mãe Eliane de Sousa Araújo vêm à Fortaleza para realizar o tratamento no Hospital Albert Sabin. O deslocamento até Fortaleza é realizado por carros da prefeitura  de Jijoca(Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO)
Foto: DANIEL GALBER/ESPECIAL PARA O POVO Moradores de Jijoca de Jericoacoara, Carlos Danyel, 9 anos, e a mãe Eliane de Sousa Araújo vêm à Fortaleza para realizar o tratamento no Hospital Albert Sabin. O deslocamento até Fortaleza é realizado por carros da prefeitura de Jijoca

"Lá eles me deram resultado, foi muito rápido. A gente foi para lá no dia 4 de março do ano passado, quando foi no dia 8, a gente já teve o resultado. E no dia 8 a gente já foi encaminhado para cá. Foi muito rápido. Aí eles falaram que era leucemia", relembra.

E finaliza: "A gente passou três meses aqui no início sem ir em casa, mas agora, graças a Deus, está começando a voltar ao normal. Ele já está estudando. Voltou pro colégio. Eu só tenho a agradecer a Deus, porque a gente está vencendo essa luta".

 

Conheça os programas de promoção à saúde da Associação Peter Pan 

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