A geração de mulheres que hoje tem mais de 50 anos viveu uma juventude diferente daquela experimentada pelas mães e pelas avós. Diversos costumes foram transformados. Elas passaram a ter mais acesso à saúde e à educação; testemunharam o auge da segunda onda do feminismo, que pautou a liberdade sexual; e muitas participaram ativamente de diversos movimentos de protesto.
Chamada baby boomer, a geração que nasceu no pós-guerra, entre 1945 e 1964, foi “revolucionária em todas as etapas da vida”, segundo Guita Debert, professora do Departamento de Antropologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Agora que estão envelhecendo, elas continuam transgressoras, empenhadas em mudar essa etapa da vida, outrora vista como “mais dramática”.
Mas toda história é única, e cada pessoa vivencia o envelhecimento à sua maneira. Pelas diferenças entre classes sociais, religiões, grupos étnicos e orientações sexuais, por exemplo, não há uma velhice apenas. Fala-se em velhices, no plural.
“De qualquer forma, o que vemos atualmente é que esse período da vida não é mais de retraimento, em que as pessoas estão reduzidas ao universo privado.”
No E.L.A.S. - Liberdade para envelhecer, O POVO busca, a partir da história de quatro mulheres, abordar as diferentes nuances que, hoje, influenciam esse momento da vida. Sob a coordenação da jornalista Regina Ribeiro, elas debateram sobre essa transição na vida das mulheres. O encontro foi na sede do jornal, na Aguanambi, 282, um pouco antes de o mundo se recolher para enfrentar a pandemia do novo coronavírus. A jornalista também está à frente dos episódios de podcast, que trazem discussões sobre "o novo envelhecer", vida profissional e sexualidade.
Conteúdo produzido em parceria com:
Série de reportagens investiga o processo de envelhecimento feminino a partir da experiência de quatro mulheres a partir de 50 anos.