É na saúde pública que os eleitores cearenses veem mais problemas e, na opinião deles, é para essa área que a próxima gestão estadual deve dar mais atenção. Essa foi a constatação da pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe), quase dois anos e meio após o início da pandemia de Covid-19, que trouxe à tona problemas históricos na saúde em todo o País. Em segundo lugar entre as prioridades, de acordo com o levantamento, está a segurança pública.
Na pesquisa, encomendada ao Ipespe pelo O POVO e realizada por telefone, mil pessoas a partir de 16 anos foram ouvidas entre 30 de julho e 2 de agosto. A saúde pública foi apontada como principal problema a ser enfrentado por 32% dos entrevistados, enquanto 28% indicaram a segurança pública. Em seguida, estão educação (13%) e fome e pobreza (10%). Desemprego, corrupção, estradas, abastecimento de água e meio ambiente também foram citados, mas aparecem com percentuais menores que 10%.
A pesquisa fez a segmentação dessas respostas por local de moradia do eleitor — se reside na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) ou no Interior —; por aspectos demográficos como gênero, faixa etária, escolaridade e renda familiar; por intenção de voto para governos Estadual e Federal etc. Dessa forma, é possível ter um indicativo da preocupação dos cearenses em diferentes contextos.
Quando é feito o recorte pelo local de residência da pessoa entrevistada, por exemplo, é possível perceber que a saúde aparece em primeiro lugar na lista de prioridades dos moradores do interior do Estado (34%), seguida pela segurança, com 10 pontos percentuais a menos. Na Região Metropolitana de Fortaleza ocorre o inverso, e a segurança (33%) surge em primeiro, seguida da saúde (28%).
Das mil pessoas que foram ouvidas pelo instituto, 41% reside na RMF e 59%, no interior do Ceará.
Esse movimento volta a ocorrer quando se observa a segmentação por gênero. Entre as mulheres, o tema saúde (35%) está 13 pontos percentuais à frente do aspecto segurança (22%), enquanto entre os homens é a segurança (34%) que predomina, apesar de a diferença para a saúde (28%) ser menor do que no caso das mulheres. Entre os entrevistados, 53% eram mulheres e 47%, homens.
Nas segmentações por idade, escolaridade e renda, o destaque para a segurança como área com mais demandas chama atenção entre as pessoas: de 60 anos ou mais, renda familiar de mais de 5 salários mínimos e ensino superior. Já a saúde se destaca entre os eleitores: de 45 a 59 anos, ensino fundamental e até 2 salários mínimos.
A saúde é a principal demanda entre os eleitores ainda sem candidatos. É a área à qual o próximo governador ou governadora do Ceará deve dar mais atenção para 43% dos entrevistados que responderam "nenhum, branco ou nulo" para a intenção de voto ou que não sabe ou preferiu não responder. Todas as demais áreas ficaram abaixo de 15%.
Já a segurança destacou-se entre aqueles que apontaram outros nomes diferentes de Capitão Wagner, Roberto Cláudio e Elmano Freitas. Para os eleitores desses três candidatos, essas áreas são prioritárias e têm pouca diferença percentual entre si.
Ao segmentar pela intenção de voto para presidente no 1º turno, a pesquisa mostra que a saúde continua sendo a principal preocupação do eleitor. A diferença percentual entre as duas primeiras colocadas na lista de demandas, porém, é maior entre os eleitores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Lula (PT).
A segurança é prioridade para 45% dos entrevistados que afirmaram ter intenção de votar no atual presidente. A saúde ficou em segundo lugar, sendo apontada por 26% deles, uma diferença de 19 pontos percentuais. Entre os eleitores do petista, a saúde é prioridade para 33% e a segurança, para 23%.
Essa pesquisa foi realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais Políticas e Econômicas (Ipespe), no período de 30 de julho a 2 de agosto de 2022, com amostra estadual de mil entrevistados, representativa do eleitorado do Ceará, de 16 anos e mais, de todas as regiões, por telefone, via sistema Cati Ipespe.
A margem de erro máxima estimada é de 3,2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95,5%. Percentuais que não totalizem 100% são decorrentes de arredondamento ou de múltiplas alternativas de resposta. A pesquisa foi contratada pelo O POVO e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os números BR-03845/2022 e CE-01693/2022.
A pesquisa é realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Com 36 anos de atuação, o Ipespe tem como presidente do Conselho Científico Antonio Lavareda. Ele é doutor em Ciência Política efoi coordenador ou consultor em 91 campanhas eleitorais majoritárias no Brasil e atuou também em Portugal e na Bolívia.
"O voto dos cearenses, a campanha eleitoral, a relação entre a disputa nacional e a eleição estadual, tudo isso e muito mais será acompanhado pelas pesquisas do Ipespe, com primeira divulgação nessa quinta", disse Lavareda.
O Ipespe já realizou milhares de pesquisas de opinião pública eleitorais, de mercado e sociais, para setor público, setor privado, universidades, organizações não governamentais (ONGs) e da sociedade civil. O instituto faz pesquisas qualitativas, quantitativas face a face e telefônicas, trackings, pesquisas etnográficas, estudos de geografia de mercado, censos, web e mobile surveys e estudos de neurociência aplicada. Faz pesquisas por telefone desde 1993 — foi o primeiro a realizar tracking telefônico em campanha eleitoral.
O POVO+, a plataforma de multistreaming de Jornalismo e Educação do O POVO, disponibiliza o Agregador de Pesquisas de intenção de voto. A ferramenta proporciona compreensão precisa e ampla do desenrolar eleitoral, com suas nuances e tendências.
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O agregador tem números da corrida rumo à Presidência da República, governo dos estados e Senado, além da avaliação do governo federal e de governos estaduais.
O projeto foi desenvolvido pelo DATADOC, o núcleo de dados do O POVO.
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