Logo O POVO+
Um guia fácil para entender o processo eleitoral nos EUA
Reportagem Seriada

Um guia fácil para entender o processo eleitoral nos EUA

O mundo está de olho nas eleições americanas deste 3 de novembro de 2020, que podem dar uma nova direção à geopolítica ocidental. O processo eleitoral nos EUA é complexo. Para ajudar a entendê-lo, O POVO+ preparou um guia completo e didático
Episódio 3

Um guia fácil para entender o processo eleitoral nos EUA

O mundo está de olho nas eleições americanas deste 3 de novembro de 2020, que podem dar uma nova direção à geopolítica ocidental. O processo eleitoral nos EUA é complexo. Para ajudar a entendê-lo, O POVO+ preparou um guia completo e didático
Episódio 3
Tipo Notícia Por

Em ano de eleição nos Estados Unidos, o sistema eleitoral do país é tema de discussões - e confusões - na cabeça dos que residem em locais com um modelo onde o vencedor do pleito presidencial é aquele com a maioria total de votos; como Brasil e França por exemplo. Para compreender o sistema dos EUA é importante entender, antes de tudo, que a disputa entre Donald Trump e Joe Biden neste ano não ocorre em nível nacional, mas estadual. Na prática, é como se as eleições presidenciais fossem, na verdade, 50 mini-eleições em todo o país composto por 50 estados. Cada uma delas com um peso diferente para o resultado final.

Acompanhe a apuração das eleições americanas clicando aqui

Para efeitos de comparação, os EUA não possuem uma Justiça Eleitoral Federal, correspondente ao TSE aqui no Brasil. Por lá os estados têm autonomia e independência para determinar as regras das eleições em seus respectivos territórios. Por exemplo, se será feito por papel ou em urnas, se o voto por correio será permitido com ou sem justificativa, etc.

Para entender a eleição nos EUA

A confusão a respeito do sistema eleitoral dos EUA ocorre porque, geralmente, tentamos compreender a eleição como um todo e não de modo compartimentado, como de fato ocorre. Pensando nisso, e na tentativa de desatar o nó que impossibilita o entendimento, O POVO+ fez um passo a passo destacando os principais pontos do processo eleitoral estadunidense, que é o mesmo desde que a Constituição do país foi promulgada no ano de 1787.

O republicano Donald Tremp(Foto: Foto de Brendan Smialowski / AFP)
Foto: Foto de Brendan Smialowski / AFP O republicano Donald Tremp

Vou citar um exemplo do peso de cada estado na disputa. Em teoria, se um candidato ganhasse em 11 estados, sendo eles: Califórnia, Texas, Nova York, Flórida, Illinois, Pensilvânia, Ohio, Michigan, Geórgia, Carolina do Norte e Nova Jersey, ele seria eleito presidente mesmo perdendo em outros 39 estados. Isso porque atingiria o número mínimo de votos (270) no chamado Colégio Eleitoral, grupo de 538 pessoas conhecidas como delegados que são quem de fato escolhem o presidente do país. O voto popular então é indireto e serve para selecionar de qual partido serão esses delegados no estado em que se vota.

Mas o exemplo pode ser aplicado apenas em teoria, pois é preciso considerar o histórico de votação dos estados citados. A Califórnia geralmente opta pelos democratas, enquanto o Texas tem histórico de votar nos republicanos. O Michigan, por exemplo, é um dos chamados “swing states”, ou estados-pêndulo, e varia preferência conforme a eleição. Ou seja, dificilmente a conta de vencer nestes 11 estados específicos baterá. Mas é uma possibilidade.

Para esclarecer a preferência dos estados é importante separá-los em grupos. Os que votam nos democratas são chamados “Blue States” (estados azuis) e os que votam nos republicanos são os “Red States” (estados vermelhos). Há ainda um fenômeno relativamente novo, chamado “Purple States” (estados roxos), onde registra-se uma tendência de migração do eleitorado de um partido para outro.

O candidato presidencial democrata e ex-vice-presidente, Joe Biden (Foto: Mark Makela / AFP)(Foto: Mark Makela/AFP)
Foto: Mark Makela/AFP O candidato presidencial democrata e ex-vice-presidente, Joe Biden (Foto: Mark Makela / AFP)

Neste cenário, o Texas é um caso interessante. Analistas têm percebido uma tendência de que, nos próximos anos, os eleitores do Texas (com preferência por republicanos) estejam mais dispostos a votar nos Democratas. Isto em decorrência de fatores específicos, como o aumento de descendentes de imigrantes nascidos por lá.

Leia também | 

Eleições 2020: entenda como funciona o Colégio Eleitoral e como é eleito o presidente dos EUA

Ouça o podcast Recorte

O que você achou desse conteúdo?