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Do futebol à política: como Evandro Leitão derrotou o bolsonarismo e virou prefeito de Fortaleza
Reportagem Seriada

Do futebol à política: como Evandro Leitão derrotou o bolsonarismo e virou prefeito de Fortaleza

Político natural de Fortaleza fez o nome no Ceará Sporting Club e ganhou fama de "conciliador". Após conflitos internos no PDT e no PT, em uma campanha acirrada, saiu vencedor em Fortaleza, por uma margem apertada de 10.838 votos, e vai governar a Capital cearense de 2025 a 2028
Episódio 31

Do futebol à política: como Evandro Leitão derrotou o bolsonarismo e virou prefeito de Fortaleza

Político natural de Fortaleza fez o nome no Ceará Sporting Club e ganhou fama de "conciliador". Após conflitos internos no PDT e no PT, em uma campanha acirrada, saiu vencedor em Fortaleza, por uma margem apertada de 10.838 votos, e vai governar a Capital cearense de 2025 a 2028
Episódio 31
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O ato de estreia da campanha de Evandro Leitão para a Prefeitura de Fortaleza foi às 8h da manhã, no bairro Pirambu. O derradeiro foi na noite de véspera da votação, no Conjunto Ceará. Um foi caminhada, outro carreata. No primeiro, mantinha por volta de 10% das intenções de voto. No último, estava empatado tecnicamente com o adversário, na véspera do segundo turno.

No sábado, 26, interlocutores petistas já davam como certa a vitória, baseada em pesquisas internas do partido. Eram os mesmos ‘otimistas’ que, em 2022, previram, contra tudo e todos, Elmano de Freitas (PT) eleito governador no primeiro turno. Profecia, na época, acabou se concretizando. No entanto, o acirramento agora era o maior a nível nacional.

Carreata Evandro Leitão, na Messejana, um dia antes do 2º turno das eleições de 2024(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Carreata Evandro Leitão, na Messejana, um dia antes do 2º turno das eleições de 2024

O clima estava tenso, ainda, pela campanha, rodeada de fake news acerca sobre cartilhas de aborto, ameaças de morte e relativização de feminicídio. Na véspera, a jornalista do O POVO, Rachel Gomes, reportou depoimentos de uma multidão de vermelho, otimista, mas apreensiva. “Eu sei que hoje está empatado, mas as mulheres vão decidir esse voto”, disse um eleitor, erguendo o punho. “Vai ser apertado, mas vamos ganhar”, disse outra, também na carreata.

A minoria dos levantamentos apontava Evandro numericamente na frente. Na grande parte, o jovem deputado federal, André Fernandes (PL), referência do bolsonarismo no Ceará, liderava, ainda que empatado na margem de erro com o adversário. André ganhou no primeiro turno. A campanha dele era vista por cientistas políticos como certeira nas estratégias, virtuais e de rua, na comunicação com grupos específicos, vereadores e novas alianças. Poderia sim, haver uma derrota.

Mas, não houve. Evandro Leitão derrotou o adversário bolsonarista e se elegeu prefeito de Fortaleza.

 

Confira as zonas eleitorais que deram vitória a Evandro Leitão

 


Por que Fortaleza escolheu Evandro?

A votação foi acirrada, como é de costume na Capital. Evandro Leitão (PT) estava matematicamente eleito, com 50,38% dos votos válidos, com 99,94% das urnas apuradas.

Paula Vieira, cientista política vinculada ao Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (Lepem-UFC), cita os principais fatores, na campanha, que levaram à virada de Evandro. No primeiro turno, segundo ela, o candidato tinha de se apresentar ao público, já que era desconhecido. O fez vinculando a própria imagem a dos padrinhos políticos: Lula, Camilo e Elmano. Os cinco minutos de tempo de TV, fruto da ampla aliança partidária do petista, ajudaram neste desafio.

Assim, foi crescendo gradualmente nas pesquisas, explodindo na campanha eleitoral. Da pesquisa Datafolha realizada nos dias 20 e 21 de agosto para a seguinte, de 11 a 13 de setembro, passou de 10% a 19% das intenções de voto. Na próxima, já estava em segundo, onde manteve-se.

Evandro Leitão após votar no primeiro turno(Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Evandro Leitão após votar no primeiro turno

Uma vez no segundo turno, reforçou o apadrinhamento e a possibilidade de um projeto “seguro” para a cidade. Figurões como o presidente Lula (PT) e o prefeito de Recife, João Campos (PSB) visitaram a Capital. Até Luizianne Lins (PT), então ausente na campanha, ingressou em favor do colega de partido. Recebeu bons apoios como o de André Figueiredo, antigo amigo - como veremos mais à frente -, mas cujo partido apoiou em massa André Fernandes.

Mas talvez o maior foco tenha sido a campanha negativa. E nisso o passado de Fernandes pesou. Paula Vieira diz que a campanha focou em “apresentar André como alguém que ‘não diz tudo o que é’”. Vídeos da época de youtuber do adversário foram trazidos à tona, além de falas polêmicas dele, como a que minimizou casos de feminicídio, alegando que “homens morriam mais”. Em resumo, a estratégia era: não vote nele, vote no projeto de quem você conhece.

 


Evandro: jogador de futebol de salão

Evandro Sá Barreto Leitão cresceu em um Mucuripe bem diferente do que é hoje. Sentava na calçada, próximo às dunas, e brincava com o irmão Hélio. Às vezes, contavam as marcas dos carros que passavam - tamanha a raridade de veículos - mas na maior parte do tempo jogavam “bola de meia”. Ele puxava a equipe dos irmãos e os convencia a entrar na brincadeira.

Eram cinco no total, em ordem: Yveline, Wellington Filho, ele, Hélio e Carlos Henrique. Evandro nasceu em 16 de abril de 1967, filho de Wellington Rocha Leitão e Silvia Barreto Leitão. A família tinha uma boa estabilidade financeira: o pai era defensor público e professor de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC). A mãe, também professora.

Evandro (acima), Wellington (esquerda), Yveline (direita) e Hélio (abaixo)(Foto: Arquivo Pessoal/Hélio Winston Leitão)
Foto: Arquivo Pessoal/Hélio Winston Leitão Evandro (acima), Wellington (esquerda), Yveline (direita) e Hélio (abaixo)

Seguiu formando times na adolescência. Tinha o costume de levar grupos de amigos para jogar bola e almoçar em casa, sem avisar à mãe. Certo dia, chegou a marcar um campeonato, com três times diferentes, cerca de 30 colegas. “Chegou um grupo, depois o outro, depois o outro. Mamãe ficou assustada!”, relata o irmão Hélio, hoje Secretário da Infraestrutura do Estado do Ceará.

Da infância ao colegial - hoje ensino médio - estudou no Santo Inácio, colégio cristão da Rede Jesuíta de Educação. Lá conheceu futuros companheiros de política como o hoje deputado federal, André Figueiredo (PDT), com quem compartilharia partido e rachas políticos no futuro. Evandro firmou-se como “o jogador” da turma. O esporte favorito era o futebol de salão: ganhou destaque com a prática e, com ela, firmou um ciclo social de “muitos amigos”.

Como aluno, não estava entre os primeiros, mas nunca foi trabalhoso ou rebelde, segundo a professora Eliane Soares. Hoje com 77 anos, ela lembra do “english student” como alguém “tranquilão, aberto, simpático e alegre”. “Nunca tivemos problema em sala de aula e a dona Sílvia era muito presente. Foi uma convivência saudável”, disse uma das únicas professoras mulheres do colégio na época.

O primeiro emprego foi junto do pai, que mantinha um posto de gasolina próximo ao Mercado Central de Fortaleza. Como as vendas eram “fiado”, alguém precisava cobrar os clientes, cargo que ficou com Evandro. À pé, ele saía, com uma pasta, com os vales das empresas.

 

Confira a linha do tempo do prefeito eleito Evandro Leitão

 

 

Foi o único dos irmãos a prestar concurso público e passou, em 1989, para auditor adjunto da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (Sefaz). A vida acadêmica seguiu com duas formações: Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e, anos depois, já casado, Direito pela hoje extinta Faculdade Integrada do Ceará (FIC). Nesta última, estudou com um de seus maiores fãs hoje: o deputado estadual, De Assis Diniz (PT).

Repleto de elogios ao colega de Assembleia, ele guarda uma mágoa na memória: “Não passava pesca de jeito nenhum. A gente até sentava atrás dele e nada”. O parlamentar ainda linka uma característica incomum a Evandro: a de ser brincalhão. Hoje sério, alinhado, nos pronunciamentos, o então estudante  fazia “piadas bestas até demais”. “Não sabe contar piada, mas vive tentando”, diz De Assis, bem-humorado. “Hoje a gente ri, porque é o presidente”, brinca.

 

 
“Quem é Vozão...”: a passagem pelo Ceará Sporting Club

A configuração familiar era a seguinte: o pai, irmã e irmão mais velhos, eram torcedores ferrenhos do Fortaleza Esporte Clube. Evandro e Hélio sempre foram “vozão” - do Ceará Sporting Club. O mais novo, incentivado pelo mais velho, costumava acompanhar o irmão em jogos no estádio. Quando Hélio não podia, Evandro ia sozinho, de ônibus, com um rádio no ouvido.

Segundo Hélio, o irmão se inseriu no clube desde a adolescência “para ajudar”. “Chegou a levar roupa para mandar lavar, dos jogadores”, disse. Com isso foi convidado a ser presidente, escolha criticada por alguns. Interlocutores relataram chegar a ouvir um irmão de ex-gestor questionar como “alguém sem dinheiro” poderia presidir um clube. Evandro ficou no cargo de 2008 a 2015.

A passagem foi relembrada diversas vezes na corrida eleitoral deste ano. Organizadas participaram de convenções e foram exibidas faixas contra ou a favor de Evandro. Alguns eleitores ouvidos pelo O POVO+ acusaram o petista de “deixar o time no momento mais crítico”, mesma tese defendida por Fernandes. O adversário fez jingles voltados justamente para esse fato, com o refrão: “Quem é Vozão, não vota Leitão”.

O momento que Evandro assumiu (2008) era crítico para o Ceará, de uma situação financeira delicada. Os sete anos à frente trouxeram dívidas sanadas, uma Copa do Nordeste e quatro Campeonatos Cearenses. Mas, de fato, em 2011, horas após o rebaixamento no Campeonato Brasileiro, ele pediu afastamento, alegando que a decisão estava tomada há meses.

Retornou e seguiu à frente do clube até 2015 e na presidência do Conselho Deliberativo até 2022, ano também difícil para o time. Foi rebaixado mais uma vez do Campeonato Brasileiro e o Conselho dirigido por Evandro era acusado de omisso. O diretor criticou a temporada e pediu renovação, articulando a renúncia do então presidente Robinson de Castro, ex-vice-presidente dele. Hoje, Castro cita Evandro como um “irmão”. “Tivemos a incumbência de reconstruir o time juntos. Ele foi uma pessoa importante para o Ceará”, disse.

Os conflitos não interferiram na carreira política de Evandro. Pelo contrário, de 2010, quando se candidatou pela primeira vez até a última eleição de 2022, o futebol foi seu cabo eleitoral. O slogan utilizado era: “A gente joga junto” ou “Jogando juntos pelo futuro do Ceará”. Muito diferente da campanha de 2024, na qual o passado, pela primeira vez, foi usado contra ele.

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Alguns adversários de clubes hoje são opositores políticos, como o senador Eduardo Girão (Novo). Com outros fez amizade, como o deputado estadual e aliado Osmar Baquit (PDT) e Renan Vieira. Mas a maior conciliação talvez tenha ocorrido na família.

Os irmãos, adversários, dirigiam juntos até o estádio em dia de clássico. Ao chegar, cada um ia para um lado. O único não convencido foi o pai, ferrenho torcedor do FEC, que optou por uma proposta diferente: “Não vejo jogo mas torço por um empate. Alegra nós dois”, disse..

Evandro e o irmão, Wellington Filho, exibem camisas de times adversários em página do jornal O POVO, de 12/05/2012(Foto: Arquivo Pessoal/Hélio Winston Leitão)
Foto: Arquivo Pessoal/Hélio Winston Leitão Evandro e o irmão, Wellington Filho, exibem camisas de times adversários em página do jornal O POVO, de 12/05/2012

  


O “conciliador” da Assembleia Legislativa

A votação do aumento do ICMS durou mais de 12 horas. A alíquota média passaria de 18% para 20% , em uma das primeiras medidas de Elmano de Freitas (PT) como governador. Evandro, presidente da Assembleia e aliado do Governo, tinha o papel de conduzir a sessão. A pressão era grande. Meses antes, a Taxa do Lixo foi aprovada, mas de forma tumultuada: com manifestações nas galerias e ameaças de levar o caso à justiça. Na Alece, o polêmico aumento também conseguiu aprovação, mas de forma estranhamente calma.

Evandro Leitão concorre à Prefeitura de Fortaleza e é presidente da Assembleia Legislativa (Foto: Junior Pio/Assembleia Legislativa)
Foto: Junior Pio/Assembleia Legislativa Evandro Leitão concorre à Prefeitura de Fortaleza e é presidente da Assembleia Legislativa

Funcionários veem o presidente como alguém “sério”. Aliados e opositores elogiam as conduções de Evandro na Assembleia. Estes primeiros, com um pouco mais de ênfase, o citam como “afeito ao diálogo e humilde”. No entanto, mesmo opositores ferrenhos, ouvidos pelo O POVO+, elencaram-no como um presidente “formidável, amigo e atencioso”, ainda que considerem algumas peças da campanha para a Prefeitura “agressivas e desrespeitosas”.

Ele soma, sim, críticos no Parlamento. Dentre eles, Carmelo Neto (PL) e o prefeito José Sarto (PDT), ex-deputado e ex-aliado. Ambos relembraram de medidas como ICMS e a famosa CPI do Narcotráfico, na época revivida pela oposição do Governo, mas na qual Evandro foi contrário, alegando preocupação com os familiares.

Evandro já tinha um pezinho na política com o tio militante do PSB, Valton Miranda. Resolveu, no entanto, enveredar para o PDT e se candidatou devido “ao destaque no Ceará”, segundo Hélio Leitão. Conversou com a família e com a esposa, Cristiane, e resolveu que iria.

Só concorreu a deputado estadual: ficou como suplente em 2010, chegou a assumir, mas só foi eleito em 2014 e reeleito em 2018 e 2022. Se antes já conhecia André Figueiredo no PDT, acabou enveredando para o lado de Cid Gomes (PDT), sendo secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social de 2011 a 2013, durante o segundo mandato do ex-governador.

No primeiro mandato como deputado eleito, foi líder do governo Camilo Santana na Assembleia. O vice era José Sarto. Se aproximou cada vez mais de Camilo, a quem consulta antes de qualquer decisão, até hoje. No segundo, iniciou na 1ª Secretaria da Casa Legislativa e chegou à Presidência, após a vitória de Sarto nas eleições em Fortaleza, em 2020. Na época, disse que continuaria o legado do então colega de partido. 

 

 

Do PDT ao PT

Opositores enchem a boca para chamar Evandro de “neopetista”. Sarto, na campanha, chegou a dizer que o ex-colega “nunca estudara em escola pública” e não tinha “traquejo” para falar “companheiros e companheiras”, cumprimento tradicional do PT. Na mesma entrevista, ele citou Evandro como “o maior infiel do PDT”.

O PDT e o PT romperam em 2022 na campanha para governador. Ele chegou a ser cotado como candidato, mas o PT optou por Izolda Cela (hoje PSB). A sigla brizolista insistiu em Roberto Cláudio e houve o rompimento. O PT lançou Elmano e Evandro ficou “neutro”, ainda que, no dia do resultado, estivesse no palanque petista.

No ano seguinte houve o rompimento dos irmãos Ferreira Gomes. Em agosto, Evandro já havia anunciado oficialmente que estava de saída do PDT e três meses depois recebeu uma carta de anuência de Cid, então presidente do PDT-CE. Houve um conflito interno de grandes proporções e o senador foi afastado, reconduzido e afastado novamente da presidência da sigla, filiando-se ao PSB em fevereiro deste ano.

Evandro com Cid Gomes em evento do PDT(Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Evandro com Cid Gomes em evento do PDT

Evandro, porém, não foi para o PSB, frustrando um pouco Cid e, ainda mais, o amigo André Figueiredo. Houve uma briga judicial para derrubar a anuência, o que não se concretizou. Segundo familiares, foi uma época de “muito choro”. “Não era o intuito dele, ele sempre foi PDT. O que nos abalou foi a maneira como se deu”, disse Hélio Winston.

A entrada no PT se deu em dezembro, em uma manobra que já visava a Prefeitura de Fortaleza. Na virada do ano, Evandro já era visto, ao lado do governador, em eventos institucionais. Calado, observava o entorno, dava entrevistas pontuais e aparecia em fotos.

A escolha oficial como candidato dá um capítulo à parte. Foram cerca de quatro meses do início do ano até a votação que firmou Evandro como postulante. A maior opositora era a deputada federal e ex-prefeita, Luizianne Lins (PT). Ela lutou até o último segundo para concorrer pelo PT, mas, em encontro, viu a votação de Evandro se acumular. Acabou retirando-se da disputa (e da campanha do colega). Só ingressou na semana final. 

 

 

Próximos anos serão do PT

Com cabelos escuros e roupas claras e alinhadas, a imagem de Evandro apareceu na frente da maioria dos fortalezenses, na hora da votação. Os próximos quatro anos serão dele e, na expectativa, está o povo, desconfiado ou animado.

O futuro prefeito acumula capital político com a vitória, claro, mas o que será feito disso, para a cientista política Paula Vieira, será decidido por muitas mãos. “Depende do que o grupo vai pensar como estratégia para as próximas eleições”, explica. O mérito da vitória não seria só dele, mas dividiu-se com o PT e Camilo Santana (PT), que se firma como maior liderança política do Ceará.

O partido não encabeçava uma vitória em Fortaleza desde 2008, com a reeleição de Luizianne Lins. Já Camilo é forte no interior, mas perdeu na Capital em 2022, quando viu Wagner liderar as intenções de voto para governador na Cidade, ainda que Elmano de Freitas (PT) tenha se consagrado vencedor. A própria vitória esmagadora para o Senado foi mais estreita em Fortaleza: se no geral foram 80% dos votos, na capital foram 57,39%. Tudo isso ganha uma nova configuração com a vitória de Evandro.

 

Prefeitos eleitos pelo PT em Fortaleza

 

Historicamente, defende Paula Vieira, a condução do petista ao Palácio do Bispo significa que “Fortaleza continua optando por um projeto minimamente mais progressista”. No entanto, o acirramento não pode ser desconsiderado.

“Vai continuar sendo um colégio eleitoral muito disputado pela direita, ainda mais pela visibilidade que André está tendo. Ele sai com uma projeção nacional. Fortaleza se tornou uma referência da polarização”, diz ela. “O projeto não sai completamente vitorioso, mas, após todo esse acirramento, consegue se manter”.

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