Após mais de um ano de adiamento, a espera pelo início dos Jogos Olímpicos de 2020 está próxima ao fim. A partir de hoje, faltam apenas 30 dias para a cerimônia de abertura da Olimpíada de Tóquio, no Estádio Olímpico da capital japonese. Originalmente, o evento aconteceria em 2020, mas foi postergado em razão da pandemia do novo coronavírus.
A edição número 32 das Olimpíadas (a 29ª disputada, pois três foram canceladas por causa das guerras mundiais) contará com grandes estrelas, apesar da ausência por aposentadoria de atletas dominantes nas últimas décadas, como o norte-americano Michael Phelps, da natação, e o jamaicano Usain Bolt, do atletismo. Novidades no funcionamento dos Jogos também chamam atenção, devido às limitações causadas pela pandemia.
Quando se mencionam grandes estrelas no torneio olímpico é impossível ignorar as estrelas da NBA, que tentarão levar os Estados Unidos ao tetra ouro consecutivo. Apesar das ausências de LeBron James e Anthony Davis, do Los Angeles Lakers, que farão recuperação física, o elenco deverá ter nomes como James Harden e Kevin Durant, do Brooklyn Nets, além de outros craques, como Damian Lillard, do Portland Trail Blazers, Devin Booker, do Phoenix Suns, e Jayson Tatum, do Boston Celtics.
O basquete feminino dos EUA vem de seis ouros seguidos e contará com estrelas como Sue Bird e Breanna Stewart, do Seattle Storm, e Diana Taurasi, do Phoenix Mercury.
Ainda nos esportes coletivos, chamam a atenção as participações de Marta (Brasil) e Megan Rapinoe (Estados Unidos) no futebol; Mikkel Hansen (Dinamarca) no handebol, Filip Filipovi (Sérvia) no polo aquático, além de Earvin N'Gapeth (França) no vôlei.
Se entre os esportes coletivos o destaque é dividido entre Olimpíada e competições regulares, nos individuais os Jogos são a chance de ter todos os olhos virados para si. Atletismo e natação, modalidades com elevada quantidade de competições, contam com estrelas que miram marcas relevantes.
No atletismo, o fundista Eliud Kipchoge (Quênia) busca a quarta medalha olímpica, enquanto a velocista Shelly-Ann Fraser-Pryce (Jamaica) tenta reconquistar o topo do pódio após ser "apenas" bronze na Rio-2016 nos 100m. Ela é bicampeã olímpica na prova e tem ainda três pratas. Na natação, a recordista mundial dos 400m, 800m e 1.500m, Katie Ledecky (Estados Unidos), deve competir em quatro provas para tentar aumentar sua coleção de cinco ouros. No masculino, o gigante Caeleb Dressel (Estados Unidos) quer se provar um protagonista olímpico, após conquistas em mundiais.
Simone Biles (Estados Unidos), que fez história na Rio-2016 com cinco medalhas (quatro ouros) na ginástica artística, tenta ampliar os recordes. O judoca Teddy Riner (França) tenta o tri-olímpico, após ter visto o recorde de 10 anos sem derrota ser derrubado no ano passado. O tênis, como de costume, deve ter receber grandes nomes como Roger Federer (Suíça), Novak Djokovic (Sérvia), Serena Williams (Estados Unidos) e Naomi Osaka (Japão).
Esta edição dos Jogos também terá espaço para a participação de destaques de novos esportes. As Olimpíadas 2020 terão skate, surfe, caratê e escalada como novidades, além do retorno do beisebol. O skate e o surfe, em especial, trarão boas chances de medalha para o Brasil. No mar, Gabriel Medina, bicampeão mundial de surfe, e Ítalo Ferreira, atual campeão mundial, são favoritos ao ouro; Tatiana Weston-Webb e a cearense Silvana Lima podem subir ao pódio no feminino. Já no cimento, Pâmela Rosa, Letícia Bufoni e Rayssa Leal estão no top-5 mundial do skate street, enquanto Pedro Barros está entre os melhores do mundo no skate park.
Marcelo Romano, jornalista especialista em esportes olímpicos e colunista do O POVO, considera a equipe brasileira como favorita ao ouro em outros esportes além do surfe e do skate, como na vela, com Martine Grael e Kahena Kunze, na canoagem, com Isaquias Queiroz, no boxe, com Bia Ferreira, na maratona aquática, com Ana Marcela Cunha, além das competições de vôlei e futebol masculino, que o Brasil levará equipes fortes.
Romano também faz uma previsão do total de medalhas e considera possível que o recorde alcançado nas Olimpíadas do Rio-2016, 19, possa ser repetido em 2021.
“Acredito que no geral o Brasil tenha chances de repetir o recorde de medalhas totais, com a inclusão do surfe e do skate, que estão estreando. Agora, repetir o recorde de sete ouros conquistados em 2016 pode não ser tão simples. Talvez o Brasil termine com cinco, seis, mas há a possibilidade de chegar aos sete. As 19 devem ser possíveis, até porque o programa olímpico tinha antes 316 provas e agora tem 339”, explicou.
Essa “constelação” de atletas poderá ser observada presencialmente por espectadores, conforme divulgado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) nessa segunda-feira, 21. Contudo, a presença de público será limitada. Cada arena terá capacidade máxima de 50% do total ou 10 mil pessoas. Todos os presentes serão obrigados a usar máscaras, com saída dos locais de competição sendo feita de forma escalonada.
Além disso, não será permitida a presença de torcedores estrangeiros nos Jogos Olímpicos, o que obrigou a organização da Tóquio-2020 a devolver 910 mil ingressos vendidos previamente.
Como serão as disputas olímpicas, um torneio atípico por conta das restrições sanitárias, que afetaram preparação de atletas e restringem público no evento