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"Muito feliz em cantar no meu Estado e ter um reconhecimento", diz VMZ
Reportagem Seriada

"Muito feliz em cantar no meu Estado e ter um reconhecimento", diz VMZ

Responsável por uma mistura entre o rap e o universo geek, o cearense VMZ tem consolidado sua carreira musical. Com apenas 21 anos, tem demonstrado seu talento ao longo dos anos, tanto é que já soma mais de 388 milhões de visualizações só no YouTube. Participante do UP Gamer, VMZ mostra que é bom na voz e na frente do gol no Rocket League
Episódio 13

"Muito feliz em cantar no meu Estado e ter um reconhecimento", diz VMZ

Responsável por uma mistura entre o rap e o universo geek, o cearense VMZ tem consolidado sua carreira musical. Com apenas 21 anos, tem demonstrado seu talento ao longo dos anos, tanto é que já soma mais de 388 milhões de visualizações só no YouTube. Participante do UP Gamer, VMZ mostra que é bom na voz e na frente do gol no Rocket League
Episódio 13
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Há pouco mais de um ano, as redes sociais estavam tomadas por um tal de Plutãozinho que surgia no quase perdido bairro de Mucunã, em Maracanaú, com suas músicas que misturavam o rap com a cultura geek. Agora em 2022, Sandro Júnior, conhecido artisticamente como VMZ, tem dado continuidade ao seu trabalho de levar para as pessoas reflexões em suas letras a partir da mescla dos jogos eletrônicos, dos animes e das séries com as histórias da vida real.

São milhões de visualizações e plays alcançados em plataformas de streaming, por onde verbaliza suas sacadas, seu sotaque e sua pegada jovial de quem tem apenas 21 anos de idade. Após ter sido escolhido em setembro de 2021 para ser o artista de destaque do Spotify no Brasil, precisou atravessar um período complicado internamente, como no trabalho, já que seus dois canais no YouTube (ambos com mais de 1 milhão de inscritos) foram hackeados.

Apesar da turbulência enfrentada, VMZ se apegou aos fãs, conseguiu recuperar os canais e agora tem aproveitado o sucesso conquistado durante a pandemia de Covid-19 para passar a dividir sua rotina de produção de novas músicas com encontros com seguidores e shows pelo Nordeste. O dono do hit Plutão é o convidado do UP Gamer+, onde compartilha as mudanças obtidas na carreira nos últimos meses e mostra suas habilidades como um típico artilheiro em Rocket League.

 

 

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O POVO - Você ficou conhecido com “Plutão” durante a fase mais grave da pandemia. Como tem sido agora ver shows lotados com as pessoas cantando suas músicas no presencial?

VMZ - Cara, é literalmente uma sensação muito diferente do que eu estou habituado. Meu tipo de trabalho era estar no estúdio, produzir música, esse era o meu foco. A questão de lidar com a própria imagem, produzir clipes, shows, tudo o que envolve o “eu presencial” passou por uma transição muito louca porque eu dei uma estourada na pandemia.

Mas, cara, está sendo “muito da hora”. Onde eu vou tem gente para cantar as músicas, para fazer o show acontecer. É uma experiência muito legal. Estou curtindo muito encontrar com o pessoal, principalmente em alguns estados dentro do Nordeste para onde vou. É muito louco, o Nordeste é “muito quente”, velho.

O POVO - Você foi uma das atrações do Sana e por lá tinham filas imensas de fãs para fazer fotos contigo. Como tem sido essa experiência das pessoas do seu Estado reconhecendo o seu trabalho?

VMZ - O Sana foi muito louco. Eu já tinha feito um show no Sana no começo deste ano e eu estava um tempo sem lançar músicas. Eu tive alguns problemas, que resultaram em eu ficar um período parado, enquanto a galera ficava na expectativa do tipo: “tá, o que você tem e o que vai fazer para a gente? O que você tem a oferecer aí?”. Calhou que o Sana me chamou para fazer um show durante essa fase em que eu estava parado. Como eu estava sumido das redes sociais, eu não divulguei. Ainda assim tinha uma galera lá, mas foi uma parada bem tranquila.

Nessa última edição (em julho), eu já tinha voltado a lançar músicas, voltado com meus projetos no YouTube. Comecei a pedir para a galera aparecer lá. Ver que tem tanta gente de onde eu moro, de onde eu sou, para ver o meu "trampo" é muito foda. Eu estava muito assustado, com medo de não ter ninguém. Quando cheguei lá, na hora da sessão de fotos, perguntei: “tem gente lá?” Me falaram que estava cheio de gente e eu falei “ufa”. Acho que foi o melhor show da minha vida. Fiquei muito feliz de cantar no meu Estado e ter um reconhecimento “da hora”.

Durante o Sana 2022, inúmeros fãs fizeram fila para fazer fotos com VMZ(Foto: Emanuel Pontes / Sana)
Foto: Emanuel Pontes / Sana Durante o Sana 2022, inúmeros fãs fizeram fila para fazer fotos com VMZ

O POVO - Como fazer para mostrar que você é um artista que vai além de um hit viral?

VMZ - A minha luta basicamente era essa porque antes de “Plutão” bombar eu já tinha um canal com 1 milhão de inscritos (no YouTube). Esse foi o meu primeiro canal de cultura nerd, geek, pop, umas paradas de jogos, séries e filmes. Mas quem me conheceu por meio de Plutão não sabia disso, não sabia desse meu outro projeto, que foi o meu primeiro na música. O canal onde foi publicado Plutão foi o meu projeto secundário, paralelo, que do nada bombou muito.

Agora eu voltei a lançar músicas no meu canal principal de cultura nerd, porque é um momento em que estou me sentindo confortável. Eu estou ligando bem com essa parada porque tem muita gente no meu canal principal, meus vídeos pegam milhões de visualizações por lá. Eu tenho uma carreira com mais de cem músicas lançadas, meu canal principal tem 200 milhões de acessos. Então mentalmente eu trabalho assim: eu sei da minha história e artisticamente a minha intenção é conseguir mostrar isso para as pessoas. Ainda não sinto que fiz isso de fato, mas em 2022 eu tenho feito isso, focado em apresentar quem eu sou.

O POVO - Você chegou a ter um dos canais no YouTube hackeado...

VMZ é dono de dois canais no YouTube, os quais somam mais de 388 milhões de visualizações. Ambos chegaram a ser hackeados em dezembro de 2021, mas recuperados pelo artista(Foto: Akabolt / Divulgação)
Foto: Akabolt / Divulgação VMZ é dono de dois canais no YouTube, os quais somam mais de 388 milhões de visualizações. Ambos chegaram a ser hackeados em dezembro de 2021, mas recuperados pelo artista

VMZ - Na realidade tive os dois canais hackeados em dezembro do ano passado. Eu já estava passando por vários problemas, vários BOs internos que eu não queria levar para o público. Esse bagulho dos canais hackeados foi a gota d’água, daquelas que rompe a represa. Na hora, eu falei com minha equipe e começamos a mandar email para o YouTube. O YouTube tirou o canal do ar por alguns dias para tirar do controle dos hackers. Falaram que era normal e depois quando voltasse já seria sob o nosso comando. Aí deu tudo certo. É um bagulho que você não sabe como não cair.

Durante uns dias tudo da minha história na música sumiu. Eu me senti no filme “Missão Impossível: Protocolo Fantasma”, que é onde os caras não têm mais nada, identidade, documentos, estão fora dos rastreadores. Eu me senti desse jeito. Psicologicamente foi horrível, mas graças a Deus passou.

O POVO - Lembro que na época você teve um apoio e carinho dos seus seguidores. Como foi esse momento?

VMZ - Foi muito louco, foi um momento que eu me apeguei bastante na galera. Não que eu já não fosse, sempre tive um carinho muito grande pelas pessoas que apoiam meu trabalho, mas tudo mudou a partir dali. Minha relação com eles ficou muito mais próxima. Eu senti que estou trabalhando para essas pessoas, essa é a verdade. Eu estou produzindo conteúdo para elas, fazendo músicas para elas.

Já sentia um carinho muito grande daí também firmar esse sentimento nos shows, encontrando a galera pessoalmente, é quando confirmo, quando tenho certeza que isso é real, em que eu sei que não é coisa da minha cabeça. No geral eu me sinto bem próximo de quem me acompanha e vira fã do trabalho. Tem a galera que consome porque gosta das músicas e tem a galera que ama mesmo de paixão e que está ali apoiando em tudo, em todas as músicas. É muito amor e tudo isso me ajudou muito a passar por essas barras.

O POVO - Em seu canal de cultura geek você faz uma mescla dos jogos com a vida real. Qual a relação que você faz entre eles e qual a sua importância?

VMZ - Cara, eu tento aproximar o máximo que eu posso os personagens e os temas das pessoas. Eu exploro os sentimentos ali na letra e normalmente não cito o nome do jogo. Eu faço uma música que quem conhece o jogo, o anime, a série consegue ouvir, e quem não conhece também consegue. Essa é a música que eu tento fazer.

Às vezes eu falo em primeira pessoa e vem uma galera: “pow, você fez a música falando só de você”. Mas tipo assim, eu fiz a música falando do sentimento e fiz na primeira pessoa. Minha intenção é aproximar da realidade para que gere a identificação. É dessa forma que eu aproximo da realidade. Quando o meu projeto paralelo estourou, a galera achou que eu ia abandonar muito a cultura geek, sendo que é uma coisa que eu amo.

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