Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
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A última reunião do Conselho Deliberativo do Fortaleza em 2025, na noite dessa segunda-feira, 29, teve alto quórum, clima agitado e muitas cobranças acerca do orçamento do próximo ano, do fim do futebol feminino e da saída do patrocinador master, além da eleição do Conselho de Administração da SAF, apurou a coluna.
As pautas do encontro virtual eram a apresentação do planejamento do departamento de futebol para 2026 e a votação dos orçamentos da SAF e da associação. Mas os questionamentos e as cobranças para o pleito do Conselho da SAF se alongaram e duraram mais de duas horas, até haver uma definição.
Eram mais de 120 conselheiros presentes, número alto para o que geralmente costuma haver nas reuniões. O encontro chegou ao fim entre 1 hora e 1h30min da madrugada desta terça, 30, com a aprovação do orçamento em votação apertada - o número de presentes já era bem inferior. O futebol profissional não chegou a ser pauta, o que causou a saída à francesa do diretor de futebol Sérgio Papellin da reunião.
A projeção orçamentária de R$ 225 milhões foi apontada por um conselheiro como “extremamente otimista”, sobretudo em relação ao montante previsto para venda de jogadores (R$ 65 milhões). As cifras são superiores à previsão de 2025, em que o Tricolor estava na Série A do Brasileirão. Também gerou incômodo a estimativa de R$ 42 milhões em empréstimos ao longo do ano.
Houve a ponderação de que é necessário negociar atletas para enxugar a folha, sob o risco de haver atrasos salariais e os jogadores poderem recorrer à Justiça para rescindir o contrato, o que faria os ativos se tornarem passivos.
A previsão de custo mensal com a folha de jogadores do futebol profissional é de R$ 4,6 milhões, mas houve divergência na reunião, já que o valor chegaria a cerca de R$ 6 milhões incluindo encargos, 13º salário e luvas, por exemplo.
Antes da reunião, entre o fim da tarde e o começo da noite, duas notícias deixaram o clima tenso: a saída da Cassino Bet, patrocinadora master, divulgada pela coluna em primeira mão, e o encerramento das atividades do futebol feminino depois do título estadual e do acesso para a Série A1 do Brasileirão da modalidade.
O CFO da SAF do Fortaleza, Rodrigo Montenegro, confirmou que a empresa acionou a cláusula de rescisão prevista em contrato, em caso de queda do time masculino no Brasileiro, e deixa o clube. A projeção é de conseguir um novo acordo com cifras anuais em torno de R$ 13 milhões.
Já o fim do futebol feminino, anunciado pelo clube sob a alegação de “restrição orçamentária, da ausência de recursos específicos e da incapacidade financeira de manutenção da modalidade”, também causou insatisfação entre os conselheiros, questionando se não haveria receita mesmo com um orçamento alto.
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