Jornalista, repórter especial do O POVO, tem mais de dez anos de experiência em jornalismo econômico
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A menos de 20 dias das eleições municipais, esta coluna dá continuidade às publicações com avaliação de representantes do setor produtivo sobre as propostas trazidas pelos candidatos a prefeito de Fortaleza. Responsável por movimentar bilhões de reais anualmente em compra, venda e aluguel de imóveis e terrenos no Estado, o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE) falou sobre o que sente falta na campanha e que interfere diretamente na dinâmica do setor.
"Nenhum candidato em debate algum falou sobre o mercado imobiliário", lamentou Tibério Benevides, presidente do Creci Ceará. A frase expõe ainda surpresa, uma vez que é o setor que lida diretamente com o Programa Minha Casa Minha Vida e com um dos principais impostos do município, o Imposto Sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
O IPTU é mencionado por ele como "injusto" em alguns casos, porque o valor de "uns é aquém e de outros muito além."
Procurado por dois candidatos que não revelou o nome, Benevides disse que "falta assento à mesa" para os corretores, especialmente quando o assunto são as definições sobre plano diretor da cidade e o Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI).
Classificado por ele como um entrave ao setor, o ITBI é um exemplo citado pelo presidente do Creci-CE como um assunto que poderia ser construído, no que diz respeito aos valores estabelecidos, entre o poder municipal e o mercado imobiliário local.
"É importante que se chegue ao denominador comum. Uma planta de valores pode ser criada entre o Sinduscon (Sindicato da Construção) e o Creci. Não é difícil porque uns constroem e os outros vendem. Seria facílimo adequar isso", sugere.
As duas entidades já destacaram que, em 2024, o setor vive o melhor momento em oito anos, com projeções de crescimento de vendas de imóveis sem igual nesse período - o que presenta geração de emprego e renda no Município -, e por isso Benevides demonstra surpresa de não ter os impostos que envolvem o mercado imobiliário em destaque nas campanhas.
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