Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Unifor e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da equipe de reportagem do Anuário Ceará e da editoria de Economia do O POVO. Atualmente é Editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO
Pequenas e médias empresas, assim como os microempreendedores individuais (MEI) e as startups, também podem ser eticamente responsáveis desde o planejamento
Engana-se quem pensa que apenas grandes companhias devem aderir às boas práticas de ASG – sigla para ambiental, social e governança. As pequenas e médias empresas, assim como os microempreendedores individuais (MEI) e as startups também podem ser eticamente responsáveis, inclusive colocando no seu plano de criação esta agenda.
A diretora de desenvolvimento e sustentação do Winds For Future (W4F), Deborah Lilienfeld, avalia ser super importante essa visão, pois ao nascerem com princípios de integrar temas de meio ambiente, impacto social e melhores práticas de governança, as startups não tem que fazer o caminho reverso que as grandes empresas estão fazendo atualmente.
"O uso do termo ESG, ou ASG, esquentou no Brasil durante a pandemia da Covid-19, mas várias empresas estão adotando práticas em seus modelos de negócio e operacionais há décadas", informa a executiva.
Organizações de financiamento multilaterais, como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o braço de financiamento ao setor privado do Banco Mundial, a International Finance Corportation (IFC), utilizam guias internas de ASG na avaliação de investimentos desde o início dos anos 2000.
"Durante o processo de análise de investimentos é possível que o BID ou IFC não prossigam caso a empresa proponente do investimento não cumpra com critérios de ASG da instituição. O fato de financiadores importantes teresm adotado essas práticas na tomada de decisão influência e empurra as empresas a aderirem às melhores práticas", alerta.
Em outros casos, empresas multinacionais começaram a incluir ações na temática de ASG para atender demanda de mercado. Começam criando iniciativas e projetos e depois estratégias mais abrangentes. "Entretanto, a mudança é lenta, pois essas empresas já têm seus processos criados e gestores que precisam ser treinados e apoiados durante a transição. Startups que já nascem com uma visão holística de ASG e integração em processos e suas operações não precisam passar pela transição", destaca a diretora do W4F.
Evento presencial
O Wins For Future acontecerá de 22 a 25 de setembro, no Cumbuco, e reunirá, de forma presencial, startups, líderes sociais, painelistas, empresas sustentáveis e a comunidade para imergir uma experiência única e inovadora de entretenimento e gastronomia. A programação e os ingressos estão no windsforfuture.com
Alimentos inteligentes
Um exemplo desta adesão ao ASG desde a criação é a startup Innovacci Alimentos Inteligentes, que conta com o apoio do Iel-CE, e tem foco em alimentação inclusiva. Rafael Zambelli, um dos sócios ao lado da Luciana Gama e da Bárbara Albuquerque, conta que o primeiro pilar a ser trabalhado será o social, pois terão um psicólogo para o acompanhamento do bem-estar do colaborador. "Além de sermos totalmente a favor da diversidade", diz.
Com relação ao meio ambiente, se preocupa com o uso da água e a poluição com embalagens e estabeleceu a utilização mínima de água apenas para limpeza dos utensílios e equipamentos. No futuro, quer deixar de utilizar a Cagece e fazer o próprio tratamento da água. Além disso, planeja projeto na área de eficiência energética. Sobre as embalagens estuda revestimentos comestíveis e opções degradáveis.
Carne vegetal
Outro case que também começou no Iel-CE é a Super Barn que está entrando no mercado de carne vegetal. O diretor comercial Italo Pinheiro ressalta que desde a concepção a empresa defende o consumo consciente e com baixo footprint, ou seja, pegada ambiental. "Nossa visão como empresa é que todo brasileiro coma carne vegetal pelo menos três vezes por semana", estima Pinheiro.
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