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Novas economias: empresas que geram impacto
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Carol Kossling é jornalista e pedagoga. Tem especialização em Assessoria de Comunicação pela Universidade de Fortaleza (Unifor) e MBA em Marketing pela Faculdade CDL. Pautou sua carreira no eixo SP/CE. Fez parte da editoria de Economia e foi editora de Projetos do Grupo de Comunicação O POVO. Atualmente cursa dois MBA em ESG - Trevisan e Faculdade CDL

Novas economias: empresas que geram impacto

A Natura já trabalha um novo conceito que vai além da sustentabilidade do meio ambiente, o de regeneração. São ações além da simples manutenção, mais direcionadas a restaurar a biodiversidade, os ciclos naturais, os processos ecológicos e os recursos naturais
Tipo Notícia
ANA Costa é vice-presidente de reputação e sustentabilidade da Natura (Foto: Mylena Simões/ Divulgação Natura)
Foto: Mylena Simões/ Divulgação Natura ANA Costa é vice-presidente de reputação e sustentabilidade da Natura

Já é senso comum, menos para os negacionistas, que do jeito que estamos vivendo e cuidando do meio ambiente não dá.

O último boletim do Copernicus Climate Change Service (C3S) revelou que as temperaturas globais durante o mês de novembro de 2024 ficaram 1,62°C acima dos níveis pré-industriais, reforçando a sequência de 16 meses dos últimos 17, em que o limite de 1,5°C foi ultrapassado.

Ou seja, não dá mais nem para cuidarmos ou mantermos os níveis de produção do jeito que está. É preciso mais, é preciso logo e rápido. A Natura é uma das empresas que ultrapassou o conceito de sustentabilidade e vem atuando na regeneração das relações socioambientais.

Com foco em restaurar a biodiversidade e os ciclos naturais aplicando na agricultura sustentável, florestas e nos sistemas sociais e econômicos.

Ana Costa, vice-presidente de reputação e sustentabilidade da Natura, diz que 2025 vai ser um ano importante para o Brasil com a realização da COP30 em Belém, no Pará.

"A COP vai ser onde a gente tem nosso coração. E acho que é o momento de não falar da empresa,  mas falar de quem está lá, das comunidades que lá estão. Esse será o momento para divulgar que é possível sim ter desenvolvimento sustentável, desenvolvimento econômico junto com o desenvolvimento humano e dar visibilidade pra Amazônia".

Além de estarem estruturando várias ações, a executiva convida a todos para uma  cooperação. "Convidamos outras empresas para estarem lá com a gente. Sem isso não existe. Temos que trabalhar ainda com as políticas públicas e com a sociedade civil". 

Embalagens recicláveis

Como utilizam embalagens em seus produtos, a Natura traçou metas e, no ano passado, 86,2% das embalagens eram recicláveis, reutilizáveis e compostáveis.

O desafio é chegar a 100% em 2030. Também de olho na preservação da Amazônia aportou cerca de R$ 46 milhões no último ano, o que impactou positivamente 10,1 mil famílias e 44 comunidades agroextrativistas e fornecedores pelo programa Natura Amazônia. 

Dados da metodologia IP&L (Integrated Profit & Loss) confirmaram que, para cada R$ 1 de receita, dos negócios da Natura e Avon América Latina, em 2023, foram convertidos em R$ 2,7 de impacto socioambiental positivo.

Negócio regenerativo

De acordo com João Paulo Ferreira, presidente da Natura, o grande desafio do momento é, até 2050, tornar a empresa um negócio regenerativo com impactos positivos sistêmicos em pessoas, natureza e sociedade. 

Neste ano, a empresa avançou na agenda de regeneração e lançou o Plano de Transição Climática, antecipando em duas décadas as metas para zerar emissões próprias de carbono dos escopos 1 e 2 até 2030.

"Esta é uma forma de mostrarmos à indústria e à sociedade de que sustentabilidade e lucro precisam morar debaixo do mesmo teto. O ano de 2025 será o ano da Amazônia. Uma região que estamos presente há 25 anos, com um modelo de negócios sustentável, atuando em parceria com as comunidades locais. Ao lado delas, conservamos mais de 2,2 milhões de hectares de floresta.", afirma.

Seu desejo para 2025 é mostrar ao mundo que o Brasil e as empresas podem ser um vetor de transformação. E que a empresa seja um entre muitos exemplos de como a sociobioeconomia pode transformar os modos de produção na Amazônia, gerando emprego, renda e, assim, apoiando o combate às mudanças climáticas e promovendo a regeneração.

Cartilha ESG

O POVO lançou a terceira edição da Cartilha ESG. Entre as empresas e organizações presentes estão a Alece, Arcelormittal, Ceneged, Sicredi e Fetrans. Para Paula Lima, editora do Lab e coordenadora do projeto, esse produto customizado reúne empresas que são engajadas nas práticas de ESG.

"É muito interessante vermos como o Ceará tem se desenvolvido e tem estado também atuante nessa pauta. E ver que as empresas estão realmente pensando, não apenas na lucratividade, mas também em tornar o mundo, a cidade, o país, o planeta, um lugar melhor para se viver".

Em 2025, no primeiro semestre, será lançada a quarta edição da Cartilha ESG.

Pesquisa

A mais recenete edição da pesquisa “Check-up de Bem-Estar”, desenvolvida pela Vidalink, revelou que 25% das mulheres estão insatisfeitas com o seu bem-estar (níveis “baixo” e “baixíssimo”), em comparação com apenas 12% dos homens.

E também mostrou que 37% das mulheres enfrentam uma dupla jornada de trabalho - carreira e cuidado da casa e família, sendo a Geração X (45%) e as Millennials (44%) as mais impactadas por essa sobrecarga. Por outro lado, apenas 21% dos homens enfrentam essa mesma dupla jornada, já que a maioria (61%), passa a maior parte do tempo no trabalho.

Além disso, 44% das mulheres relataram sentir ansiedade na maior parte dos dias, enquanto entre os homens esse índice é de 37%. A insatisfação com a saúde em geral também é mais elevada entre as mulheres, alcançando 18% das respostas — 10 pontos percentuais a mais que os homens nos níveis considerados “baixo” e “baixíssimo.”

Segundo Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, os dados mostram a pressão que recai sobre as mulheres que enfrentam múltiplos papéis, cuidando da casa, da família e ainda lidando com o trabalho.

Considerando as demandas das mulheres de diferentes gerações que enfrentam a dupla jornada de trabalho, entra em destaque o conceito de "geração sanduíche” Esse grupo, formado por pessoas principalmente das gerações Millennials e X, divide-se entre os cuidados com os próprios pais e filhos.

Além do impacto pessoal, o CEO ressalta que essa sobrecarga também tem implicações para as organizações e a agenda ESG.

“As empresas precisam se perguntar: como podemos garantir maior equidade se as mulheres estão sobrecarregadas? Cuidar da saúde mental e física das mulheres, especialmente de quem enfrenta limitações na dupla jornada, é um investimento em impacto social e na criação de ambientes de trabalho mais justos e inclusivos”, explica González.

Foto do Carol Kossling

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