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Áreas verdes em Fortaleza: nosso jornalismo foi atrás da transparência
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Repórter do O POVO+ especializada em ciência, meio ambiente e clima. Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é premiada a nível regional e nacional com reportagens sobre ciência e meio ambiente. Também já foi finalista do Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde, Ciência e Bem-Estar na região Nordeste

Catalina Leite ciência e saúde

Áreas verdes em Fortaleza: nosso jornalismo foi atrás da transparência

As repórteres Karyne Lane e Ludmyla Barros, do O POVO+, mapearam as 16 áreas verdes que perderam proteção ambiental e finalmente deram transparência ao tema que, pela Câmara, continuaria às obscuras
Tipo Opinião
Uma das áreas verdes afetadas é a area de proteção ambiental no bairro Serrinha (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Uma das áreas verdes afetadas é a area de proteção ambiental no bairro Serrinha

O acesso à informação e à transparência é direito do cidadão e dever do Estado. Essa é a premissa básica da Lei nº 12.527/2011, a Lei de Acesso à Informação. O poder público, independente da instância, é obrigado a disponibilizar informações e dados de fácil acesso e análise. Não foi o que aconteceu com as áreas verdes excluídas de zonas ambientais — aí O POVO+ entrou com jornalismo para mostrar o tamanho do estrago.

As repórteres Karyne Lane e Ludmyla Barros fizeram uma operação trabalhosa de levantar e mapear as 16 áreas verdes ameaçadas pelos últimos minutos da gestão de José Sarto (PDT). Por mais que a informação sobre as áreas existisse, ela não era transparente.

Explico: a transparência não depende apenas da existência do dado. Ele precisa ser fácil de achar, fácil de conferir e fácil de replicar. A base precisa ter coerência entre si, seguindo o mesmo padrão de alimentação.

Os jornalistas estão carecas de solicitar dados que deveriam ser públicos aos órgãos responsáveis e receber PDFs ou até mesmo imagens de tabelas com números difíceis de ler.

Ok, os dados estão lá, mas exigem trabalho manual — porque nem as inteligências artificiais conseguem traduzir a informação — de tabulagem da informação.

O que as repórteres do OP+ fizeram, portanto, foi dar transparência a um tema que a Câmara preferia manter obscuro. Elas fizeram sentido de incontáveis páginas, coordenadas geográficas, endereços e fotos de mapas. Tabularam tudo, produziram as geometrias e agruparam em uma só plataforma.

Até o momento, o debate público estava sendo feito às pressas, com justificativas pífias e com a certeza de que as informações estavam escondidas.

Com o jornalismo de Karyne e Ludmyla, ganha o ativismo ambiental, mas principalmente Fortaleza. Você pode até achar as áreas pequenas, mas o custo de degradá-las é gigantesco. "Estão contratando enchentes", sintetizou o biólogo Thieres Pinto para as repórteres.

Vale a leitura da matéria e a valorização do bom jornalismo.

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