Naoki Hamaguchi: o desafio de revisitar a franquia Final Fantasy
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Davi Rocha é um gamer inveterado e professor universitário com uma pitada de publicitário. Sua paixão por videogame o leva a tentar desvendar as camadas mais profundas das narrativas interativas e mecânicas dos jogos atuais. Com uma análise apurada e uma abordagem que une teoria e prática, apenas aborda os principais lançamentos, mas também conecta pontos interessantes entre a cultura pop e estratégias de marketing e comunicação
Naoki Hamaguchi: o desafio de revisitar a franquia Final Fantasy
Desenvolvedor japonês revela planos da Square Enix para ampliar Final Fantasy VII e comenta sobre o legado e futuro dos RPGs japoneses no cenário global
Foto: Montagem/Arquivo pessoal
Entrevista com a Naoki Hamaguchi da Square Enix, durante a BGS 2025
Na Brasil Game Show 2025, tive a chance de conversar com Naoki Hamaguchi, programador da japonesa Square Enix com 20 anos de carreira e atualmente diretor responsável por Final Fantasy VII Remake e Final Fantasy VII Rebirth.
Já havia encontrado Hamaguchi-san no Tokyo Game Show do ano passado. Com a mesma simpatia e acessibilidade de sempre, discutimos não só o legado da franquia Final Fantasy — que completou 38 anos em 2025 — como também os rumos do gênero RPG e as mudanças recentes no mercado de games.
Ao longo da conversa, Hamaguchi refletiu sobre o peso de revisitar um dos maiores clássicos da história dos videogames.
“Quando se revisita um legado tão amado quanto Final Fantasy VII, é inevitável não carregar consigo o peso das lembranças”, me disse, ressaltando que a missão de equilibrar nostalgia e inovação é um desafio constante do seu trabalho na Square Enix.
O diretor também afirmou que reconhece a importância da franquia no Brasil e falou de forma muito positiva sobre o contato com os fãs brasileiros, que o impressionaram: “Os fãs daqui demonstram uma paixão muito intensa pelo jogo e poder vivenciar isso de perto é realmente extraordinário”.
Também discutimos as notícias recentes sobre os esforços da Square Enix em ampliar seu alcance, deixando de restringir lançamentos às plataformas da Sony.
Com a confirmação de que Final Fantasy VII Remake e Rebirth deixarão de ser exclusivos do PlayStation e serão lançados no Nintendo Switch 2 e nos consoles Xbox Series X|S a partir do próximo ano, Hamaguchi afirmou que, embora valorize e elogie a longa parceria entre PlayStation e Square Enix — que deseja manter por muitos anos —, a decisão de desvincular a série Final Fantasy VII dos consoles da Sony reflete seu interesse pessoal em ver um número cada vez maior de jogadores se divertindo e experimentando seus jogos.
Também comentamos o êxito do RPG francês Clair Obscur: Expedition 33, um dos grandes fenômenos do ano. O jogo, inspirado nos clássicos RPGs japoneses, surpreendeu tanto a crítica quanto o público, firmando-se como um dos indies de maior sucesso em 2025.
Para Hamaguchi, esse tipo de produção demonstra a capacidade do Japão de continuar a servir de referência para estúdios estrangeiros, bem como a maneira como o gênero segue inspirando novas gerações de desenvolvedores.
“Ver isso me deixa muito orgulhoso”, afirmou ele, citando também o êxito de outros RPGs japoneses lançados recentemente por estúdios além da Square Enix, como Metaphor: ReFantazio, da ATLUS.
Ao fim da entrevista, ficou claro para mim que Naoki Hamaguchi enxerga o futuro dos RPGs como um ciclo de reinvenção — no qual tecnologia, acessibilidade e respeito ao legado caminham lado a lado.
A abertura da franquia Final Fantasy para novas plataformas e a valorização de produções independentes mostram que, 38 anos depois, o espírito da série continua moldando o presente e o futuro do gênero e do mundo dos videogames.
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