Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Aurelio Alves/ O POVO
Capitão Wagner teve apoio de tucanos, como Roberto Pessoa
Capitão Wagner (Pros) tem uma aliança numerosa, mas de partidos sem grande expressão até o momento. São nove legendas, mas uma realmente expressiva: o Republicanos. Quatro anos atrás, eram apenas quatro siglas, mas estavam pesos pesados como PSDB, PMDB e PR. É verdade que hoje o Republicanos tem a quarta maior bancada na Câmara dos Deputados. É hoje maior que PSDB, PMDB e o atual PL (antigo PR). Mas, à época, era uma aliança mais expressiva. Claro, Wagner ainda espera ter apoio de PSDB e DEM. AS chances não são as maiores. Seja como for, nomes relevantes do PSDB estavam ontem dando apoio a Wagner na convenção que o lançou. Assim como nomes expressivos do bolsonarismo no Ceará.
Pelo menos desde 2008, saúde é um tema central na campanha. As pesquisas apontam como a maior preocupação da população. Estamos tentando sair de uma pandemia. Então, certamente o assunto seguirá forte nesta eleição. Talvez o cerne se desloque da falta de medicamentos para a estratégia de combate à pandemia. As restrições para funcionamento de atividades serão assunto preponderante. Setores da oposição ecoarão o discurso de segmentos empresariais que já vinham bem insatisfeitos com o prefeito Roberto Cláudio desde a polêmica sobre a taxa dos alvarás e novamente agora porque alguns setores foram liberados a funcionar primeiro e outros ainda têm restrições. Também haverá questionamentos sobre os gastos no combate à pandemia. O número de óbitos - Fortaleza está tragicamente entre os primeiros lugares no País - receberá leituras diversas. Haverá, portanto, uma redefinição do debate da saúde.
Segurança pública é outro tema relevante. Isso ocorre com nova roupagem desde 2000, quando o hoje vice-prefeito Moroni Torgan (DEM) concorreu a prefeito pela primeira vez. Com Capitão Wagner candidato, o tema também ganha peso. Wagner é mais habilidoso que Moroni para sair do monotematismo. Porém, ele traz uma base, simboliza o numeroso eleitorado de policiais e seus familiares. Acaba remetendo ao tema até sem dizer nada. E, no começo do ano, houve motim de policiais durante o qual a violência explodiu e até agora se tenta controlar. Na semana passada, o Governo do Estado mudou o secretário da Segurança Pública. Vale lembrar que, em 2016, os homicídios estavam em queda. Agora, vêm em alta.
A pré-campanha tem trazido indicações de que a economia será uma discussão crucial. Em particular geração de empregos. No começo do mês passado, em live do PSB, o prefeito Roberto Cláudio (PDT) cobrou o Capitão: "É pré-candidato há quatro anos e não tem uma proposta concreta para Fortaleza". Em entrevista à rádio O POVO CBN, Wagner foi questionado e, em resposta, ressaltou uma ideia que vem apresentando em algumas oportunidades: isenção de impostos municipais para empresas no primeiro ano de funcionamento.
É possível dar essa isenção sem comprometer o erário? Não sei responder, mas creio que esse debate irá pegar. Há um aspecto que me parece engenhoso: se a empresa ainda será instalada, não é um dinheiro que o Município já receba. Claro, todos os anos empresas abrem e tantas outras fecham. As novas acabam suprindo a receita que deixa de entrar das que fecham. Porém, a isenção por um ano pode ajudar mais empresas a abrir. E mais empresas a vingarem depois desse ano, quando aí contribuirão. O que a Prefeitura deixa de receber é compensado pelo retorno social de estimular novos negócios, que geram emprego e renda/ Pelo ganho mais na frente, com mais empresas vingando? Qual o impacto dessa renúncia? É um debate que irá pegar na eleição.
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