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Na Câmara de Fortaleza, sinais do futuro da política no Ceará
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

Na Câmara de Fortaleza, sinais do futuro da política no Ceará

Na articulação de Cid Gomes em favor do aliado de Sarto se desenha o que pode ser o futuro próximo do governismo no Ceará — e em Fortaleza
Tipo Opinião
GARDEL ROLIM está no segundo mandato como vereador (Foto: Érika Fonseca/CMFor
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Foto: Érika Fonseca/CMFor GARDEL ROLIM está no segundo mandato como vereador

O vereador Léo Couto (PSB) retirou a candidatura à presidência da Câmara Municipal de Fortaleza e abriu caminho para a eleição de Gardel Rolim (PDT), líder do prefeito José Sarto (PDT). O recuo de Couto atende a pedido do senador Cid Gomes (PDT). O movimento evita a disputa dentro do Poder Legislativo municipal. Esvazia a estratégia da oposição, que ouvia os dois lados e se preparava para decidir em favor de um dos lados.É uma ótima notícia para Sarto para entrar na segunda metade do mandato. E há mais que isso em jogo.

O que está em questão é a recomposição da antiga base governista no Ceará. O tamanho da maioria que terá o governador Elmano de Freitas (PT). E o papel do PDT na política estadual.

Léo Couto apoiou Elmano, apesar de o partido estar com Roberto Cláudio. Em função disso, foi destituído da presidência do PSB em Fortaleza. Ao se lançar candidato, articulou-se a partir da base do futuro governo, vitorioso nas urnas.

Gardel obteve declaração de apoio da maioria dos vereadores, mas mesmos esses observavam os movimentos e tendências. A disputa seria apertada. A saída de Couto é um aceno significativo para a principal posição hoje ocupada pelo PDT no Ceará.

Muito relevante a articulação ser de Cid Gomes — e que isso seja explicitado de modo tão evidente. Ainda durante o primeiro turno, ele se colocava como possível mediador do entendimento entre os ex-aliados em um eventual segundo turno — que acabou não ocorrendo. O segundo turno que Cid esperava, de certa maneira, acabou sendo a eleição na Câmara.

Na semana passada, o PDT formou uma comissão com Cid, Sarto, Roberto Cláudio, terceiro colocado na eleição para o governo, e André Figueiredo, presidente estadual da legenda. O colegiado definirá o caminho do partido no Estado. Cid é abertamente a favor da retomada do acordo com o PT. André já declarou que o PDT foi colocado na oposição pelas urnas. RC não se manifestou, mas, na condição de quem estava na linha de frente do partido na campanha, saiu particularmente machucado do processo. Sarto, na condição de prefeito, tem interesse no entendimento, desde que também tenha apoio da base de Elmano — conforme já expressou.

Nesse sentido, Cid fez talvez o mais significativo e concreto aceno ao grupo de Roberto Cláudio e Sarto. Pode-se dizer, partindo do lado de Camilo Santana (PT) e Elmano. Dificilmente esse assunto não tenha entrado na discussão pedetista. O aceno fortalece a posição do senador num colegiado no qual ele começa como posição isolada.

Por pragmatismo, Sarto é o mais propenso a se posicionar pela composição, desde que seja bom para o governo dele também.

O movimento é o mais concreto até agora para levar o PDT à base de Elmano e recompor a aliança PT-PDT. Quem sabe dando a Sarto uma base política que ele até hoje não teve.

Criação de ministério

A participação de Lula na COP27 foi recebida internacionalmente como uma lufada de ar fresco após anos de obscurantismo na política externa brasileira. A repercussão internacional é excelente, mas, no Brasil, é ofuscada pelo voo no avião do empresário. Um problema fácil de antever e evitar. No primeiro governo Lula, Chico Buarque sugeria criar um ministério do “vai dar merda”. A função seria apontar trapalhadas que estavam prestes a ser cometidas. O episódio mostrou que a pasta segue necessária.

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