"Acho fundamental termos aliança incluindo o PDT", diz Nelson Martins
Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
Quatro dias depois de o PT escolher a deputada federal Luizianne Lins como pré-candidata da sigla à sucessão na Prefeitura de Fortaleza, o ex-assessor especial de Relações Institucionais do Governo do Estado, Nelson Martins, defendeu uma composição com o PDT.
“Acho fundamental termos aliança incluindo o PDT. Somos aliados no Estado”, disse Martins à coluna na manhã desta quinta-feira, 9, quando questionado sobre declarações da ex-prefeita à Rádio O POVO/CBN no dia anterior.
Em entrevista aos jornalistas Farias Jr., Italo Coriolano e Rachel Gomes, Luizianne falou que, quando se refere às “frentes anti-bolsonaristas” que podem se formar nas eleições de Fortaleza, “estamos excluindo, no caso do Ceará, o PDT, a não ser que o PDT queira vir nos apoiar”.
Em seguida, porém, a parlamentar admitiu a possibilidade de abrir mão da candidatura ao Paço. As condições foram dadas por ela.
“Se o Camilo conversar comigo e dizer que o candidato é o Nelson, vai apoiar e nós vamos eleger, o PT vai voltar a ser protagonista, ele vai aliar uma grande frente de esquerda e o PDT vai ficar na vice etc., eu vou abrir essa discussão com ele”, afirmou.
Fora desse cenário, Luizianne considera inviável qualquer entendimento: “Se o PDT quiser vir nos apoiar, será bem-vindo, a gente estará de braços abertos, mas não para sair de cabeça de chapa e o PT sair numa vice. Isso aí não existe a possibilidade”.
Para Nelson Martins, no entanto, “ainda há muito tempo para tratar” dessa costura política entre os dois partidos na disputa pela Prefeitura. E voltou a postular uma chapa que agregue também as forças pedetistas: “Na minha opinião, devemos ter aliança com o PDT”.
Martins foi exonerado do Governo no dia 4 de junho, prazo limite para a desincompatibilização de interessados em concorrer a cargo majoritário em 2020.
Logo após o anúncio de sua saída do Abolição, o ex-deputado informou ao O POVO que se tratava de um pedido do governador para que se apresentasse como uma alternativa eleitoral na tentativa de alinhavar consenso entre as legendas da base tanto de Camilo quanto do prefeito Roberto Cláudio (PDT).
Nesse intervalo, o PT realizou encontro municipal, do qual saiu pré-candidata Luizianne Lins. Nome de consenso, tem o apoio da bancada federal do partido e da cúpula nacional petista, que deve chancelá-la como representante nas eleições.
No mesmo período, pedetistas da Capital mantiveram-se em silêncio. Até agora, nenhuma voz graduada do partido brizolista avaliou abertamente a hipótese de aliança entre PDT e PT para a sucessão de RC.
Reservadamente, todavia, parlamentares trabalhistas já observaram à coluna que o cenário em que o PDT abra mão da cabeça de chapa para o PT em troca de eventual apoio ao pleito de Roberto Cláudio ao Governo daqui a dois anos está descartado.
Dentro do bloco governista, a avaliação é de que é arriscado deixar nas mãos do PT tanto o Governo quanto a Prefeitura, caso o candidato da chapa vencesse as eleições municipais.
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