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Entre julgamento e superprédios
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Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.

Joelma Leal ombudsman

Entre julgamento e superprédios

Na coluna desta semana, selecionamos dois temas que movimentaram o País e os canais de comunicação com a ombudsman, respectivamente
Tipo Análise
 Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação (Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)
Foto: JOE RAEDLE / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação

Um julgamento iniciado no dia 22 de junho, suspenso, retomado dia 27, pausado novamente, retomado na quinta, 29, interrompido, mais uma vez, e concluído na última sexta, 30 de junho. O trâmite envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi a pauta da semana, como não poderia deixar de ser. Ele foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.

Na quinta-feira, 22, a manchete do O POVO trazia "TSE começa a julgar o futuro político de Bolsonaro", indicando a reportagem de página dupla intitulada "Bolsonaro enfrenta processo que pode afastá-lo da política até 2031 (sic)". De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o prazo de inelegibilidade é contado a partir das Eleições Gerais de 2022, logo seria 2030 em vez de 2031.

No portal O POVO foi criado na home o espaço "Bolsonaro no TSE" com um carrossel (lista de notícias, conhecida no jargão jornalístico como "carrossel"), com matérias sobre o assunto. À primeira vista, o leitor é levado a crer que ao clicar na "cartola" (palavra ou expressão, em geral, usados para definir o assunto da matéria) estariam ali reunidas as inúmeras matérias sobre o assunto, porém o link segue para os assuntos "gerais" de política: opovo.com.br/noticias/politica

A velocidade e o volume de publicações sobre o tema são notáveis. Logo que saiu o resultado, na sexta-feira, 30, a "cartola" do espaço no portal foi alterada para "Bolsonaro inelegível". Quase que de imediato, foi publicada no OP+ a matéria "Historicamente, 14 presidentes não exerceram plenamente seus mandatos". O programa O POVO da Tarde, da rádio O POVO CBN, começou com Maisa Vasconcelos entrevistando a colunista do O POVO, Juliana Diniz. As mídias sociais publicaram com tarja vermelha "Urgente: Bolsonaro fica inelegível até 2030".

Até o fechamento da coluna, a atualização de inserção de notícias era constante. Cobertura multiplataforma, indo ao encontro daquilo a que o Grupo se propõe. De todas as frases acerca do assunto, destaco uma do jornalista Érico Firmo: "É simbólico que a inelegibilidade comece com o voto de um negro e seja sacramentada com o de uma mulher". O primeiro voto foi do ministro Benedito Gonçalves e o último, da ministra Cármen Lúcia.

Superprédios e seus impactos

Desde fevereiro, O POVO tem trazido uma série de matérias sobre os "superprédios", que estão alterando a paisagem da Capital. Na última segunda-feira, 26, foi publicada a reportagem especial de página dupla "Outorga Onerosa redesenha mapa urbano de Fortaleza e injeta milhões nos cofres públicos", de autoria do jornalista Cláudio Ribeiro. O material é relativo à Outorga Onerosa de Alteração de Uso do Solo (OOAU), que como o próprio texto explica: "mecanismo que flexibiliza, entre outros pontos, a autorização de construção de imóveis com altura maior do que a permitida pelo Plano Diretor".

O conteúdo, visto de forma isolada, não agradou a todos. Um leitor entrou em contato e listou os porquês de reprovar a publicação. Em suma, ele afirma: "A matéria traz informações pertinentes do ponto de vista jornalístico, no entanto são todas favoráveis ao crescimento de grandes edificações na Praia de Iracema. O que mais desperta a atenção é que o material não traz uma mínima opinião de arquiteto, urbanista e/ou estudiosos...Não há dados sobre o impacto relacionado ao adensamento de carros, pessoas, sem falar nos inevitáveis transtornos de trânsito, no impacto sanitário, no abastecimento de água... O POVO mostra que está tudo a mil maravilhas, mas não está! Isso atente ao mercado imobiliário, mas não à população. É um pecado. Onde está o contraponto? Para completar, o título traz um recorte Robin Hood, mas não é real."

A observação foi levada ao comentário interno enviado diariamente aos profissionais da Redação e demais áreas. Cláudio Ribeiro discordou da avaliação: "Além de reportagens, já publicamos artigos, colunas, editorial e outras frentes de informação e opinião sobre a questão da outorga onerosa. E junto também a abordagem na rádio, com mais análises críticas de entrevistados e âncoras. Os contrapontos foram feitos, é uma abordagem integrada. Muito pelo contrário, o que não está sendo feito é o cenário oba-oba. Não vou fazer recortes, dizer onde atendemos e tais e tais pontos citados pelo leitor. E a citação a Robin Hood no título de um dos textos foi para aproveitar a fala da secretária municipal. Em tempo: a pauta não está encerrada, muito pelo contrário".

Também nessa semana, a arquiteta e urbanista Caroline Câmara concedeu entrevista aos jornalistas Jocélio Leal e Juliana Matos Brito, no programa O POVO no Rádio, tendo o Plano Diretor como pauta principal. Ainda em fevereiro, o arquiteto Marcelo Capasso foi convidado a escrever um artigo inserido na reportagem "Prefeitura de Fortaleza arrecada R$ 174 milhões para liberar 21 superprédios". No texto "Cidade pra quem?", ele alertava que "quem vai pagar o saldo futuro dos superprédios, inocentes de impacto, é a sociedade".

A pauta é extensa e rende uma série de conteúdos sobre a verticalização e suas consequências. Em agosto próximo, ocorrerá a etapa três, relacionada ao Plano Diretor da, agora, quarta maior capital do País. Está prevista a realização de fóruns territoriais e seminários temáticos.

O tema é amplo e é acompanhado de impactos diretamente relacionados ao cotidiano de toda a população. Diante da relevância, é essencial que O POVO permaneça acompanhando a pauta e mostrando os múltiplos lados.

 

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