
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
O deputado federal e presidente do PDT Ceará, André Figueiredo, justificou o apoio na votação do Projeto de Emenda à Constituição (PEC) que aumenta a proteção de membros do Congresso Nacional contra ações do Judiciário, nesta quarta-feira, 17. Conforme parlamentar, grupo conseguiu derrubar o “cerne do projeto”, que era o voto secreto.
“Esse texto era extremamente amplo e era, digamos assim, verdadeiramente uma blindagem. O que foi aprovado ontem tinha um dos pontos que nós éramos frontalmente contra, que era a questão do voto voltar a ser secreto”, pontua Figueiredo sobre aprovação da última terça-feira, 16.
LEIA MAIS: Idilvan critica aprovação da PEC da Blindagem: "Legalizaram a impunidade"
Figueiredo ressalta que, durante a apresentação dos destaques no texto, momento em que são votados separadamente emendas ou partes de uma proposição, ele se manifestou para tirar a questão do voto secreto do projeto. “No segundo turno conseguiram maioria para aprovar a PEC e não obtiveram os 308 votos necessários para manter o voto secreto”, destaca, em entrevista à Vertical.
A matéria ganhou força nas últimas semanas em meio ao julgamento e condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado e de medidas cautelares e processos contra parlamentares envolvidos no movimento golpista. Apesar de pauta estar sendo defendida pela ala bolsonarista e de centro do Congresso Nacional, Figueiredo justifica: “Boa parte do PSB e parte do PT também votaram”.
“Portanto, o tema que era polêmico e que muitos diziam ser o cerne do projeto, nós conseguimos derrubar. Agora eu queria saber aonde é que lá tem algo que seja frontalmente contrário ao que já está na Constituição hoje ou que estava na Constituição de 1988. Eu particularmente não consegui identificar”, argumenta.
O correligionário Idilvan Alencar (PDT), secretário da Educação de Fortaleza e deputado federal licenciado, criticou a aprovação, classificando PEC como “vergonhosa”. "Na prática, os deputados legalizaram a impunidade”, disse à coluna.
Durante a aprovação, em primeiro turno, apenas quatro deputados cearenses apresentaram votos contrários a proposta, sendo eles Célio Studart (PSD), Luiz Gastão (PSD), José Guimarães (PT) e Luizianne Lins (PT). Parte dos parlamentares de partidos alinhados à base governista ainda saíram em favor da PEC, como os deputados Júnior Mano (PSB) e Mauro Filho (PDT).
Ausente da votação por questões de agenda, deputado federal José Airton (PT) frisou que acompanharia bancada petista nos votos. “Se tivesse participado, é evidente que eu tinha votado contrário também. Eu acho que é um absurdo essa fé da forma como ela se apresenta”, afirma.
por Camila Maia – Especial para O POVO
Política é imprevisível, mas um texto sobre política que conta o que você precisa saber, não. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.