O Arco Metropolitano, primeira rodovia estadual com cobrança de pedágio e foco no transporte de cargas, foi remodelado nos últimos cinco meses e deve ter o edital lançado até setembro deste ano, segundo estimativa do secretário estadual Lúcio Gomes (Infraestrutura). O valor inicial previsto para a concessão foi definido em R$ 4,1 bilhões e inclui o investimento e a operação durante 30 anos pela empresa vencedora do certame. A promessa, feita desde quando foi idealizado em 2012, é de uma rodovia que possa potencializar a movimentação de itens da pauta de exportação/importação do Ceará.
Incluído por diversas vezes na lista de equipamentos estaduais cujo potencial de concessão à iniciativa privada era um dos maiores, o Arco apresenta uma proposta de conexão mais ágil entre as principais vias por onde trafegam caminhões e carretas, com início na BR 116, em Chorozinho, até o entroncamento com a BR 222 com a CE 155 - o principal acesso ao Porto do Pecém, hoje, em obras para duplicação, mas que será incorporado ao Arco.
Em nove anos, o Governo do Estado já decretou áreas localizadas nos arredores dos entroncamentos entre a futura rodovia e as atuais como de interesse público para futura desapropriação. Atualmente, após análise do comitê de parcerias públicas e privadas (PPPs) do governo cearense, o projeto voltou à Secretaria da Infraestrutura (Seinfra) para ter explicações sobre os preços dos pedágios, segundo revela o secretário. Os valores, no entanto, ele guarda para o dia do lançamento do edital.
"O projeto está todo pronto, já entregamos o projeto pronto. Pediram essas informações que devemos entregar em breve", assegurou.
Mas o modelo de cobrança que a empresa vencedora da licitação deverá seguir já está definido. Segundo adiantou Lúcio Gomes, o condutor que entrar na rodovia "vai pagar de ponta a ponta ou por trecho". Ao todo são três cancelas previstas, nas quais será feito o pedágio. Ao chegar às barreiras é preciso informar qual o percurso vai fazer para, então, saber o valor a ser pago.
Com 108 quilômetros de extensão entre as cidades da Região Metropolitana de Fortaleza, onde se localizam distritos industriais, um dos objetivos do Arco Metropolitano é desafogar rodovias que têm a capacidade comprometida ou ainda estão em conclusão, como a Rodovia 4º Anel Viário, na qual o tráfego de veículos pequenos é intenso e concorre com as carretas.
Para isso, o secretário da Infraestrutura informa que o projeto considerou um pavimento adequado para a movimentação de cargas pesadas, no que é conhecido como "rodovia Padrão Dnit", em referência ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) - órgão federal responsável pela construção de estradas pelo País. Não será usado cimento ou concreto como o 4º Anel Viário, mas Lúcio Gomes garante que a resistência dos materiais usados permitem a circulação nas mesmas condições das melhores rodovias federais.