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Projeto Santa Quitéria recebe apoio de geólogos do Ceará
Economia

Projeto Santa Quitéria recebe apoio de geólogos do Ceará

| Manifestações | Associação diz ver momento de destaque para a mineração cearense no País. Já políticos fizeram posts conjuntos contra o empreendimento, apontando riscos da exploração de urânio
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Projeto teve o aceite do Ibama e próxima fase do licenciamento são as audiências públicas (Foto: O POVO)
Foto: O POVO Projeto teve o aceite do Ibama e próxima fase do licenciamento são as audiências públicas

Após o aceite do projeto de exploração de urânio e fosfato no Ceará pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), instituições, pessoas públicas e organizações têm se manifestado a favor e contra o empreendimento liderado pela estatal Indústria Nucleares do Brasil (INB) e a Galvani Fertilizantes. Ontem, 13, a Associação Profissional dos Geólogos do Ceará (APGCE) declarou apoio ao projeto e, ao longo da semana, políticos fizeram campanha contra.

"Neste momento em que entre os reflexos da guerra da Rússia com a Ucrânia se prevê o comprometimento no abastecimento de fertilizantes para o Brasil, reforça-se a importância da implantação deste projeto que com certeza terá impacto em setores econômicos de todo o País pelo aumento da produção de fertilizantes e suplementos na alimentação animal, podendo tornar o País autossuficiente nestes insumos", afirma Jérsica Lima Bezerra, presidente da APGCE, em nota.

A nota ressalta as reservas de 8,8 milhões de toneladas de fosfato e 79,31 mil toneladas de urânio e considera o Projeto Santa Quitéria como "um momento de destaque da mineração cearense que atua de forma organizada, sob as mais rigorosas regulamentações previstas na legislação."

“É um apoio muito importante neste momento que antecede as audiências públicas e onde alguns grupos aproveitam para jogar para a sua plateia. No caso da APGCE é uma entidade que reúne os profissionais de geologia, incluindo os setores da universidade. Ou seja, não há entidade com maior capacitação e competência para tratar e abordar as questões relacionadas e decorrentes da mineração”, afirmou Carlos Rubens Araújo, presidente do O Sindicato das Indústrias de Mármores e Granitos do Estado do Ceará (Simagran-CE).

No entanto, na academia, também há movimentos contrários à exploração de urânio e fosfato no Estado. A articulação nuclear cearense conta com representantes de três universidades com sede no Ceará e que estão desenvolvendo estudos para apontar os riscos da exploração, como O POVO noticiou em primeira mão na semana passada.

Já nesta semana, o deputado estadual Renato Roseno e o vereador de Fortaleza Gabriel Aguiar, ambos do PSOL, publicaram nas redes sociais manifestações contrárias à mineração em Itataia. “Prioridades invertidas, riscos de contaminação e agravo de doenças. Não à exploração de urânio em Santa Quitéria. Deixem o dragão dormir”, protestou o deputado.

O vereador apontou riscos para o transporte do material na Região Metropolitana de Fortaleza. O chamado yelow cake deve sair de Itataia para o Porto do Pecém. “Nessa região vivem cerca de 150 comunidades, como povos indígenas, comunidades quilombolas, comunidades camponesas e assentamentos da reforma agrária, que mantém viva a cultura popular sertaneja, da solidariedade e do respeito ao ambiente”, escreveu nas redes sociais.

As audiências públicas sobre a exploração têm em 9 de maio a data limite para o agendamento, quando o Consórcio Santa Quitéria deve expor os estudos e debater com a comunidade os impactos do projeto.

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Com o aceita do projeto pelo Ibama, o projeto de exploração da mina de Itataia, em Santa Quitéria, entra na fase de audiências públicas. Nesta etapa, o consórcio deve apresentar à população os impactos da exploração na região

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