A cadeia produtiva de moda do Ceará apresenta recuperação e sindicatos industriais mantém expectativa de retomada de crescimento e recolocação de destaque da moda cearense no Brasil. Contexto positivo estimula as apostas no lançamento do "blue hub" em maio deste ano.
A informação foi repassada com exclusividade ao O POVO por Lélio Matias, presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas de Homem e Vestuário do Estado do Ceará (Sindroupas). A apresentação formal do hub para empresários, investidores e produtores de moda irá ocorrer durante o Dragão Fashion Brasil 2022, previsto para ocorrer entre 25 e 28 de maio.
A partir disso, as ações do setor serão de consolidação do hub por meio de parcerias comerciais, incluindo apoio de prefeituras cearenses, e incentivos aos empreendedores do ramo. O "blue hub" atuará como um conglomerado de empresas e empresários relacionados por parcerias comerciais voltadas aos setores de vestuário, acessório, calçados e confecções do Estado.
Inicialmente o hub terá um protagonismo maior para a produção de jeans e denim, com grande destaque para os polos industriais dos municípios de São Gonçalo do Amarante, Guaiuba e Aracoiaba. A articulação, porém, servirá de base para um hub de confecções no Estado.
Aracoiaba vai estar colocando seis empresários relacionados à confecção de jeans no Dragon Fashion para expor o potencial econômico do hub", revela Lélio. O número de empresas localizadas na cidade e envolvidas no hub, porém, supera dez linhas de produção.
Além disso, o presidente do Sindroupas pontua ter tido reuniões com a prefeitura e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Aracoiaba na penúltima semana de abril para "dar continuidade a todos os acertos para termos o blue hub funcionando a todo vapor".
Sem citar nomes, Lélio comenta ainda que há uma relativa quantidade de outros municípios com linhas de produção de roupas, calçados ou acessórios no Estado se aproximando da articulação do blue hub. "Já temos vários outros municípios promovendo e incentivando seus empreendedores no setor de moda", pontua ao destacar a crença de que, após o lançamento formal, o hub se expanda e diversifique sua matriz de negócios rapidamente.
Como impacto direto dessa articulação, Lélio pontua que no primeiro trimestre do ano o setor de moda no Estado soma crescimento médio de 5% em cada segmento, desde a produção, confecção e venda de artigos de vestuário, acessórios e calçados. "Ainda estamos tabelando os dados exatos então poderá haver ainda alguma variação, mas a certeza é que registramos um crescimento considerável diante do momento em que vivemos", complementa.
O destaque dentro do saldo registrado entre janeiro e março deste ano foi para o fluxo de vendas do setor de vestuário. Para o restante do ano, conforme pontua Lélio, as expectativas são de crescimento contínuo e recuperação pautada pela inovação, tanto em tecnologia na produção de moda, quanto nos modelos de negócios e parcerias comerciais do segmento.
A apresentação do hub durante o Dragão Fashion é estratégica, diante do evento ser "reconhecido internacionalmente", conforme avalia Lélio: "Estaremos todos juntos, todos os setores e cadeias produtivas, em um só ambiente, em um ambiente glamoroso, de estudos e inovação em moda e queremos aproveitar esse momento para realmente marcar um ponto positivo".
O setor decidiu realizar as feiras empresarias como a Feira Internacional de Moda e o Ceará Fashion Trade durante o Dragão Fashion para que o desfile possa impulsionar os demais eventos. Ações ocorrem com apoio do governo do Estado e terão o Banco do Nordeste como financiador dos projetos de reestruturação do setor no Estado.
Com tais ações, Lélio reforça a crença na recolocação da moda do Estado entre as mais importantes do Brasil e pontua as altas expectativas para o projeto de reestruturação da cadeia produtiva em implementação pelo programa 100%Ceará. Entres as próximas ações dos empresários, ele destaca ainda uma reunião no dia 26 de maio, em celebração ao dia da indústria, onde representantes do setor irão alinhar investimentos a serem aplicados no segundo semestre do ano.
"Já há uma recuperação do setor, ainda que lenta, ela existe e é bem positiva. Além disso, temos outro fator que contribui muito para que a gente possa fazer esse reposicionamento da indústria da moda no Estado do Ceará que é a união de todos os setores que integram esse trade", pontua Lélio ao mencionar os resultados iniciais do 100%Ceará.
Iniciativa, detalhada com exclusividade pelo O POVO em dezembro de 2021, articula ações de desenvolvimento e parcerias comerciais entre o Sindiroupas, o Sindicato das Indústrias de Confecção de Roupas (Sindconfecções), o Sindicato da Indústria de Calçados de Fortaleza (Sindcalf), Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em geral (Sinditêxtil), o Sindicato das Indústrias da Extração de Fibras Vegetais e do descaroçamento do Algodão (Sindalgoão), o Sindicato das Indústrias de Redes (Sindredes), o Sindicato das Industrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro do Norte e Região (Sindindusria) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
*Com colaboração da jornalista Carol Kossling
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