Líder no mercado nordestino de flores e plantas ornamentais, o Ceará ampliou em 90% das exportações cearenses de flores e produtos de floricultura no primeiro semestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
Esse movimento faz o Governo do Ceará esperar que o resultado de negócios internacionais ultrapasse a marca de 1 milhão de dólares exportados e chegue a US$ 1,2 milhão. Em 2022, o montante alcançou US$ 940,5 mil, num avanço de 44% em relação a 2021.
Dentre as razões que impulsionam o otimismo do setor também está a criação da Política Nacional de Incentivo à Cultura de Flores e de Plantas Ornamentais de Qualidade, sancionada recentemente pelo Governo Federal.
O objetivo da medida é fomentar a produção no País e comercialização nos mercados interno e externo.
Uma das diretrizes da nova política nacional é vista como a principal para gerar desenvolvimento da cadeia: a de garantia da sustentabilidade econômica e socioambiental do setor, por meio de crédito produtivo, pesquisa agrícola e desenvolvimento tecnológico, além de assistência técnica.
No Ceará, o movimento positivo neste mercado ocorre a partir do polo produtor na Serra da Ibiapaba que promove avanços no setor de floricultura. E também de negócio localizado em Paracuru, que é o principal exportador de plantas ornamentais do País.
O secretário executivo de Agronegócio na Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Sedet-CE), Silvio Carlos Ribeiro, destaca que a Ibiapaba foi transformada a partir da atuação do setor e hoje é um polo importante na produção de flores de corte.
No que se refere às plantas ornamentais, ele destaca que o Estado tem um grande potencial, pela flora diversificada. "Inclusive nós temos duas das maiores exportadoras de plantas ornamentais do Brasil".
Silvio acredita que o Ceará, por já se destacar neste mercado a nível Nordeste, pode desenvolver ainda mais essa cadeia produtiva incluindo novos produtores e fortalecendo os pequenos.
"Tem tendência a crescer com essa lei, porque ela institui aí uma série de ações para estimular a produção de flores e plantas ornamentais que vai desde a pesquisa até o crédito. O que a gente pensa é que teremos alguns instrumentos para ajudar esse setor a crescer. Desde a produção como também até a exportação", aponta.
No que diz respeito a crédito, Silvio acredita que os bancos de fomento - para o Ceará, especialmente o Banco do Nordeste - têm papel fundamental. “A questão do crédito é importante, vamos ainda ainda ver como que a Política Nacional vai entrar nos programas dos bancos, do BNB, por exemplo. Estamos ainda conversando com o pessoal do Ministério da Agricultura também, mas o Estado do Ceará ganha muito”.
O momento dos segmentos que compõem esse setor é diferente. Enquanto o de flores foi amplamente impactado pela pandemia, com queda de demanda a partir do cancelamento de eventos, o de plantas ornamentais viu sua demanda subir.
Isso ocorreu porque as plantas ornamentais se tornaram artigo de decoração para os diversos ambientes das residências, atraindo novos mercados. Atualmente, os Estados Unidos e países da Europa importam parte da produção cearense, o que garante ao Estado a liderança nacional em exportações neste segmento.
Produtos como a Espada de São Jorge e o Mandacaru, um tipo de cacto sem espinhos típico do Nordeste, são sucesso entre as plantas ornamentais.
O secretário executivo do Agronegócio destaca que o montante exportado pelo setor de flores e plantas ornamentais ainda não é um dos mais robustos na pauta de comércio exterior cearense, mas o crescimento é notável e o potencial de evolução é cristalino.
TIPOS DE MANEJO
A céu aberto
Nesse sistema, os canteiros de produção são conduzidos sem nenhum tipo de estrutura de proteção, ficando totalmente a céu aberto durante todo o ciclo. Entretanto, só poderá ser adotado nos casos em que a espécie é pouco exigente e as condições ambientais são favoráveis.
Para a produção de flores de corte, o número de espécies aptas para o sistema de cultivo a céu aberto é relativamente pequeno. Dentre as espécies produzidas nesse sistema estão as flores tropicais (helicônias, alpínias, bastão-do-imperador, gengibre-ornamental) e algumas flores de corte, a exemplo de gladíolo, áster, tango, girassol e algumas cultivares de rosa.
Sob telado
O telado é um sistema de produção onde se faz apenas controle parcial de luminosidade por meio de cobertura com telas que proporcionam sombreamento. As telas apresentam diferentes níveis de sombreamento e cores, definidos a partir das exigências da espécie a ser produzida.
Considerando as flores de corte, a produção sob telado é comum para aquelas de clima tropical e para poucas espécies de clima temperado, como o copo-de-leite. Entretanto, a produção sob telado não garante o controle de pragas e doenças nem a quantidade de água e a temperatura do ambiente.
Em estufa
O sistema de produção em ambiente controlado (estufa) proporciona condições microclimáticas mais adequadas para o desenvolvimento das plantas, pois permite o controle das condições no ambiente interno, interferindo na luminosidade, na temperatura, na umidade e na ventilação.
Salienta-se que, para a produção de flores de corte, a incidência de chuva é altamente prejudicial e a produção em estufa não climatizada, além de ser mais barata, pode ser eficiente.
Existem ainda as estufas climatizadas. Devido à alta tecnologia empregada, as estufas climatizadas são de alto custo de instalação e manutenção, sendo sua construção feita por empresas especializadas e com acompanhamento técnico.
O QUE O PRODUTOR DEVE ATENTAR AO DECIDIR INVESTIR
No site da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), é possível encontrar um manual que detalha como cultivar flores e plantas ornamentais.
Fonte: CNA/ Senar