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Se perder litígio com Piauí, Ceará põe em risco 30% do seu PIB agrícola
Economia

Se perder litígio com Piauí, Ceará põe em risco 30% do seu PIB agrícola

| DISPUTA | Considerada a "joia" do agronegócio cearense, Serra da Ibiapaba é a principal produtora de flores, frutas e hortaliças de alto valor agregado e de mão de obra intensiva
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Serra da Ibiapaba  tem se 
notabilizado pelo cultivo de maior valor agregado (Foto: AURÉLIO ALVES)
Foto: AURÉLIO ALVES Serra da Ibiapaba tem se notabilizado pelo cultivo de maior valor agregado

O polo de produção agrícola da Serra da Ibiapaba segue em evolução no Ceará e já representa 44,3% do resultado estadual. O levantamento da Secretaria Executiva do Agronegócio do Governo do Ceará foi repassado ao O POVO em primeira mão.

A área, considerada como a "joia" do agronegócio cearense, é destaque na produção de flores, frutas e hortaliças de alto valor agregado e de mão de obra intensiva. Parte do espaço, no entanto, é alvo de disputa na Justiça em litígio envolvendo o Piauí e o Ceará.

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Na Ação Cível Originária (ACO) 1831, áreas de municípios cearenses de Ibiapaba são pleiteadas pelo estado do Piauí. A ACO tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

O litígio tem o potencial de impactar significativamente o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. Conforme o titular da Secretaria Executiva do Agronegócio, Silvio Carlos Ribeiro, a região de Ibiapaba responde por mais de 30% do valor de produção da agricultura cearense.

Silvio explica que as condições climáticas favorecem as culturas de maior valor agregado. "A agricultura na Ibiapaba está crescendo e vai crescer ainda mais por conta dos investimentos que estão sendo feitos, como o da Itaueira".

As produções em estufa acabam demandando também menor uso de água e quantidade maior de pessoas envolvidas no trabalho manual, gerando mais empregos.

"Diferentemente do Sudeste e Centro Oeste, o Ceará tem como foco as grandiosas produções de soja e milho. Mas nas frutas, hortaliças, flores, mel e culturas nobres. Então, a Ibiapaba é uma região de grande importância para o Ceará", completa.

Flores da Reijers, empresa instalada em São Benedito, na região da Serra da Ibiapaba(Foto: Picasa)
Foto: Picasa Flores da Reijers, empresa instalada em São Benedito, na região da Serra da Ibiapaba

Outro levantamento recente, divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), revela que a participação da Grande Fortaleza no PIB cearense caiu na última década.

Em 2010, respondia por 65,45%, mas ao fim de 2020 caiu para 61,77%. Já a participação do Interior (no conjunto de suas 13 regiões de planejamento no Estado) representavam em 2010 por 34,56% do PIB, mas em 2020 esse percentual chegou a 38,23%.

E a Serra da Ibiapaba foi uma das regiões que teve um salto. Na análise da evolução da estrutura produtiva por região, ainda de acordo com o Ipece, a Serra da Ibiapaba foi a segunda que registrou maior ganho de participação de 2002 a 2020, com crescimento de 0,92 ponto percentual, atrás somente do Cariri (+0,96 p.p.). O PIB per capita ainda saltou mais de 600% entre 2002 e 2020.

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Para o economista Wandemberg Almeida, do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), após tamanho avanço econômico e social nos últimos anos, perder territórios nesta região seria um baque para o Estado.

Para a região, há ainda a possibilidade de que essa indefinição iniba investimentos, avalia o economista. A incerteza sobre a continuidade de investimentos em infraestrutura e condições para investimentos em negócios são pontos citados.

"É importante começar a analisar esses dados que demonstram uma crescente ao longo dos últimos anos. A Ibiapaba tem um poder econômico muito forte, contribui significativamente para economia do Estado e consegue fazer um efeito de transbordamento para outros municípios, enriquecendo a região toda", aponta.

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Principais polos de produção do Ceará

> Polo Ibiapaba: 44,3%

> Polo Baixo Jaguaribe: 15,4%

> Polo Paraipaba/Metropolitano: 12,2%

> Polo Baixo Acaraú: 11,9%

> Polo Cariri: 10,3%

> Polo Centro Sul: 5,9%

Fonte: SDE

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