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Não haverá aumento de impostos no Ceará em 2025, diz secretário da Fazenda
Economia

Não haverá aumento de impostos no Ceará em 2025, diz secretário da Fazenda

Fabrízio Gomes afirma que arrecadação estadual está em torno de 18%
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FABRÍZIO Gomes afirma que a arrecadação no Ceará é crescente (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA FABRÍZIO Gomes afirma que a arrecadação no Ceará é crescente

Em 2025, não haverá aumento de impostos estaduais no Ceará. A afirmação foi dada secretário da Fazenda do Estado (Sefaz-CE), Fabrízio Gomes, ao quadro Guia Econômico, da Rádio O POVO CBN, nesta sexta-feira, 25.

“Não tem nenhuma perspectiva de elevação tributária, até porque para haver uma elevação tributária tem que ver o cumprimento de algumas regras, como a noventena, o princípio da anualidade, mas não existe nenhum estudo nesse sentido. A gente conseguiu o equilíbrio nesse momento e agora é analisar o resultado dessas políticas fiscais”, ressalta o secretário.

Em 2023, o Estado apresentou a quarta maior queda de arrecadação do País (aproximadamente R$ 600 milhões) por conta dos efeitos da Lei Complementar 194/2022, assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que determinou a redução de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) incidente sobre a gasolina, telecomunicações e energia elétrica para 18%.

De acordo com os dados do Boletim de Arrecadação de Tributos Estaduais, consolidado pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), o Ceará arrecadou R$ 19,1 bilhões em impostos, valor menor do que os R$ 19,66 bilhões do ano anterior, conforme a correção do valor pela inflação anual.

Porém, a partir de 1º de janeiro deste ano, a fim de reverter o impacto na arrecadação dos impostos estaduais, a alíquota modal do ICMS no Estado subiu de 18% para 20%.

"Quando teve a mudança na Lei 194/2022, do governo Bolsonaro, a gente desceu um degrau de receita. Hoje a gente tem um crescimento, mas em cima de um degrau mais baixo. Por isso, fizemos todos os ajustes necessários, mas hoje a receita já está equilibrada o suficiente para que a gente possa executar todo o orçamento com tranquilidade, fazer as políticas públicas e manter uma visão de investimento alto, que é uma característica do Governo do Estado há muitos anos”, explica Fabrízio.

De acordo com ele, os investimentos no Estado neste ano alcançaram o montante de R$ 2,7 bilhões. Destes, pouco mais de 62% foram viabilizados com arrecadação própria.

“A gente tem tido um ano muito bom de arrecadação das receitas. Está arrecadando em torno de 18% de ICMS, que é um dos principais tributos do Estado, e temos feito uma reordenação na parte das despesas. Então, as perspectivas são muito positivas para a gente terminar o ano muito bem equilibrado, com recursos disponíveis em caixa também para começar o ano que vem. Isso mostra a capacidade financeira que o Estado tem hoje e que tem sido mantido ao longo dos anos”, detalha.

Aliado a isso, ele destaca ainda o próprio aquecimento da economia. No segundo trimestre deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará registrou crescimento de 7,21% em comparação a igual período de 2023. O resultado estadual foi mais que o dobro do registrado no Brasil, de 3,3%, na mesma relação.

Com a situação fiscal equilibrada, ele afirma que há a expectativa do Estado conseguir ainda neste ano uma revisão, pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), da nota de Capacidade de Pagamento (Capag) de B para A. Para adquirir a classificação, é necessário que a unidade federativa obtenha a nota máxima, ou seja, nota A nos três indicadores: endividamento, poupança e liquidez.

A nova avaliação sobre a capacidade de pagamento dos estados deve sair até o dia 30 de novembro. “Os nossos números já mostram que a gente deve pela primeira vez na história do Ceará passar a capacidade de pagamento de B para A, o que demonstra todo o controle das contas públicas e que a gente vem melhorando ao longo dos anos esses resultados”.

Ele reforça que a melhora da nota funciona como um selo de solidez fiscal, o que garante melhor condições, por exemplo, na hora de negociar crédito. “Essa nota indica que o Estado é um bom pagador, então eu tenho mais crédito. Quanto melhor minha nota, eu tenho um espaço fiscal maior, ou seja, o Estado tem intenção de contratar operações de crédito. A captação de recursos externos é importante para qualquer economia, que permite a gente fazer alguns investimentos estruturantes”.

Em relação à antecipação da segunda parcela do pagamento do 13º salários dos servidores cearenses, o secretário afirmou que ainda não há uma data definida, mas que será alinhada com o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT).

“A gente não tem essa data ainda, mas em breve o governador deve estar divulgando”.

Conforme O POVO noticiou na última terça-feira, 22, o governador Elmano apresentou possibilidades para a realização de novos concursos, mas que dependem da análise do orçamento, de reajuste dos servidores, dentre outras questões.

Sobre isso, o profissional explicou que o orçamento para 2025 já foi enviado à Assembleia Legislativa do Ceará e que deve ser analisado após o fim das eleições municipais de 2024.

"Qualquer análise de elevação de despesas a gente toma muito cuidado, a gente segue os princípios da Lei de Responsabilidade Fiscal, então é uma discussão da Seplag (Secretaria do Planejamento e Gestão) e Secretaria da Fazenda, a gente vê se isso cabe no orçamento".

Entrevista com Fabrízio Gomes no O POVO da Tarde | 25/10

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